Os 47 núcleos de educação semipresencial piauienses estão proibidos de matricular alunos. A determinação do Ministério da Educação foi divulgada através de portaria no final de 2010 e dificulta o aprendizado de alunos, que tinham liberdade para pagar disciplinas na hora em que podiam.

É o caso do taxista Jucelino Norberto de Oliveira, 43 anos. Ele deixou de estudar aos 20 e está prestes  a concluir o Ensino Fundamental. “Agora não vou poder concluir mais o Ensino Médio. Com o meu trabalho, eu não posso freqüentar uma escola como todo mundo. Por isso eu tiro uma hora e vou pela manhã ou à tarde ou à noite. E estudo as apostilas entre uma corrida e outra”, descreve.

Jucelino freqüenta o Centro de Ensino de Jovens e Adultos (CEJA) Shirley Costa e Silva, do Parque Piauí. Os estudantes que utilizam a modalidade semi-presencial nestes centros escolhem a disciplina que querem estudar, são orientados por profissionais no local e estudam em casa, fazendo as provas posteriormente.


Segundo uma funcionária do CEJA que não quis se identificar, diversos alunos que trabalham durante o dia ou que viajam muito reclamam por conseguirem mais fazer se matricular.

De acordo com a portaria do MEC, este tipo de modalidade de ensino será extinto. “As novas diretrizes para o Ensino de Jovens e Adultos só permitirão o ensino presencial”, explica a superintendente de Ensino da Secretaria Estadual de Educação, Joara Ribeiro.

De acordo com a Ribeiro, os CEJA serão transformado em centros de educação profissional e à distância e deve ser para esta última modalidade que os estudantes que estavam no ensino semi-presencial irão migrar. “Estamos começando a organizar a estrutura e apresentando a proposta do ensino à distância para o secretário”, diz a professora, ressaltando que o resultado deve aparecer em até seis meses.

A superintendente ressalta que os alunos que já estão com disciplinas nos CEJAs irão concluí-las, mas que novas matrículas não serão permitidas.


Carlos Lustosa Filho
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