O presidente da Cico, delegado Bonfim Filho, classificou como "midiática" a atitude do advogado Wendel Oliveira que acusou o delegado Danilo Melo de arbitrariedade. Oliveira é o advogado que defende o policial civil Francisco Carlos, o Carlão, denunciado por extorquir o falsário Guerino Minervino e afirmou que o delegado Melo não lhe permitiu ter acesso ao inquérito do caso.

“O que o Wendel quer é mídia e aqui ele não vai ter mídia. O delegado Danilo deixou cópias das peças que o delegado solicitou com o pessoal de plantão na Comissão. O advogado disse que iria na DPCA falar com o cliente e depois voltaria. Mas o que ele queria era levar o inquérito com ele. Ele não pode pegar o inquérito, colocar debaixo do braço e levar para casa. Quando o processo estiver na Justiça ele pode levar”, descreve Bonfim.

Wendel Oliveira

O presidente da Cico diz que não permitirá atos abusivos por parte de qualquer advogado. “Aqui não é Casa de Mãe Joana, não vamos permitir que as pessoas cheguem aqui dando ordens. Ele queria porque queria levar o inquérito debaixo do braço. Quando está no âmbito da justiça ele pode fazer até carga, mas retirar o inquérito da delegacia quando o inquérito está sendo instaurado é inadmissível. Não vamos esconder nada. Ele pode folhear o inquérito do início até o fim, mas levar, não”, desabafa Bonfim Filho, acrescentando que existe a súmula vinculante de número 14 do STF que garante acesso dos advogados aos autos, mas que isso não quer dizer que estes possam levar o processo pra onde queiram.

O delegado Bonfim disse ainda que recebeu o telefonema do presidente da OAB, Sigifroi Moreno e do presidente do Conselho de Ética da Ordem, Afonso Teles. “Nós temos todo o apoio da OAB, do próprio conselho de ética. O Sigifroi me ligou e disse: ‘nunca recebemos na OAB reclamação deste sentido, vocês tem o nosso apoio’”, garante Bonfim. Para ele,  esse é um fato isolado e nunca houve reclamação por parte dos advogados de que a Cico estaria dificultando o acesso aos autos.