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Alunas do interior serão despejadas da Casa do Estudante na Piçarra

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Avenida Odilon Araújo, número  485. Esse é o endereço que por mais de 20 anos abriga a Casa do Estudante Feminina. A foto da idealizadora do local, Rosângela Rodrigues Torres, observa triste a situação do imóvel, na sala do imóvel, onde estão morando 27 estudantes de várias cidades do interior do Piauí e Maranhão. 

Carlos Lustosa Filho/CidadeVerde.com

Renata Pierot, Francisca Daiane, Juliete Passos, Leonice Maria: 
Seduc diz que a solução tem que se dar pela Sasc

A dona do imóvel, Lucelita, está sem receber desde o mês de dezembro, o repasse do Governo do Estado e solicitou o despejo judicial das estudantes. 

Casa apresenta infiltrações e imóveis antigos, 
do tempo da inauguração, há 20 anos atraás.
 



Sem ter para onde ir e sem ter apoio do Estado, as estudantes: universitária, ensino médio e pré-vestibular estão sem destino. 



Segundo as moradoras, o imóvel estava com sobre a administração da Secretaria de Educação (Seduc) até dezembro. Elas procuraram Seduc, que lhes informou não ter mais responsabilidade sob a Casa e mandaram-nas procurar a Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Sasc). 



“Chegando lá o secretário [Francisco Guedes] disse que era para gente procurar um outro imóvel e que nós nos juntássemos para pagar. O problema é que a maioria das meninas vem da zona rural e às vezes come apenas uma refeição por dia, porque tem que pagar o ônibus e o material de onde estudam. Ele propôs que nós fizéssemos um bingo e que até ajudaria dando o prêmio para ser bingado”, indigna-se a estudante de Química Renata Pierote, do povoado Juá, zona rural de União.  

Na mesma situação estão meninas como: Francisca Daiane do povoado Belas Fortes, União; Juliete Ramos, do povoado Kilombo, Altos; Michele Brito, de Canto do Buriti; Eliene, de São João do Piauí; Leonice Maria, de Beneditinos, entre outras. 

Por conta própria, as estudantes já encontraram uma outra residência na rua Santa Luzia, no Centro de Teresina. O proprietário esperava até o final desse mês e elas têm até o final do mês para deixarem a casa atual. 

“Foi o único proprietário que aceitou alugar a casa para o governo, os outros não aceitaram, mas ele só espera até o final do mês. Quando apresentamos essa proposta o secretário disse que a tendência era acabar com as casas do estudante, porque cada cidade do interior já possui Universidade. Eu disse para ele que todas as pessoas têm o direito de buscar um ensino melhor em Teresina e irmos em busca dos nossos sonhos. Mas, ele respondeu que quem quer ir atrás tem que bancar os seus sonhos”, lamenta Renata.  

A atual casa possui cinco quartos, quatro banheiros, duas salas, uma biblioteca, uma cozinha e um quintal e o aluguel custava R$ 800, chegando a R$ 600, segundo as meninas, quando o governo do Estado comprometeu-se a fazer a reforma do imóvel, o que nunca aconteceu.


A Sasc divulgou uma nota sobre o caso:

A Secretaria da Assistência Social e Cidadania do Piauí (Sasc), esclarece que a manutenção da Casa da Estudante não é de competência da Secretaria e não há convênio com a citada instituição. 

Entretando, o secretário Francisco Guedes, ao ter conhecimento da situação da Casa, solicitou à representante da Casa, Renata Pierot, um ofício relatando as condições das moradoras e com perfil socioeconômico de cada uma. A intenção era de auxiliar as estudantes com a alimentação diária, mas o documento apresentado pela presidente não consta de todos os dados solicitados, diante disso faz-se necessário o envio de um novo documento para avaliar que providências podem ser tomadas por esta secretaria.



Flash de Carlos Lustosa
Redação Caroline Oliveira
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