Com suas duas décadas de carreira completadas em 18 de dezembro de 2009, João Cláudio Moreno chegou a dizer que sentiu-se desanimado para comemorar. Isso ele confessara em um dos quatro shows que celebraram esses 20 anos durante o último final de semana no Teatro 4 de Setembro, em Teresina. Entretanto, nem atraso de um mês para confraternizar com os fãs ou os problemas estagnados da sala de espetáculo que não consegue liberar mais de 350 lugares por sessão afastaram o público seguidor do artista, por muitos considerado o maior humorista do Piauí. Pelo contrário. João levou nas quatro sessões, segundo seu produtor, Sidarta Carvalho, 1.300 pessoas. E elas têm certamente uma boa parcela de culpa no fôlego que o artista aspira para seguir em frente.
Moreno disse que após esse rompante de sentimento vazio, seu ânimo ressurgiu ao ver inúmeros de seus videos postados por fãs na internet. Foi neste momento em que ele olhou para sua imagem como artista e percebeu a caminhada que havia feito. Talvez ele tenha assistido a uma de suas primeiras entrevistas na TV, onde diferentemente de vergonha, deu orgulho a um povo que nunca tinha se visto pelo tubo iconoscópico, a não ser como sinônimo de tragédia e flagelo. Ou uma de suas imitações clássicas que receberam parabéns até mesmo de seus originais. Ou com a voz de Luiz Gonzaga, cantando Ave-Maria Sertaneja durante a novena dos festejos de Nossa Senhora dos Remédios, em sua cidade natal, Piripiri.
Aliás, Piripiri mostra-se como um ponto de referência durante todo este show comemorativo. A começar pela entrevista de João feita pelo também piripiriense Enes Gomes, cantor e apresentador das televisões católicas Aparecida e Século 21, onde o humorista conta sobre sua vida e inspiração que só sua cidade poderia lhe dar.
João Cláudio e Benício Bem
No espetáculo propriamente dito, João desfia seu repertório de piadas de um jeito ímpar de modo que até aquelas não tão inéditas aos ouvidos do espectador soam novinhas em folha e provocam, inequivocadamente, o riso. Mesmo quando toca no assunto delicado da morte e da existencialidade, ao qual dedica boa parte do show, Moreno, sutil, realça a necessidade de viver e como o humor faz as pessoas se sentirem vivas.
Com sua sensibilidade sempre à flor da pele, João Cláudio oxigena-se com os aplausos a cada vez que a plateia se rende às suas histórias. E se mostra revigorado, mesmo após mais ou menos quatro horas perante o público: após o show, ele desce do tablado e aperta a mão de cada um que estava na audiência. A imagem que fica marcada, ao menos para mim, conterrâneo, admirador nem um pouco imparcial quando o assunto é João Cláudio Moreno é a mesma que ele usa ao cantar os versos de "Nine out of Ten" do disco Transa de Caetano Veloso: "I'm alive". Sim, ele está vivo e, pelo visto, no que depender de seus fãs, com muitos 20 anos de carreira pela frente.
Carlos Lustosa Filho
[email protected]
Fotos: Sidarta Carvalho
Moreno disse que após esse rompante de sentimento vazio, seu ânimo ressurgiu ao ver inúmeros de seus videos postados por fãs na internet. Foi neste momento em que ele olhou para sua imagem como artista e percebeu a caminhada que havia feito. Talvez ele tenha assistido a uma de suas primeiras entrevistas na TV, onde diferentemente de vergonha, deu orgulho a um povo que nunca tinha se visto pelo tubo iconoscópico, a não ser como sinônimo de tragédia e flagelo. Ou uma de suas imitações clássicas que receberam parabéns até mesmo de seus originais. Ou com a voz de Luiz Gonzaga, cantando Ave-Maria Sertaneja durante a novena dos festejos de Nossa Senhora dos Remédios, em sua cidade natal, Piripiri.
Aliás, Piripiri mostra-se como um ponto de referência durante todo este show comemorativo. A começar pela entrevista de João feita pelo também piripiriense Enes Gomes, cantor e apresentador das televisões católicas Aparecida e Século 21, onde o humorista conta sobre sua vida e inspiração que só sua cidade poderia lhe dar.
João Cláudio e Benício Bem
No espetáculo propriamente dito, João desfia seu repertório de piadas de um jeito ímpar de modo que até aquelas não tão inéditas aos ouvidos do espectador soam novinhas em folha e provocam, inequivocadamente, o riso. Mesmo quando toca no assunto delicado da morte e da existencialidade, ao qual dedica boa parte do show, Moreno, sutil, realça a necessidade de viver e como o humor faz as pessoas se sentirem vivas.
Com sua sensibilidade sempre à flor da pele, João Cláudio oxigena-se com os aplausos a cada vez que a plateia se rende às suas histórias. E se mostra revigorado, mesmo após mais ou menos quatro horas perante o público: após o show, ele desce do tablado e aperta a mão de cada um que estava na audiência. A imagem que fica marcada, ao menos para mim, conterrâneo, admirador nem um pouco imparcial quando o assunto é João Cláudio Moreno é a mesma que ele usa ao cantar os versos de "Nine out of Ten" do disco Transa de Caetano Veloso: "I'm alive". Sim, ele está vivo e, pelo visto, no que depender de seus fãs, com muitos 20 anos de carreira pela frente.
Carlos Lustosa Filho
[email protected]
