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Forças policiais e militares mantêm o cerco ao Complexo do Alemão, no Rio

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As forças policiais e militares mantêm neste sábado (27) o cerco montado ao Complexo do Alemão, grande conjunto de favelas na zona norte do Rio de Janeiro. Desde a tarde de ontem, 800 homens da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército estão posicionados nos 44 acessos do complexo. Segundo as autoridades, o cerco não tem hora nem dia para acabar.



De acordo com o coronel Lima Castro, relações públicas da Polícia Militar, os traficantes estão encurralados. Mais de 1.500 homens, incluindo forças policiais e militares, participam do cerco e das operações de varredura na favela Vila Cruzeiro, ocupada pelo Bope (Batalhão de Operações Especiais) desde o começo da noite da quinta-feira (25).

Homens do Bope, Polícia Militar e Polícia Civil continuam na favela em busca de armas, drogas e até corpos na Vila Cruzeiro. Segundo o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, o Bope permanece no território recuperado ainda sem prazo determinado. Cães farejadores também são utilizados na varredura. Conforme registrou a reportagem do UOL Notícias o rastro deixado na favela é de destruição e moradores acuados.

A polícia afirma que ainda há criminosos escondidos na comunidade, mas muitos deles fugiram para o vizinho Complexo do Alemão, onde a polícia acredita haver 500 traficantes reunidos. “Os marginais estão abatidos. São todos covardes, fugiram ontem igual lebres”, disse o coronel Álvaro Garcia, chefe de Estado Maior da Polícia Militar.

No coração do tráfico
“Estamos no coração da facção”, declarou nesta sexta-feira o coronel Lima Castro, referindo-se ao Comando Vermelho, grupo criminoso que está por trás dos ataques que espalharam veículos incendiados e pânico na capital fluminense e região metropolitana desde o último final de semana. Lima Castro frisa que, historicamente, a Vila Cruzeiro era conhecida como uma região estratégica para a concentração e distribuição de armas para traficantes do Rio.

O relações públicas da PM acredita que o tempo está a favor da polícia, e acrescenta que a “inquietação” é também uma arma importante quando se pretende tirar pessoas de determinado território. Lima Castro sustenta que o cerco dificultará provimentos aos marginais, no que diz respeito tanto a munição como a alimentos.

O policial não esconde que uma operação como esta traz riscos à população, principalmente àqueles moradores da região conflagrada, mas argumenta que este é um momento de sacrifício de toda a cidade. “A operação ocorre visando não pôr inocentes em risco, o que não significa que algumas pessoas não sejam feridas”, pondera Lima Castro.

Apoio militar
Após o pedido do governador Sérgio Cabral e o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as Forças Armadas entraram em ação em coordenação com as forças policiais. Além dos 800 homens da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército, a operação sem precedentes na história do Rio de Janeiro contra o tráfico de drogas conta ainda com o apoio de veículos blindados.

A Marinha está colaborando com pelo menos 15 blindados. Quatro deles do modelo CFN Anfíbio 7A1, de fabricação norte-americana, conhecido como Clanf (Carro Lagarto Anfíbio), capaz de transportar 21 homens; seis blindados M 113, que podem transportar 11 homens; de fabricação suíça, são cinco blindados modelo Piranha, com capacidade para transportar dez homens.

O capitão de mar e terra Carlos Chagas, comandante dos Fuzileiros Navais, esclarece que a missão dos 88 fuzileiros mobilizados é apoiar na logística do transporte de policiais e abrir terrenos, passando por cima de barricadas, como o que foi visto na quinta-feira na Vila Cruzeiro.

“Com toda tranquilidade, os blindados têm resistido muito bem”, afirma o comandante Chagas ao lado de um M 113 atingido por balas de fuzil, mas praticamente sem dano. “É muito gratificante participar de uma operação como essa. Os policiais nos dizem que eles têm chegado a locais onde nunca haviam chegado”, diz Chagas.

O Exército também está presente com cinco Urutus –mesmo veículo utilizado pelas forças da ONU no Haiti. O general Fernando Sardenberg, comandante da Brigada de Infantaria Paraquedista, diz que seu efetivo está à disposição da Secretaria de Segurança por prazo indeterminado.
 
Por sua vez, a Aeronáutica disponibilizou pelo menos dois helicópteros blindados aptos a realizarem operações noturnas.

Fonte: Uol

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