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Tragédia de Cocal: 1 ano depois, ainda há abandono aos sobreviventes

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O cenário é de abandono e desolação. Um ano após o rompimento da barragem Algodões, em Cocal (268 km de Teresina), a equipe de reportagem da TV Cidade Verde visitou a cidade e retrata em três episódios o drama das famílias que perderam tudo com a enxurrada.


No dia 27 de maio do ano passado, povoados inteiros foram dizimados  por tromba d´água que causou destruição em Cocal da Estação. Mais de duas mil pessoas ficaram desabrigadas e nove morreram na tragédia. 





601 famílias foram diretamente atingidas em Cocal e hoje sofrem com a falta de moradia e assistência. A repórter Indira Gomes percorreu o que sobrou da barragem e do rio Pirangi.


“Para ter idéia do que aconteceu fomos até a zona rural do município. Um imenso vale entre as serras é o rastro deixado pelos 51 milhões de metros cúbicos de água que passaram sem poupar vidas”, revela Indira.




Impacto

A impressão é de um lugar criado para causar impacto. Até onde a vista alcança, tem uma infinidade de pedras.  Rochas de todos os tamanhos que foram descobertas do sub solo ou trazidas pela força da correnteza. Segundo Indira, nada lembra o cenário que atraia cocalenses e turistas.


“Nessa região, a água do rio que descia com o controle da barragem permitia a instalação de projetos de pscicultura e ate vários 3 balneários  com pesque e pague e churrascaria”, lembra.

 

Sem festa

 A equipe de reportagem chegou a Cocal no dia do aniversário do Sindicato dos Produtores Rurais locais. Aniversário sem festa, sem alegria. Os produtores ainda amargam os prejuízos das lavouras perdidas e os animais mortos. Segundo o presidente do sindicato, Joaquim Maria Siqueira, agricultores haviam feito empréstimos para melhorar o plantio e não conseguem arcar com os valores.





Seu Sebastião Pereira dos Santos é um exemplo. Sua casa, que fica numa comunidade onde havia mais 150, foi a única que permaneceu em pé com a passagem da água. Isso por conta da altitude em que foi erguida. Quando Antônio Marcus, filho do agricultor, percebeu o que estava acontecendo, conseguiu levar a família para o alto do morro, onde passaram a noite inteira, sem entender direito as consequências pelas quais ainda iam passar aqueles moradores.


O rapaz explica que hoje, sem estrada e se condição da passagem de veículos, os irmãos e primos demoram uma hora caminhando até a zona urbana de Cocal para irem à escola. Há dias em que as crianças perdem aula pela longa distância.





O pai, seu Sebastião, se emociona quando lembra que a honra de homem do campo se envergonha da "esmola" que o governo pretende dar. "Perdi gado, porco, galinha, roçado. Fiz empréstimo no banco. Não é possível ser alegre. Não tenho costume de pedir esmola", diz.




Leilane Nunes (Com informações de Indira Gomes)
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