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Número de candidatos com deficiência em concursos é inferior a 5%

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Em fevereiro, Célio Ribeiro, 29, tomou posse como técnico de ensino médio no Tribunal de Justiça de São Paulo. Ele ainda aguarda chamada do concurso que fez em 2009 para o Banco Central.


O profissional, que tem má-formação congênita nos quadris, avalia que há mais oportunidade de crescimento no setor público. "Remunera melhor e tem gestão de carreira estruturada", afirma.

Há dois anos, Ribeiro estuda para concursos e aproveita a reserva de vagas para ampliar suas chances de ingresso. Pela regra, os editais das seleções devem direcionar de 5% a 20% dos postos para pessoas com deficiência.

A presença desses profissionais no setor público, no entanto, não tem alcançado esses percentuais até agora -e um dos motivos é a baixa representatividade de inscritos, segundo especialistas.

Para o concurso da Prefeitura de São José do Rio Preto de julho deste ano, por exemplo, 103 dos 38 mil candidatos -ou 0,27%- declararam ter alguma deficiência, segundo a Fundação Vunesp.

O profissional não crê que tem condição de passar e, por isso, não faz inscrição, analisa Maria Thereza Sombra, diretora-executiva da Anpac (Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos).

Mais chance
Por enquanto, as vagas reservadas têm, geralmente, menos concorrência que as demais, indica Fabrício Bolzan, professor da LFG, de cursinhos preparatórios.

Não há atualmente nenhuma pessoa com deficiência matriculada em um dos cursos preparatórios da instituição de ensino, segundo ele.

Ivoneide Maria da Silva, 31, foge à regra: frequenta cursinho preparatório para se preparar para concurso do Banco do Brasil.

Ela, que chegou a São Paulo aos 16 anos para colocar prótese e suprir a ausência da perna esquerda, trabalhou como mensalista, fez supletivo para terminar o ensino médio e conquistou sua primeira vaga com carteira assinada aos 28 anos.

Hoje, no segundo ano de administração de empresas, a bancária diz almejar estabilidade. "Quero ter uma carreira tranquila e a chance de crescer como qualquer um."

"A pessoa com deficiência está descobrindo que o concurso é um processo democrático", explica José Luis Baubeta, diretor de RH da Central de Concursos.

Fonte: Folha
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