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UFPI veta colação de grau na ADUFPI e formandos vão à Justiça

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Vinte concludentes da turma 2010/2 de História da Universidade Federal do Piauí - UFPI - estão com colação de grau marcada para a noite de quinta-feira (6). Porém, eles receberam documento confirmando o impedimento da mesma ocorrer na Associação dos Docentes - ADUFPI - ou qualquer entidade sindical. Sem a presença do reitor Luís dos Santos Júnior ou algum representante, a solenidade não será válida. Mas os estudantes prometem realizar o evento de qualquer jeito, a partir de 20h. 

Fábio Lima/Cidadeverde.com
Marluce e os colegas de turma: clima de festa já se foi

A formanda Marluce Moraes, presidente da comissão de formatura, recebeu documento assinado pela chefe de gabinete da reitoria, Carminda Reis Silva, informando que a colação é ato solene da Assembleia Universitária e deve ocorrer em ambiente "destinado para este fim". "Portanto a UFPI, através da sua administração superior, informa a impossibilidade de a cerimônia nas dependências da ADUFPI ou qualquer entidade sindical", acrescenta. A chefe de gabinete ainda sugere que a colação seja feita no espaço Rosa dos Ventos, na própria UFPI. 

A turma já conseguiu o local de última hora, e alega ter tido problemas com o espaço anterior. Os alunos receberam isenção da ADUFPI no valor da taxa. Ainda assim, foram pagos R$ 5 mil com decoração e outros custos da solenidade. Parentes do Pará, Ceará, Maranhão e interior do Piauí foram convidados. Para impedir outra dor de cabeça, eles impetraram um mandado de segurança na Justiça Federal, mas temem que o recesso impeça a liminar de sair a tempo. A alegação é de que não existe nada nas Normas Diretivas de Outorgas de Grau que vete o espaço.

"A gente só quer colar grau! Não é por birra, não é por força política. Não dá tempo arranjar outro local e arrumar outra empresa. O espaço da Rosa dos Ventos é aberto, seria preciso refazer toda a decoração", explica Marluce Moraes. Segundo ela, o cerimonial da UFPI sobre o novo local em 17 de dezembro. No dia 29, ela recebeu informalmente a notícia do veto. O documento da chefia de gabinete, datado do dia 3, teria sido entregue somente ontem, data do descerramento da placa.

"O clima ele (reitor) já conseguiu acabar", acrescentou o concludente Sérgio Ricardo Melo. 

No clube da ADUFPI também está a sede do sindicato, presidido por Mário Ângelo Sousa, opositor ao reitor Luís Júnior. Diretor de imprensa da entidade, o professor Magnus Pinheiro criticou a decisão que, segundo ele, instaurou clima de "terror" na turma e tirou tranquilidade e alegria de um momento de festa. 

Resposta
Por meio de nota, a UFPI informou que vários ambientes foram oferecidos para a turma, e recusados. Diz também que a colação deve ficar longe de "querelas políticas". Veja a nota na íntegra:

A Universidade Federal do Piauí informa que, sobre a formatura do curso de História marcada para essa quinta-feira (06), que a decisão da instituição de não aceitar a indicação da Adufpi para a colação de grau dos estudantes de História, em nenhum momento trata-se de um ato político. Muito pelo contrário. A colação de grau é um ato solene de Assembléia Universitária e deve ocorrer em ambiente destinado para este fim.

A UFPI ofereceu vários ambientes para a solenidade, os quais foram recusados pela comissão de formatura. Por outro lado, a ação intempestiva sobre a impossibilidade de utilizar a Adufpi só ocorreu porque os estudantes de História mudaram o local também intempestivamente. Anteriormente, o local escolhido tinha sido a sede da OAB. Apenas há poucos dias que a comissão procurou o cerimonial da UFPI para remarcar a colação, quando foram informados que em local inapropriado não poderia haver a solenidade.

A UFPI oferece, em suas dependências, vários locais agradáveis, amplos e de fácil acesso para a realização da cerimônia, que é um protocolo solene, milenar e de grande importância para o alunos, para a família e para academia e por isso deve ser respeitado e ficar longe de querelas políticas. 

Fábio Lima
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