Cidadeverde.com

Previdência privada cresce 16%, mas só atinge 4% dos brasileiros

O mercado de previdência privada arrecadou R$ 23,1 bilhões entre janeiro e julho deste ano, 16,46% acima do resultado no mesmo período de 2009. Somente em julho, foram R$ 3,3 bilhões, 7,6% a mais do que no mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados nesta terça-feira pela Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), entidade que reúne 65 sociedades seguradoras e 15 entidades abertas de previdência complementar.


Apesar do crescimento, apenas 4% das famílias investem no produto no país, revela um estudo realizado pela Kantar Wordpanel, a pedido da entidade. O levantamento foi extraído de uma base de 8,2 mil domicílios, amostra que representa 81% da população domiciliar brasileira e 91% do potencial de consumo residencial no Brasil.


A região em que a população mais aplica em previdência privada é a Sul, com 8% de penetração nos lares. As famílias da localidade também são as que destinam maior volume de recursos para o produto, R$ 1.353 anuais, 13% acima dos R$ 1.167 da média do país. Em seguida aparecem: o interior de São Paulo (6% de penetração e R$ 1.165 de reservas), Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais (5% e R$ 1.075), Grande São Paulo e Grande Rio de Janeiro (4%, R$ 1.182 e R$ 849, respectivamente).


Por último, aparecem o Centro-Oeste, aonde apenas 3% dos domicílios têm plano de previdência privado, sendo a contribuição de R$ 1.346, e as regiões Norte e Nordeste, com 2% das casas que têm o produto e R$ 969 de pagamento anual.


O estudo aponta ainda que o número de famílias que planeja poupar parte de sua renda cresceu de 29% para 44% entre 2008 e 2009 --não necessariamente em previdência privada. Por isso, a federação vê um forte potencial de crescimento da previdência privada no país. Atualmente, são 9,7 milhões de planos contratados e R$ 201 bilhões em ativos. Há cinco anos, os ativos eram de R$ 68 bilhões. "Praticamente triplicamos de tamanhos nos últimos cinco anos, um crescimento expressivo, e ainda há muito espaço para crescimento", avalia o vice-presidente da Fenaprevi, Renato Russo.


Por classe 
Entre a população de classe AB, com renda acima de dez salários mínimos mensais (R$ 5.100), a previdência complementar está presente em 10% dos lares. Na classe C, que abrange famílias que ganham entre quatro e 10 mínimos, o índice cai para 4%, o mesmo da média geral do Brasil. Na DE, com ganhos de um a quatro mínimos, fica em 1%.


Segundo Russo, um dos principais limitadores para essa indústria é a falta de capacidade de poupar da população, o que se agrava quando a renda é menor. Além disso, "há uma tendência de consumo, impulsionada pelo crédito". "Muitos brasileiros gastam mais do que ganham. Por isso, é importante fazer um programa de educação financeira". 


Tipo
Segundo a Fenaprevi, o crescimento de 16,46% nos primeiros sete meses do ano foi puxado pelos planos VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), que se popularizaram por serem indicado ao investidor que não declara Imposto de Renda pelo modelo completo. A modalidade somou R$ 18,2 bilhões, alta de 19,38% frente ao acumulado no mesmo período de 2009. Somente em julho, foram R$ 2,6 bilhões, crescimento de 7,5% em relação a julho do ano passado.


Já o volume de contribuições do PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), mais indicado para quem faz a declaração completa do IR, registrou R$ 3 bilhões de janeiro a julho, com expansão de 14,32%. Em julho, teve alta de 13,20% com R$ 442,8 milhões.


A Bradesco Vida e Previdência lidera o ranking de captação, com 31,48% do total arrecadado, seguida por Itaú Vida e Previdência (20,69%), BrasilPrev (18,94%), Santander Seguros (9,60%), Caixa Vida & Previdência (5,61%), HSBC Vida e Previdência (3,96%), Safra Vida e Previdência (3,64%), Icatu Seguros (1,18%), Sul América (1,15%), Metropolitan Life (0,66%). As demais seguradoras somam, no total, 3,09% do valor arrecadado.


Fonte: Folha

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais