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Advogado acusado de injúria diz que foi agredido e processará Estado

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O advogado Marco Danilo Sancho Martins, 27 anos, acusado de injúria após episódio no qual teria chamado um policial da Codam de “nego fardado”, afirma que foi agredido durante atuação da polícia e garante que irá processar o Estado.

Reprodução TV Cidade Verde


Ele foi autuado na madrugada da última quinta-feira (17) após ter sido detido por direção perigosa e desobediência, além de ter dito que ganha em um dia o que o PM ganha em um mês e tê-lo chamado para trabalhar como servente em sua casa, segundo o tenente do Rone, Marcone Martins, que atendeu a ocorrência.

Danilo Martins admitiu ao CidadeVerde.com que havia bebida alcoólica no seu automóvel e que voltava de uma festa na casa de um amigo quando foi abordado por militares do Rone. “Estava no balão da Miguel Rosa, era madrugada e chovia, quando a viatura passou no sinal vermelho e eu acompanhei. Em seguida veio uma carreta e eles pararam, mas eu continuei. Não houve cavalo-de-pau. Depois eles me pararam e já desceram com fuzis. Eu disse ‘calma que eu não sou vagabundo’”, conta.

O advogado disse que se recusou a fazer o exame do bafômetro e não mostrou seus documentos, por conta disso, os militares teriam agido com truculência. “Era um direito constitucional meu e eu não estava com a carteira de motorista que um amigo levou depois. Mas eles disseram que iam me levar para a Central de Flagrantes e eu disse que eles podiam levar”, revela. Ele afirmou que teve a chave do seu automóvel, um Astra, tomada, foi algemado e colocado na viatura, o que lhe teria deixado marcas.

Na Central de Flagrantes, o bate-boca com os policiais teriam aumentado e, segundo Danilo, as agressões continuaram. Um outro policial da Companhia Cosme Damião (Codam) teria colocado uma segunda algema em seu punho e preso a mesma em uma barra de ferro na parede.  “Acho que ele estava querendo mostrar serviço, porque eu já estava algemado com a mão para trás, mas ele colocou outra algema e disse que iria quebrar meu dedo, me chamou de ‘playboyzinho’ e foi aí que eu xinguei”, conta Martins. 

Em seguida, o advogado disse que o delegado Ademar Canabrava, que estava no plantão, interferiu. “Fui marcado. O tenente Marcone deu um tapa na minha cara dizendo que esse tapa juiz nenhum vai tirar. Eles me bateram na frente do delegado que disse ‘Vocês estão ficando loucos? Aqui na central é tudo gravado!’. Foi nessa hora que eles pararam”, descreve.  “Solicitei o vídeo na mesma hora. Quando eles viram que iam se complicar, se reuniram em uma sala e depois vieram com a história de injúria racial”, completa.

O advogado diz que não houve injúria pois se declara também afro-descendente e disse que irá entrar na Justiça contra os policiais e o Estado.

Ordem
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - secção Piauí, Sigifroi Moreno, afirmou que vai solicitar cópia do inquérito para, no âmbito da OAB, deflagrar processo ético disciplinar para apurar a conduta do advogado.

Carlos Lustosa Filho
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