O diretor do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina, Marcelino Lopes, declarou durante audiência pública na manhã desta sexta que se o reajuste da passagem de ônibus não for mantido, os empresários não terão como arcar com o aumento de 12% já acordado com motoristas e cobradores de ônibus.



A audiência pública foi proposta pelo Ministério Público para tratar sobre a polêmica referente ao aumento 8,4% no valor da passagem, que ficou em R$ 1,90. O reajuste foi motivo de manifestação do promotor Fernando Ferreira, que chegou a conseguir uma liminar com o juiz Oton Lustosa, que mandou redução imediata para o valor antigo. A Superintendência de Transportes e Trânsito de Teresina conseguiu aprovação do recurso que provocou a queda da liminar.



O diretor afirma que em dezembro de 2009 a planilha de custos do transporte foi discutida no Conselho Municipal de Transito, com vereadores, que já sinalizava o aumento da passagem. "Essa planilha é clara. É utilizada em todo o Brasil. Nós tivemos dois reajustes nos salários dos servidores que não foram repassados, que é o do ano passado e desse ano. E isso onera em quase 13% o preço total. Com certeza, se o preço não subir, os empresários não terão como pagar o reajuste", declarou.

Entretanto, o diretor disse que não acredita que o preço da passagem vá baixar porque, segundo ele, "tudo aumenta nesse país".



Reação dos motoristas

O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Francisco das Chagas Oliveira, afirmou que não há motivos para que o Setut descumpra um acordo que foi assinado pelas duas partes. "O acordo foi assinado pelos dois sindicatos. E eles mesmos disseram que o aumento no salário não tem nada a ver com o aumento na passagem. Não há nenhuma cláusula no acordo que coloque essa condição", afirmou.



Francisco das Chagas disse ainda que, caso o Setut descumpra o acordo, ele irá reunir a categoria e pode deflagrar a greve.




Flash de Carlos Lustosa Filho
Redação de Leilane Nunes
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