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Drica Moraes em entrevista: "Eu nunca pensei em botar peruca"

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Drica Moraes concedeu uma entrevista ao “Fantástico” no domingo (31) em que falou sobre sua luta contra a leucemia. “Eu vibro com qualquer coisa que eu viva. Passei 120 dias no hospital, em uma clausura, janela lacrada, o toque zero, não podia abraçar, não podia tocar. Recebia visitas muito esporádicas. Teve fase que só podia entrar de um em um no quarto. Épocas em que você está podendo ter hemorragia, você não pode escovar o dente. Fiquei dois meses sem escovar os dentes. Passa um tempo, você se sente um réptil, um calango. E muita solidão. Mas a solidão, aparentemente, ela assusta, mas é o lado salvador, porque é o lado onde você encontra força. E eu quero viver!”


Descoberta da doença

A atriz contou como descobriu a doença. “Eu peguei virose, as explicações eram: ‘você está cansada, está com filho novo, pegou virose do filho’. No começo de 2010, eu comecei a ter os gânglios, e realmente uma fadiga enorme mais desmaios. Daí foi diagnosticado o câncer, e aí eu acho que é a hora que você morre. Receber a notícia que você está com leucemia, acho que este é o momento mais duro. Acho que é o pior momento”, afirmou em entrevista à jornalista Renata Ceribelli.

A atriz conta que dependia de um transplante de medula óssea e nenhum dos irmãos era compatível. “Os meus seis irmãos foram fazer o exame para ver se éramos compatíveis, se poderiam ser meus doadores. E de seis, nenhum era compatível”.


 Internação

Drica ficou três semanas internada, fazendo quimioterapia. Recebeu alta, mas cinco dias depois, teve uma recaída e passou mais 34 dias internada. “Foi uma segunda fase muito difícil. Você chora. Também teve uma época de muita raiva que eu comecei jogar coisa na parede. Jogava garfo, talher, com raiva”, revela.

Debilitada e sem imunidade, Drica teve que ficar isolada em um quarto de hospital. Ela afirma que encontrou forças em seu filho adotivo, Mateus, de 1 ano. “Mateus foi meu norte, minha bússola. O rosto dele, o sorriso dele que quando eu fechava meu olho eu falava: ‘É para ele que eu estou aqui. Eu preciso dele e ele precisa de mim”, confessa Drica.


Isolamento

Drica Moraes afirmou que o isolamento foi complicado. A atriz fez dois pedidos ao médico: “’Eu preciso ter alguns momentos com meu filho, eu preciso que meu filho me visite’. Ele falou: ‘mas ele é muito pequeno, ele vai babar em você, tem as bactérias, os vírus’. Eu falei: ‘se eu sobrevivi a tanta coisa, eu vou sobreviver a uma baba do meu filho. E eu preciso ter uns momentos com meu namorado, que eu estava acabando de começar um namoro que foi fantástico. Ele está sendo um parceiro. Eu preciso trancar a porta daquele quarto e que ninguém entre’. O médico falou: ‘A porta trancada, se você não tiver nem quimioterapia, nem transfusão de sangue, nem medicamento, você pode. Mas não conta para ninguém’”, diz.

Os médicos também liberaram a visita do filho, Mateus, mas com a condição de abraçá-lo por trás. ”Eu fiquei pensando: ‘meu Deus como é que eu vou abraçar meu filho por trás? Menino de um ano’. Abriu-se a porta, Mateus entrou, olhou pra mim, aí ele veio andando devagarinho. Virou de costas, botou a mãozinha assim e abraçou a minha careca. Deu a volta em mim e foi beijar minha careca. Sem nenhum ensaio. Ninguém falou nada para ele. Como é que uma criança faz isso?”, questiona a atriz.


Perda dos cabelos


A atriz afirma que perder os cabelos foi o mais tranqüilo: “Nunca tive problema com isso. Zero problema. Eu nunca pensei em botar peruca. Pensei: ‘Tenho que tomar remédio, tinha que tomar transfusão, e ainda vou me preocupar com peruca?’”.


”Um grande bebê”


Com a medula nova, o organismo perde todas as proteções que adquiriu ao longo da vida. “Eu não tenho hoje vacina contra poliomelite, hepatite, meningite, eu não tenho nada que um bebezinho de dois, três meses esteja tomando. Eu sou um grande bebê, de 41 anos. Eu não posso estar em lugares fechado com mais de (nesse momento a atriz contabiliza o número de funcionários nos bastidores) vinte pessoas, pois eu tenho que colocar uma máscara. Eu não posso estar com ninguém gripado, com ninguém com febre. Meu filho está com febre e eu tenho que sair de casa. Não posso comer comida crua. Eu não posso um monte de coisas, até um ano após o transplante. Depois de um ano, você passa a tomar todas as vacinas e volta a ser um cidadão normal. Então, esse ano será decisivo do que serão os outros, muitos, que eu tenho pela frente”, explica.




Fonte: Quem Online

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