Cidadeverde.com

Federação Piauiense de Futebol quer eleger seu 8º presidente no ano

Imprimir
A nova mudança na presidência da Federação Piauiense de Futebol foi destaque nacional. O motivo é que, por conta de uma briga judicial entre dois grupos divergentes, em menos de um ano o cargo entrou em votação sete vezes. 


Desta vez a disputa se dá entre Franklin Kalume e Cesarino de Oliveira. Veja na íntegra a matéria do portal Folha Online:

Se algum dia você for eleito presidente da federação piauiense de futebol, é bom já ter outro emprego em vista. Os titulares do cargo não costumam ter vida fácil. Em menos de um ano, o posto já mudou de mãos sete vezes.

A votação que pode eleger o oitavo mandatário de 2011 está marcada para sexta. O motivo da alta rotatividade é a briga judicial entre dois grupos sedentos pelo cargo máximo do futebol piauiense.

"Não sei por que esse pessoal quer tanto a federação", afirma Franklin Kalume, um dos atuais candidatos. "Tem que ver se essa cadeira é de ouro, se tem algum cofre lá". Com uma dívida de mais de R$ 70 mil só com árbitros, a federação tem apenas R$ 17 em sua conta, de acordo com o outro candidato, o empresário Cesarino de Oliveira.

Ambos dizem querer ser presidente para tornar mais competitivo o futebol local. Foi Cesarino quem começou a disputa. No final de 2010, ele, então vice, candidatou-se a presidente. Mas, após perder nas urnas, contestou o resultado na Justiça.

Afirmou que Lula Ferreira, o reeleito - que já estava há 17 anos no poder -, não havia feito a prestação de contas de sua gestão e estava inadimplente com a previdência. Também disse que muitos clubes que votaram não tinham direito de fazê-lo, segundo entendeu da leitura do estatuto.

Até hoje, os cartolas não definiram quem pode votar nas eleições da entidade. A Justiça acatou a contestação e empossou o perdedor. Foi aí que se iniciou uma guerra de liminares e indicações que mudou a direção da federação sete vezes, beneficiou seis cartolas distintos e teve a participação da CBF e de vários clubes do Estado.

A chapa que venceu as eleições recorreu, ganhou na Justiça, e Cesarino teve que deixar o cargo. A CBF mandou que os clubes escolhessem uma junta governativa para fazer novas eleições. Assumiu a presidência Reinaldo Ferreira, do Piauí Esporte Clube.

O pleito foi marcado para 23 de maio, uma segunda-feira de muito calor em Teresina. "Fazia mais de 40º C à sombra", relembra Cesarino. Mas, na hora de votar, os cartolas decidiram que não havia concordância em relação a que edital seria seguido, já que havia duas versões.

"Os ânimos se exaltaram, teve discussão, a sala estava superlotada", afirma Cesarino. "Seu Reinaldo não aguentou a pressão". O presidente passou mal e teve de ser atendido por uma ambulância.

A eleição foi adiada. A CBF indicou um delegado para a presidência da entidade com o objetivo de fazer outra eleição. José Lima, do Parnayba, virou presidente-tampão. Seu prazo legal expirou na última sexta-feira de setembro.

Percebendo a vacância, Jankel Costa, mandatário do Flamengo, não esperou para agir. Logo na segunda, adentrou a sede da federação e sentou na cadeira da chefia, proclamando-se presidente.

Mas, no dia seguinte, a CBF prorrogou o mandato de Lima. Depois dele, José Cardoso foi presidente até que a Justiça empossou, novamente, Jankel Costa, atual chefe. "O futebol do Piauí está no fundo do poço", disse o candidato Kalume. Cesarino, seu opositor, não discordou.

Direito a voto
Uma das principais divergências dos cartolas é definir quantos e quais clubes têm direito de votar para eleger o presidente. E que peso cada voto teria _alguns times têm peso 1, outros, peso 2.

A chapa de Cesarino de Oliveira acredita que clubes como o Krac, que se filiaram recentemente, não teriam direito a votar, de acordo com o estatuto. Segundo ele, o time participa apenas de campeonatos amadores. "O estatuto da federação diz que o presidente poderá aceitar a filiação de um time amador, e o presidente aceitou a filiação", afirmou Cesarino. "Só que tinha que remeter a decisão à assembleia, o que não foi feito", completou.

Já Kalume considera que a limitação no direito do voto é uma estratégia da chapa de Cesarino para diminuir o número de apoiadores do candidato rival. Ele também aponta o que chamou de "uma série de irregularidades" no processo eleitoral, conduzido por Jankel Costa, que apoia Cesarino.

"Do jeito que essa eleição está sendo conduzida, é tudo feito pra tentar forçar uma chapa única. Há uma tentativa de inviabilizar o voto dos clubes, pedindo certidão negativas, autenticadas, sempre na véspera dos prazos", declarou Kalume.

Cesarino rebate as acusações. "Só queremos que a legalidade seja respeitada", afirmou.

Fonte: Folha Online

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais