O vereador Pedro Valmir (PDT), de Demerval Lobão, denuncia que por volta das 17h de ontem (25) flagrou cerca de 300 caixas de medicamentos sendo queimadas em um buraco na localidade Buriti Grande, município de Lagoa do Piauí.

O político conta que avistou as chamas ao ajudar a desatolar uma caminhonete S 10 preta, que estaria tentando sair do mesmo barranco onde estavam sendo incinerados os remédios. Segundo ele, o veículo presta serviço à Secretaria Municipal de Saúde e é usada pelo Programa Saúde da Família na zona Rural.

A denúncia foi formalizada na delegacia de Lagoa do Piauí e o delegado César Alexandre, titular do DP, foi até o local. A autoridade apreendeu uma amostra dos frascos de remédios e acionou a Polícia Federal.

"Vi uma chama de fogo muito grande. Fiquei curioso para saber o que era. Tinham umas 10 pessoas comigo. Quando vi que eram medicamentos, percebi a falta de compromisso da Secretaria de Saúde de Demerval Lobão com a população. Tem muita gente sofrendo pela falta deles e esses remédios se estragando", disse o vereador.

Entre os medicamentos estão sulfato ferroso, antidepressivos, Tamiflu, Dipirona e seringas para injeção. Parte dos medicamentos estava com prazo de validade vencido e outros dentro do prazo. Havia remédios oriundos de laboratórios e do Ministério da Saúde.

O vereador relatou que na caminhonete havia duas pessoas, o motorista Zé Pacô (José da Costa Azevedo) e um rapaz conhecido como Júnior Pit Bull, que, segundo o vereador, é agende de endemia do município.

"A suspeita é de que para esconder esses medicamentos vieram jogar em outro município. Fizemos o registro e acionamos a Polícia Federal. Vamos aguardar o responsável pela perícia", disse o delegado.

A polícia civil passou o caso para a Polícia Federal, já que os remédios foram comprados com dinheiro público. Por volta de 10h30, agentes da PF chegaram à Demerval Lobão e se dirigiram ao local onde eles foram encontrados.

O promotor de Demerval Lobão, José Marques Melo, acompanha o caso. "Temos que investigar o valor pago por esses medicamentos e o valor que está na nota fiscal. Além disso, temos que verificar se houve enriquecimento ilícito. A Polícia Federal vai apurar se há crime. Além do crime administrativo, houve crime ambiental", relata o promotor.

O prefeito de Demerval Lobão, Geraldo Júnior justificou. "Isso tudo são apenas insinuações. Eu quero fatos concretos. Eu não tenho conhecimento disso e posso garantir que nós utilizamos efetivamente o remédio a favor da população e sou totalmente contrário a esse tipo de procedimento. Mas ninguém tem provas do envolvimento da prefeitura no caso".

O prefeito reconheceu José da Costa Azevedo como sendo funcionário do Estado, trabalhando em Demerval Lobão. O outro citado, Júnior Pit Bull, ele não reconhece. “Não posso dizer que o conheço porque nunca ouvi esse apelido”.


Flash de Jordana Cury (Especial para o Cidadeverde.com)
Redação de Leilane Nunes
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