Contador preso pela PF na "Geleira" morre no hospital do presídio

14/02/2011 14h18

Morreu na manhã de ontem (13), o contador José dos Santos Matos, o Zé do Mato, 58 anos, no Hospital Penitenciário, por complicações da diabetes. Ele estava preso desde o dia 19 de janeiro, quando foi detido na Operação Geleira acusado de fornecer notas fiscais frias para desvio de verbas em 12 prefeituras do Estado.

José Matos sofria de diabetes e possuía outras doenças crônicas. Segundo o tenente Anselmo Portela, diretor de presídios da Secretaria de Justiça, ele havia sido transferido da penitenciária Irmão Guido para o Hospital Penitenciário e já tinha sido atendido por médicos três vezes na penitenciária.

Foto: Thiago Amaral/Cidadeverde.com

“Uma outra vez ele foi atendido no HCT [Hospital das Clínicas de Teresina], foi um atendimento externo. Nas três semanas que ele está preso, sempre era atendido quando precisou”, declarou o tenente Anselmo.

A informação repassada ao Cidadeverde.com por familiares, de que Zé do Mato não estava tomando os medicamentos por terem sido suspensos durante o tempo que ficou preso, foi contestada pelo diretor de presídios, que disse ter assistentes sociais e enfermeiras que acompanham dos doentes.

“Temos todos os registros de atendimentos feitos ao detento, inclusive com as medicações prescritas pelos médicos”, afirmou o oficial da PM.

Uma internauta, Alene C. Sousa, parente da vítima, desabafou. “Cadeias públicas não têm estrutura para receber pessoas doentes. Ele era um senhor de idade e doente, merecia um tratamento diferenciado. Se ele era culpado ou não cabia a justiça julgar e não deixar um ser humano morrer a míngua”.

Prisão

José dos Santos Matos foi preso juntamente com sua esposa Antonia Nonata, a Toinha, no dia 18 de janeiro na Operação Geleira. A prisão deles foi transformada em provisória, por terem sido autuados em flagrante outro processo uso de documentos falsos por seus sócios, ao tentar conseguir empréstimo na Caixa Econômica Federal.

Toinha já foi presa na Operação Valáquia e Zé do Mato em outras operações, de acordo com o delegado regional de Combate ao Crime Organizado da PF, Janderlyer Gomes.

O casal é acusado de possuir uma empresa de contabilidade fantasma e, com documentação falsa, aplicam diversos tipos de golpes.

Na investigação Zé do Mato era peça chave para auxiliar a polícia, sobre as notas fiscais frias e desvio de verbas públicas na operação Geleira.