Um soldado foi atropelado durante protesto dos policiais militares e bombeiros na noite do último sábado. O acidente revoltou os PMs, que estão em greve há quatro dias por reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Segundo a Associação dos Oficiais Militares do Estado do Piauí (Amepi), a vítima teria sido arrastada por aproximadamente 50 metros, batido a cabeça no chão e fraturado o pulso.
Video feito pelos próprios policiais que estavam na manifestação
O atropelamento do soldado ocorreu quando os policiais militares e bombeiros faziam protesto em frente ao batalhão do Rone (Rondas de Naturezas Ostensivas), a tropa de elite do Piauí, por volta das 21h. Na confusão, o carro que transportava o tenente coronel Márcio Santos, comandante do Bope (Batalhão de Operações Especiais) tentou sair numa viatura e foi impedido pelos manifestantes. Segundo testemunhas, o veiculo avançou e atropelou o soldado Alexandre Henrique Rios Leite, que é do Maranhão e estava apoiando o movimento.
Segundo o boletim médico, o soldado teve traumatismo craniano e fraturou os dedos da mão. O presidente da Associação dos Oficiais no Piauí, Evandro Rodrigues, condenou o incidente. "Foi uma noite de terror para nós, com intimidações do comando e atitudes covardes e arbitrárias como o atropelamento do soldado Alexandre", disse Evandro Rodrigues.
Segundo testemunhas, Henrique não fazia parte do movimento, já que está lotado no Maranhão, e apenas observava a movimentação quando foi colhido pelo carro onde estava o comandante do Bope, tenente-coronel Márcio Santos, e mais dois policiais, que após a colisão saiu sem prestar socorro.
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O advogado diz também que Alexandre Henrique Rios Leite permanece internado no Hospital de Urgências de Teresina, esperando por uma cirurgia na mão. "Ele corre o risco de perder os movimentos da mão se essa cirurgia não for feita em 48 horas. A família está atrás de recursos financeiros porque a cirurgia é particular", afirma.
TJ
Leôncio Coelho Júnior explica que a decisão considera que o movimento é uma greve. "Não há greve, até porque a PM não pode grevar. O que há é um movimento que cobra o cumprimento da lei. Policial nenhum, assim como qualquer pessoa, pode dirigir sem carteira de habilitação. Nós entramos com agravo de instrumento e esperamos que a análise seja feita por um desembargador de plantão ainda hoje", declara.
Leôncio Coelho defende as associações de policiais militares
A decisão do desembargador Luiz Gonzaga foi proferida na tarde de sábado e culminou com a chegada de 130 homens da Força Nacional.
Da Redação
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