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Ipea aponta falhas e prevê 9 aeroportos inacabados na Copa

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Depois das seguidas críticas do presidente da Fifa, Joseph Blatter, e da preocupação demonstrada pelo ministro do Esporte, Orlando Silva, sobre o atual situação dos aeroportos brasileiros para a Copa do Mundo de 2014, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) comprovou as falhas em nota técnica divulgada nesta quinta-feira. De acordo com a Agência Brasil, a fundação vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República diz que a "situação é preocupante".

No relatório, a entidade aponta problemas de operação nos principais aeroportos do País e afirma que nove dos 12 em funcionamento (nas 12 sedes) não terão suas obras de ampliação concluídas até o início do Mundial. De acordo com os responsáveis pelo estudo, levando-se em conta prazos para elaboração dos projetos, obtenção de licenças obrigatórias, realização de licitações públicas e tempo de serviço, "muito provavelmente não será possível concluir a maioria das obras de expansão dos terminais aeroportuários até a Copa de 2014".

O estudo aponta que além dos nove locais com atrasos, outro que terá problema é o Aeroporto Internacional São Gonçalo do Amarante (RN), próximo à capital Natal, que ainda está em construção e não deve ficar pronto antes de junho de 2014. De acordo com técnicos do Ipea, uma obra de infraestrutura em transportes leva em média 92 meses para ficar pronta (mais de sete anos). Sendo assim, as obras que não serão concluídas a tempo são em: Manaus (AM), Fortaleza (CE), Brasília (DF), Guarulhos (SP), Salvador (BA), Campinas (SP) e Cuiabá (MT) - todos em fase de elaboração dos projetos -, além de Confins (MG) e Porto Alegre (RS).

Mais problemas

Outro tema abordado pelos técnicos do Ipea foi a atual capacidade e o volume de passageiros nos terminais, a partir de dados da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), calculando também se terão condições de à demanda estimada para 2014. O estudo aponta que 14 dos 20 maiores aeroportos do País (cerca de 70%) operam acima de suas capacidades, muito graças ao aumento do número de usuários, mas também à insuficiência de investimentos públicos no setor.

A nota do Ipea afirma que a Infraero necessita de "um choque de gestão" para otimizar a aplicação dos recursos que foi autorizada a gastar - segundo levantamento, a estatal executou apenas a média de 44% do valor autorizado entre 2003 e 2010. O relatório ainda aponta que em 2009 o número de aeroportos que operavam acima da capacidade era de 11, três a menos que o atual estudo. Enquanto isso, a quantidade de locais que funcionam com uma taxa de ocupação 80% inferior ao seu limite máximo caiu de quatro para três.

Entre os citados pelo Ipea, o Santos Dumond-RJ deixou de ser considerado "adequado" e foi incluído na lista dos terminais cuja situação é "preocupante", operando entre 80% e 100% da capacidade total. Já Maceió, Manaus e Natal passaram de "preocupantes" para "críticos". Ainda segundo o relatório, a fundação estima que o Brasil precisaria investir ao menos R$ 20 bilhões em aeroportos até 2022 para corrigir problemas do setor e evitar um apagão em decorrência da demanda. No entanto, até 2014, a Infraero pretende investir R$ 5,23 bilhões em 13 terminais.


Fonte: Terra
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