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Serviços ligados a funerais no país movimentam R$ 1,5 bilhão ao ano

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Apesar da expectativa de vida do brasileiro ter aumentado nos últimos anos e a taxa de mortalidade diminuído, o mercado funerário brasileiro está em expansão.


Esses serviços movimentam cerca de R$ 1,5 bilhão ao ano, com 5.500 empresas em funcionamento no país, e acumulam crescimento de 30% em cinco anos, segundo dados da Abredif (associação de empresas do setor funerário) e do Ctaf (Centro de Tecnologia em Administração Funerária).

A variedade dos serviços prestados por funerárias e cemitérios também cresceu -mudança responsável pelo aumento da lucratividade.

Cada dia mais se afastando do modelo tradicional de oferecer somente coroas de flores, em um ambiente marcado por sepulturas acinzentadas, os empresários inovam para conquistar o cliente em um momento difícil.

"Tratamos a morte como mais um evento social, nesse caso o último da pessoa e o mais importante", afirma Nelson Pereira Neto, diretor do grupo funerário Bom Pastor, de Limeira (SP), presente em 17 cidades de São Paulo e Minas Gerais, com previsão de abertura de mais 11 unidades até o fim de 2012.

Entre os serviços do grupo estão bufê, equipamento de telões e imagens em LEDs, limusine, que abriga até cinco pessoas para transportar o caixão enquanto familiares assistem vídeos de mensagens reconfortantes, e van importada, para convidados.

Quem optar pela cremação pode levar em joias as cinzas do ente querido, transformadas em diamante, ou enviá-las para o espaço. A empresa tem parceria com uma agência funerária dos EUA desde 2007, mas até hoje o serviço não foi solicitado.

Serviços
O grupo Funeral Home, de São Paulo, oferece o serviço de velório on-line.

Até hoje, só três clientes solicitaram as filmagens. "As pessoas sempre dão um jeito de se deslocar para o enterro de um familiar próximo", diz Ivani Ribeiro, gerente do grupo, que criou o quitute "bem-velado", um primo do tradicional "bem-casado".

A funerária também oferece o serviço de necromaquiagem. O responsável pela função, Roberto Obara, trabalha há 15 anos na área. "Acabei tomando gosto. Tive funerária e aprendi que precisa ser muito discreto e atencioso com os familiares", diz.

A procura por cursos como auxiliar de necropsia, tanatopraxia (técnica de conservação de cadáveres) e necromaquiagem tem crescido.

Na escola da Ananec (Associação Nacional de Necrópsia e Auxílio a Pessoa), em São Paulo, foi necessário abrir turmas com aulas aos sábados e no período da tarde. A maioria dos alunos é auxiliar de enfermagem ou procura serviço em funerárias.

Outro termômetro da efervescência do mercado pode ser medido pelo lucro da mais recente grande feira do setor, a Funexpo. Realizada em setembro em Santos (SP), foram negociados R$ 10 milhões em três dias de evento.

Cemitérios
Os cemitérios mudam o visual. A tendência é atrair a clientela para frequentar o local além das visitas tradicionais do Dia de Finados, oferecendo uma opção de passeio para quem paga um jazigo a longo prazo.

No Vale dos Pinheirais, em Mauá (SP), pracinhas de brinquedos infantis dividem espaço com lápides discretas, cujo visual de "clube de campo" pretende tirar o preconceito.

O local abriga espaço cultural de 482 m², que acomoda até 600 pessoas, onde são promovidos cursos e palestras, além das cerimônias fúnebres tradicionais.

No mês passado, a igreja do cemitério serviu de cenário para um casamento. Após uma visita ao local, há dois anos, durante um enterro, a noiva Aline de Jesus Silva, 28, se encantou pelo espaço e decidiu fazer a cerimônia de sua união no local.

Fonte: Folha
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