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Goleiro do Atlético-MG foi último a falar com Eliza Samudio

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O goleiro do Atlético-MG, Marcelo dos Santos Marinho, foi a última pessoa a falar com Eliza Silva Samudio, 25 anos, antes de ela ser sequestrada no dia 4 de junho por Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e o adolescente J., 17 anos, primo do goleiro Bruno Fernandes de Souza, no Hotel Transamérica, no Rio de Janeiro.


De acordo com o relatório da Polícia Civil de Minas Gerais, redigido pelo delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigação de Homicídios de Belo Horizonte, entregue na última sexta-feira ao Ministério Público de Contagem, e ao qual o Terra teve acesso, entre as 20h58 e 21h11 do dia 4 de junho, Eliza conversou com Marcelo por mais de 10 minutos.


De acordo com o mapeamento feito pela operadora de telefonia, foram quatro ligações, todas efetuadas por Eliza, a partir do rádio e do telefone celular de Macarrão. A primeira durou 2 segundos; a segunda, 503 segundos; a terceira, 15 segundos, e a última, 112 segundos.


Marcelo contou, em depoimento aos delegados que apuraram o sumiço e possível assassinato de Eliza, que a jovem teria conversado com ele sobre a situação embaraçosa que vivia com Bruno. Nas folhas de numeração 150/153, anexadas ao inquérito, Marcelo afirmou ainda que sabia das relações sexuais de Eliza com Bruno e também das supostas agressões que ela havia sofrido no ano passado.


"Marcelo, eu vim aqui para o Rio de Janeiro para passar uns dois ou três dias e já estou aqui há quase um mês, mas agora que as coisas já se resolveram com o Bruno eu vou para Belo Horizonte e devo chegar aí por esses dias e te procuro", teria dito Eliza ao jogador do Atlético-MG, que já passou por Corinthians e Bahia e atualmente está afastado do elenco principal do time comandado por Vanderlei Luxemburgo, segundo a assessoria do clube.


O delegado Edson Moreira, no relatório encaminhado à juíza Marixa Fabiane Lopes, do Tribunal do Júri de Contagem, e ao promotor de Justiça Gustavo Fantini, escreve: "Os dizeres do depoente são harmônicos com os registros telefônicos de Eliza. (...) Na noite do dia 04/06/10, momentos antes do seqüestro, verificamos que Eliza fala com o depoente através do ID*** (omitido pelo Terra) e com o rádio *** (omitido pelo Terra), este utilizado pelo indiciado Luiz Henrique Ferreira Romão, vulgo Macarrão. Salientando que a última ligação telefônica de Eliza no dia 04/06/2010 foi às 21h11, oportunidade em que falou com a testemunha Marcelo dos Santos Marinho".


O Terra procurou a assessoria de imprensa do Atlético-MG, atual clube de Marcelo, mas não conseguiu contato com o jogador.


O caso


Eliza desapareceu no dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.


No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estava lá. A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.


Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.


No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.


No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno responderá como mandante e executor do crime. Além dos oito que estão presos, a investigação apontou a participação da atual amante do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, aguarda decisão do Juizado de Menores e pode pegar até três anos de internação.


Fonte: Terra

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