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Brasil deve atingir menor nível de desigualdade em 50 anos, diz FGV

O Brasil está prestes a atingir o menor nível de desigualdade social desde 1960, aponta estudo da FGV (Fundação Getulio Vargas). A projeção é baseada no índice de Gini --que varia de zero a um; quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade.


Para 2009, a FGV aponta um índice de 0,5448. O número aumento muito nas décadas de 70 a 90 e passou a cair em 2001. Segundo o coordenador do estudo, Marcelo Neri, a desigualdade cai repetidamente desde o início da década e os indicadores atuais apontam continuidade nesse processo.


Os dados integram o estudo "A nova classe média: o lado brilhante dos pobres", divulgado nesta sexta-feira pela FGV.


Neri afirma que, após a recessão de 2003, o Brasil tinha 49 milhões de pobres. Até 2008, segundo o especialista, 19,5 milhões saíram da pobreza.


Apesar do resultado positivo, Neri ressalta que o país ainda está entre os dez países com maiores índices de desigualdade no mundo. De acordo com o economista, no ritmo atual, o Brasil precisaria de 30 anos para atingir o nível de desigualdade registrado nos Estados Unidos.


A FGV considera que os brasileiros com renda mensal de até R$ 144 por pessoa estão na linha de pobreza. 


Renda
Em artigo publicado na Folha na quinta-feira, Neri revelou que a renda dos brasileiros mais pobres avançou mais que a dos mais ricos no ano passado. Os 40% mais pobres tiveram ganho de 3,15% e os 10% mais ricos, de 1,09%.


Os cálculos foram feitos com base na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), e integram o estudo divulgado hoje. Na média, a renda per capita dos brasileiros cresceu 2,04% entre 2008 e 2009.


De 2003 a 2008, a renda per capita dos brasileiros cresceu mais que o do PIB (Produto Interno Bruto). Enquanto o PIB avançou 3,78% ao ano e a renda se amplicou em 5,23% ao ano, em termos per capita (descontado o crescimento populacional).


Ano passado, o PIB per capita caiu 1,5% (por conta da crise, mas a renda medida pela Pnad subiu 2,04%.


Neri diz que o Brasil vive um crescimento comparável ao da China, mas diz que o avanço econômico no Brasil tem qualidade superior ao do país asiático.


"O boom brasileiro recente seria de melhor qualidade que o chinês pois vem acompanhado de maior equidade, enquanto a China vive uma crescente desigualdade similar a que vivemos durante o milagre econômico brasileiro dos anos 60, bem detalhado no livro seminal de Carlos Langoni."


Fonte: Folha

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