Cidadeverde.com

Marina Silva oficializa presidente da Natura como seu candidato a vice

Imprimir

A senadora Marina Silva (PV-AC) confirmou nesta quinta-feira o empresário Guilherme Leal, presidente da Natura, como vice de sua chapa para as eleições presidenciais deste ano. A manifestação ocorreu durante evento promovido pela Federasul, em Porto Alegre.


O empresário filiou-se ao PV no ano passado, juntamente com a senadora acreana. "Fiz questão de que ele se filiasse em tempo hábil de concorrer, justamente pelo seu compromisso com a agenda ambiental e por trabalhar, como empresário, a questão da sustentabilidade desde que este tema não era moda", argumentou Marina.




Também presente no evento, Leal assumiu que a intenção de participar da composição já estava definida quando decidiu ingressar no partido em setembro do ano passado. "Os desejos estão colocados, a disponibilidade de servir a um projeto político também. Tive oportunidade de dizer na data da filiação que este era um gesto político e que estava a serviço do movimento que a senadora estava fazendo", relatou o empresário.


A aproximação entre Marina e Leal faz parte da estratégia eleitoral do PV. A sigla quer ampliar a agenda puramente ambiental, agregando a pauta do desenvolvimento. "Não vamos fazer um debate para o País medindo os dois passados (do governo Lula, do PT, e do de Fernando Henrique Cardoso, PSDB). Vamos sim é apontar para o futuro a partir das conquistas em termos de infraestrutra, educação, saúde e habitação, preservando as preocupações com a sustentabilidade", explicou a senadora.



O discurso de que é necessário "transitar para o futuro", que será adotado pelos verdes na disputa presidencial, procura um caminho alternativo à proposta do PT, de promover através de Dilma Rousseff uma campanha plebiscitária entre o governo petista e do PSDB, que terá o governador de São Paulo, José Serra, na disputa.


"O plebiscito entre a contribuição do sociólogo e a do operário é um reducionismo das suas contribuições. As pessoas não encaram as conquistas como o fim da história, mas como um processo e, nele, o PV está se colocando de forma adequada. Não vamos ter uma visão aventureira e reducionista em relação às conquistas sociais e econômicas. Na democracia, precisamos perder esta visão patrimonialista. O que é um ganho para a sociedade", apontou Marina.


A senadora também rebateu a alegação de que a disputa deste ano seria entre dois gestores (Serra e Dilma). Para ela, colocar a eleição nestes termos é retroceder.


"A conquista do sociólogo (Fernando Henrique) foi para que pudéssemos desmistificar de que só uma visão tecnocrática poderia chegar à presidência. Depois, Lula confirmou que isso não era uma verdade absoluta. Voltar à pauta de que a eleição tem que ser entre dois gestores é diminuir o debate político, o olhar e a capacidade de manejar competências para fazer deste País o que ele precisa ser."


Marina falou ainda das poucas possibilidades de o PV formar alianças. Recentemente o P-Sol decidiu não apoiar sua candidatura, contrariando o desejo da também senadora Heloisa Helena (P-Sol).


"Sabíamos que era difícil de ambas as partes. Mas o diálogo continua. Acho que a nova política se faz também assim, não necessariamente se tem que abrir mão de seus programas e diferenças simplesmente por um cálculo pragmático de tempo de tevê. Isso não iríamos fazer", disse, completando que, mesmo sem alianças formais, o partido irá buscar "fazer alianças com os núcleos vivos da sociedade". Segundo ela, "há um campo enorme para o diálogo com os empresários, academia e juventude".


Marina Silva explicou que a decisão de não concorrer novamente ao Senado, lançando-se à disputa presidencial, cumpre com o objetivo de "fazer com que o Brasil se posicione na vanguarda do processo sustentável de crescimento".


E até brincou sobre sua saída do PT: "Tive 30 anos da minha vida investidos naquele barbudo", provocou, referindo-se a Lula. Em outro ponto, também acentuou que não é inimiga de Serra, Dilma ou de Ciro Gomes (PSB), outro presidenciável. "Quero, ao invés do embate, o debate sobre o Brasil que queremos", concluiu.



Fonte: Jornal do Commercio


Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais