Foram 22 anos de prejuízos por consequência das inundações. Precisando proteger a casa das águas das chuvas, famílias da zona Leste de Teresina criavam a cada ano novas formas de barreira, que surtiam pouco efeito. Nesta Durante a solenidade de autorização das construções das galerias que devem solucionar o problema, essas pessoas comemoram o fim de mais de duas décadas de luta.

É o caso da professora Maria das Dores, que mora em um dos pontos mais críticos da região, o cruzamento das ruas Pedro Almeida e professor Darci Araújo. Ela conta que nos últimos anos, o nível de água só tem aumentado e que a época de chuvas é um pesadelo para a família.

“Mandei fazer três batentes altos. Não adiantou. Meu filho perdeu um carro, que foi levado pela água. Várias vezes tivemos que resgatar minha mãe, que é idosa e fica ilhada na própria cama, porque a água entra dentro de casa. Nós mandamos fazer uma barreira de ferro, não adiantou. Tivemos que aumentar o tamanho”, relatou a professora.

 

Em meio à comemoração regada à cerveja e petiscos, Maria das Dores e os vizinhos brincavam: “Aqui cachorro já nasce com nadadeira” e completam: “Já gastamos muito dinheiro aqui. Quando chove, começamos a rezar para a barreira dar certo”.

 

Outra reclamação bastante comum na região é a sujeira proveniente das inundações, que têm se depositado nas calçadas e ruas.

 

“Nesse ano a prefeitura ainda não mandou ninguém para fazer a limpeza. Hoje mandaram limpar apenas o trecho que acontece a solenidade de assinatura da ordem de serviço para a construção das galerias. Mas o resto continua sujo”, denunciou o advogado e morador Acyr Lago.

 

O advogado disse também que havia até um fogão, que havia sido carregado na enxurrada e parou na calçada da rua Professor Darci Araújo. “Esse fogão estava ali há semanas, hoje foi que resolveram tirar, por conta da solenidade. Mas, aqui tem rua que carro não passa mais, porque o lixo está no meio”, indignou-se.