Cidadeverde.com

Ministério Público veta estádios para o Campeonato Paulista

Imprimir
Depois de passar por vistorias da polícia militar e do Corpo de Bombeiros, o Ministério Público de São Paulo enviou à Federação Paulista de Futebol (FPF) um documento em que veta a realização de jogos do Estadual deste ano em nove estádios do estado. Outros nove campos poderão sediar jogos, mas com restrições para garantir a segurança de atletas, árbitros e torcedores.

Depois do anúncio do veto total, ou parcial, de 18 estádios do Campeonato Paulista deste ano, o promotor de justiça Paulo Castilho afirmou nesta quinta-feira que espera que o presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, ache melhor saída e cumpra determinações.

“A Federação está sendo notificada agora à tarde e esperamos que o doutor Marco Polo vá se reunir com a sua diretoria e eles vão achar a melhor saída para que tudo ocorra bem. Sabe que alguns clubes passam por dificuldade, dependem de suas prefeituras, mas não queremos dificultar o campeonato, queremos melhorar o espetáculo para os clubes e para os torcedores”, afirmou.

“Eu espero uma posição de respeito e seriedade do Marco Polo [Del Nero]. Eu acho que ele vai tentar adequar os estádios. Alguns não têm condições e outros precisam apenas de melhorias. Nós estamos trabalhando para não acontecer outra tragédia como aconteceu em Curitiba no ano passado”, salientou Castilho ao Sportv.

 O promotor também comparou o trabalho que era feito antes com o que está sendo implantado agora. “Antes se fazia uma avaliação e dizia apenas em uma frase: ‘este estádio está aprovado’. Agora, fazemos um laudo de 140 páginas, ou seja, ou é ou não é. Só tem três possibilidades: laudo aprovado, aprovado com restrições ou laudo reprovado”, disse.

Dos 20 estádios programados para receber jogos do Campeonato Paulista, nove estão integralmente vetados: Décio Vitta (Americana), Atlético Monte Azul (Monte Azul Paulista), Augusto Schimidt Filho (Rio Claro), Novelli Júnior (Itu), Frederico Dalmazo (Sertãozinho), Osvaldo Teixeira Duarte, o Canindé (São Paulo), Nabi Abi Chedid (Bragança Paulista), Hildenor Semeghini (Itápolis) e Santa Cruz (Ribeirão Preto).

O Estádio Papa João Paulo II (Mogi Mirim) também não poderá receber jogos porque os laudos relativos ao local não foram entregues pela FPF ao MP.

Os laudos apontam que outros nove estádios poderão somente receber jogos com restrições: Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi (São Paulo), Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu (São Paulo); Palestra Itália (São Paulo), Urbano Caldeira, a Vila Belmiro (Santos), Anacleto Campanella (São Caetano do Sul), Bruno José Daniel (Santo André), Jaime Cintra (Jundiaí), Eduardo José Farah (Presidente Prudente), Moisés Lucarelli (Campinas) e José Maria Campos Maia (Mirassol).

“A Federação Paulista de Futebol será notificada para mudar os locais dos jogos já na primeira rodada do Campeonato”, explicou o promotor de Justiça do Consumidor Roberto Senise Lisboa.

Segundo ele, a FPF e os clubes tinham conhecimento há seis meses de que entraria em vigor uma portaria do Ministério dos Esportes que exige o envio, para o Ministério Público, de laudos da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, da Vigilância Sanitária e de engenheiro credenciado junto ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura como condição para realização das partidas.

“O Ministério Público não tem a intenção de inviabilizar qualquer campeonato. O MP está apenas cumprindo seu papel constitucional de evitar riscos à integridade dos consumidores”, completou.

De acordo com os laudos enviados ao MP, o estádio da Portuguesa não tem condições de sediar jogos porque o local de acesso às delegações é inadequado em razão de contato muito próximo com a torcida, as barreiras físicas são de estrutura frágil, não há isolamento seguro da torcida visitante e o estacionamento de veículos tem materiais que podem ser utilizados como armas.

 Além disso, a entrada de veículos coincide com a entrada de torcedores, não há rotas de fugas para três portões, o 10 está em reforma e há venda de bebidas alcoólicas muito próxima do portão 8.

Logo após o anúncio do veto a nove estádios para a realização do Campeonato Paulistas deste ano, o presidente da FPF, Marco Polo Del Nero explicou que esse tipo de procedimento é rotina. "Faz seis anos que isso acontece. Se os clubes não entregam os laudos, nós vetamos. Se entram, nós liberamos", explicou o cartola.

"Evidentemente que ficou muito feliz de outros órgãos, como o Ministério Público, ajudem nesse trabalho de fiscalização. Mas tudo isso já é rotina para nós. Os time tem até hoje [quinta-feira], às 18 horas, para entregarem os laudos para a primeira rodada. Se isso não acontecer, os jogos serão em outro lugar", completou.

Del Nero ainda explicou que os torcedores não terão maiores problemas na rodada inicial do torneio. "Temos um acordo com os clubes, que eles só podem vender ingressos quando estiverem com os laudos. Mas sempre acontece de os times mandarem os documentos em cima da hora. E vetamos porque está na lei."

Estádios como o Morumbi, o Pacaembu e o Palestra Itália também só poderão ser utilizados com restrições. O Morumbi não poderá usar os setores Amarelo e Laranja das cadeiras superiores e o setor Laranja das cadeiras inferiores, locais onde há assentos de madeira que podem ser facilmente removidos, segundo apontaram os laudos. Esses setores têm capacidade para 9 mil pessoas.

O Pacaembu tem quatro restrições: o alambrado de frente ao portão principal é de fácil escalada e propício a invasões, veículos link de emissoras de televisão estacionam sobre a calçada na Rua Clovis Passalacqua, com exposição de cabos de energia na calçada e causando dificuldades para o acesso do público; a mureta é baixa na área de acesso ao tobogã e o vão entre os guarda-corpos é superior a 16 cm, o máximo permitido.

Os laudos apontaram como problemas no Palestra Itália o acesso das delegações ao vestiário por meio de fosso aberto, vãos maiores que os permitidos nos guarda-corpos, e impossibilidade de acesso das ambulâncias ao gramado. A Vila Belmiro foi aprovada pelo Corpo de Bombeiros, mas a PM apontou restrições decorrentes de problemas de colocação das câmeras de segurança e falta de numeração de assentos.



Fonte: Uol
Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais