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Eliminação deflagra atraso salarial e rotina de medo no Palmeiras

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Logo após a eliminação precoce do Campeonato Paulista, parte da turbulência interna enfrentada pelo Palmeiras foi externada. Depois do empate por 1 a 1 com o Mirassol, no sábado, o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo confirmou ter recebido ameaças de morte e, na última segunda-feira, foi a vez do vice-presidente Gilberto Cipullo revelar atraso no salário dos jogadores alviverdes.



“Os jogadores entendem essa situação, até porque não é um privilégio somente do Palmeiras. Qual clube do país não está com ao menos um mês de direitos de imagem atrasados? Não é o Palmeiras que está atrasado, mas sim o Brasil”, discursou Gilberto Cipullo, tentando justificar o atraso.

Apesar do atraso nos direitos de imagem (artifício usado pela maioria dos clubes para pagar menos imposto) servir até como justificativa para o desempenho irregular da equipe, o grande problema enfrentado pelo Palmeiras atualmente é muito maior. Dirigentes e jogadores admitem temer pela própria segurança, tudo em virtude das ameaças e pressão dos torcedores.

O caso envolvendo o presidente do clube foi apenas o último que se tornou público. Desde o ano passado, Diego Souza e Gilberto Cipullo já foram intimidados, além de Vagner Love, que acabou sendo agredido e, posteriormente, preferiu trocar o Palmeiras pelo Flamengo.

“Mal os palmeirenses tiraram o Vagner Love do clube, esse fato voltou a acontecer”, lamentou Savério Orlandi, diretor de futebol palmeirense. “Não existe constrangimento a ponto de refletir no desempenho do time. Os jogadores podem ficar apenas um pouco mais reclusos”, minimizou.

Além dos jogadores, o próprio presidente alviverde também não tem aparecido em público com a mesma frequência de antes. Apesar de o diretor de futebol dizer que esta postura foi adotada desde o início do ano “pelo que aconteceu no ano passado”, Belluzzo tem dado declarações abatidas sobre a sua situação no clube e buscado conselhos com o governador José Serra e com membros da Secretaria de Segurança de São Paulo.

Mesmo com toda a turbulência, o mandatário alviverde reforçou a intenção de permanecer até o fim do seu mandato, que termina em janeiro de 2011. Para isso, no entanto, o presidente terá de criar soluções para domar os ânimos dos torcedores, principalmente os organizados, que no último jogo classificaram jogadores de “pipoqueiros” e promoveram um boicote ao jogo com o Mirassol.

Curiosamente, uma das principais crises da administração Belluzzo ocorreu quando o presidente insultou o São Paulo, com gritos de “vamo matar os bambi [sic]”, justamente em uma festa realizada na quadra da principal torcida organizada palmeirense.



Fonte: Uol
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