A equipe da TV Cidade Verde flagrou vários barcos fazendo arrastão de camarão no litoral piauiense em uma distância não permitida. De acordo com a legislação, as embarcações deveriam fazer a pesca em uma área superior a três milhas náuticas (5.556 metros) da orla. Cada milha náutica equivale a 1.852 metros.

Assis Daniel, chefe substituto do Ibama de Parnaíba mostrou-se indignado com a cena, mas admite que é o órgão tem dificuldade para fiscalizar porque não possui embarcação e depende do auxílio da Capitania dos Portos. “O local é proibido. É um absurdo a gente ver uma situação dessa”. Ele explica que a população pode auxiliar na fiscalização e denunciar o barco pelo nome ou número a fim de que seja feita a notificação do proprietário que deve se justificar. 

O biólogo Marcio Magalhães informa que o arrasto próximo à praia causa grandes danos ao meio ambiente porque captura peixes juvenis, tartarugas, e até mesmo mamíferos como botos e peixes-bois. 

O superintendente do Ibama no Piauí, Romildo Mafra, descreve que para fiscalizar todo o litoral “seria necessário que o Ibama ficasse 24h dentro do mar. O que não é possível”.

A punição para os donos das embarcações flagrados fazendo arrastão fora da área permitida é de R$ 700 com a possibilidade de ônus em mais R$ 100, conforme a carga. “A embarcação também é impedida de entrar no mar durante um período. O problema é que nem todas são do Piauí, mas de outros Estados”, diz Mafra.