Cerca de 300 torcedores se mobilizaram e percorreram a Rodovia Ayrton Senna em ônibus alugados, motocicletas e automóveis - havia menos de 20 protestantes na sexta-feira. O policiamento, ao contrário, diminuiu. Quando o ônibus que trazia os jogadores chegou perto do portão principal do centro de treinamento, os manifestantes arremessaram pedras, bateram com bambus e jogaram milho contra a lataria e as janelas do veículo.
A Polícia Militar (PM) tentou amenizar a situação e iniciou confronto, tentando afastar os torcedores com bombas de efeito moral e tiros de borracha. A resposta veio com mais pedras, explosões de bombas caseiras e muito corre-corre.
Além de promover o tumulto na entrada do CT, os torcedores entoaram diversos gritos de protesto e estenderam faixas para reclamar do time. Novamente, o principal alvo de críticas foi o atacante Ronaldo, que ainda não marcou na temporada e está fora do duelo contra o Palmeiras, neste domingo, supostamente por ter sofrido uma lesão muscular na coxa direita.
Em uma das faixas penduradas pela torcida na frente do CT, lia-se: "Ronaldo aposentado, o Timão não é INSS", "Roberto Carlos cagão" e "Tite burro, fora!". A diretoria também não foi perdoada, já que as organizadas se rebelaram contra a atenção excessiva dada ao departamento de marketing, em oposição ao futebol. Destacavam-se os cartazes: "R$ 500 para ver esse lixo de futebol?", "Ingresso R$ 50. Futebol R$ 1,99".
No momento em que o time entrava no CT, a torcida ainda mandou um recado ao presidente Andrés Sanchez. "Alô Andrés, preste atenção, o Ronaldo não é homem pra jogar no Coringão!", gritaram os manifestantes, antes de a saída do mandatário e de "sua corja" ser exigida. Sanchez é membro das organizadas do clube e, até então, mantinha bom relacionamento com as facções.
Além de Ronaldo, Roberto Carlos, Tite e o presidente, grande parte do time foi criticada, com faixas com os dizeres: "Elenco safado e baladeiro". Os únicos jogadores poupados pela torcida foram o goleiro Julio César, o lateral direito Alessandro e o atacante Jorge Henrique. "O resto é c...!", entoaram os corintianos.
Diante de tamanha confusão, o policiamento foi reforçado para que o Corinthians pudesse deixar o CT Joaquim Grava depois de treinar, refugiado na academia. O Batalhão de Choque da PM chegou ao local e permitiu que os atletas saíssem com destino à concentração sem enfrentar a mesma violência de antes.
Fonte: Gazeta