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Demitido, técnico das Sereias da Vila reclama da diretoria

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A superação das dificuldades iniciais, o sucesso meteórico e os títulos expressivos não foram suficientes para a manutenção de Kleiton Lima no cargo de técnico das Sereias da Vila, time de futebol feminino do Santos. Após desentendimentos e uma certa incompatibilidade de ideias, a diretoria santista decidiu demitir o treinador, que dirigia, de forma simultânea, a seleção brasileira da modalidade.



Pego de surpresa com a decisão, Kleiton Lima fez questão de relembrar os obstáculos que enfrentou para colocar o futebol feminino nacional no patamar dos dias de hoje. "Foram 13 anos de muita luta, de muito suor, de semeadura.

Eu recordo que, no início, eu tinha de ser treinador, preparador de goleiros, massagista, preparador físico; minha casa servia de alojamento para as atletas... Até que em 2007 conquistamos títulos expressivos - o Brasileiro e o Campeonato Paulista - e despertamos o interesse pela modalidade e acabamos conquistando um espaço maior no Santos", enumerou.

Contudo, apesar do amparo e da estrutura que recebeu da equipe alvinegra, Kleiton explicitou a falta de sincronia com a nova administração, que assumiu o gabinete santista após a eleição de dezembro de 2009 (capitaneada por Luís Álvaro de Oliveira). O treinador revelou ter acumulado rusgas com alguns diretores, porém não acreditava que elas desencadeassem sua saída.

"Insatisfação é a palavra que ilustra minha demissão. Era algo que eu não esperava. Eu não imaginava começar o ano de 2011 sem minha casa, minha segunda casa. Principalmente por tudo que foi construído desde 1997", lamentou.

Para caracterizar a falta de apoio da diretoria em relação ao futebol feminino, Kleiton usou o exemplo do Mundial. Após emancipar uma Copa Libertadores, ele - juntamente com o clube que virou a "capital" da modalidade - alimentava o desejo de criar um Mundial Interclubes, o qual aumentaria a visibilidade das mulheres com a bola nos pés. No entanto, a empolgação de outrora não foi a mesma e o portentoso projeto Sereias da Vila começou a virar alvo de dúvidas.

"O que eu sinto é que a modalidade passou a ser tratada como algo supérfluo. No final de 2008, tínhamos um planejamento para 2009. Nós sabíamos tudo, já tínhamos uma oferta às jogadoras, sabíamos das dificuldades e onde encontrar o respaldo, se necessário. Briguei muito para ter o Mundial Interclubes.

 Eu fiquei triste porque eu vi um projeto e, nesse ano, muitas dessas coisas não tornaram-se realidade. Estou preocupado com o futuro das Sereias. Ouvi do diretor que ainda não tem patrocinador para 2011. As atletas precisam de uma segurança, o ano está terminando e elas não sabem o que serão delas. O futebol feminino já tinha passado dessa fase. Mas, terminar o ano sem que as meninas saibam se vão continuar ou não? Vejo que o projeto não avançou, estagnou", criticou.

A partir do dia 3 de janeiro, a equipe praiana disputará um torneio amistoso - sem a chancela da Fifa - na cidade de Araraquara (Torneio Internacional Interclubes), que terá a participação do Palmeiras, do Foz Cataratas-PR e do Umea, que sequer é o atual campeão sueco.


Fonte: Gazeta

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