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Resultado do plebiscito no Pará repercute no Legislativo do PI

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Primeiro orador na sessão desta terça-feira (13), o deputado João de Deus (PT) comentou o resultado do plebiscito realizado no domingo (10), no Estado do Pará, para ouvir o eleitor sobre a criação dos Estados de Tapajós e Carajás. O deputado entende que a tendência do país é não criar mais estados intermediários, apenas novos municípios.

“Tornar a máquina eficiente é necessário e não a divisão de Estados já existente. Foi isso que deixou claro a população do Pará. Sou contra a divisão do Piauí, até porque a população do Piauí já tem demonstrado através das pesquisas que também não é favorável à divisão. Se a região do Gurgueia está abandonada, temos que rever essa situação”, defendeu.

Em aparte, o deputado Evaldo Gomes (PTC) afirmou que não havia dúvida que a população do Pará rejeitaria a proposta de divisão, o que também vai ocorrer no Piauí e no Maranhão, onde também há proposta de criação de novos estados”.

Evaldo aproveitou a presença dos fazendários para adiantar que nesta quarta-feira, às 8h, no Palácio de Karnak, a comissão de deputados encarregada de intermediar o fim da greve da categoria, que já dura quase um mês, vai se reunir com o secretário de Governo, deputado Wilson Brandão (PSB).

João de Deus propôs que da reunião de quarta-feira participe o secretário de Fazenda, Silvano Alencar, para evitar a necessidade de uma nova reunião nos grevistas com a Sefaz.

Sobre o assunto, o deputado Luciano Nunes (PSDB) acredita que a comissão vai consiguir uma solução para encerrar o movimento grevista. Em relação à decisão do plebiscito no Pará, Luciano Nunes afirmou que ela contribuiu para duas certezas: que a autorização do plebiscito não significa, em ato contínuo, a criação de novos estados.

"Outro ponto é que o resultado do plebiscito chama a atenção de que não se pode incorrer no mesmo erro que aconteceu no Pará, onde houve a politização do debate. Deve haver a colocação dos argumentos das partes, com maturidade de ouvir os dois lados e abraçar a melhor tese, mas pela força dos argumentos. Quando somos a favor do Gurguéia é porque entendemos que essa é uma alternativa que pode solucionar os graves problemas decorrentes do descaso de governos passados com a região Sul do Piauí. Se amanhã, depois, formos convencidos de quem a criação do Estado do Gurguéia não é a melhor solução, pois mudar de opinião, mas pela força dos argumentos”, acrescentou Luciano Nunes.

João de Deus considera que, independentemente de qualquer resultado, o aprofundamento do debate sobre o Estado é indispensável. “A população da região do Gurguéia tem na proposta de divisão uma solução para ver seus pleitos atendidos. A decisão não pode ser pelo lado sentimental, mas em cima da razão”.

O deputado Edson Ferreira (PSD) disse que João de Deus levantou a bandeira contra criação do Gurguéia. E interpretou o resultado do plebiscito domingo de forma diferente. “Da população do Tapajós e do Carajás, que tinha o objetivo da criação dos novos estados, 93% votou pela novos entes federados. Nós queremos é através do argumento, do convencimento, das propostas, mostrar que a emencipação do Estado do Gurguéia é excelente para todo o Piauí. 

A criação dos novos municipíos é um exemplo de que a emancipação é uma coisa benéfica, que vai gerar emprego, renda. O segundo governador de Tocantins, Moisés Avelino, é piauiense. Pergunte se o tocantinense está arrependido da criação? Não está”, acrescentou.
João de Deus lembrou que há no Congresso Nacional proposta de criação de 23 novos estados. “Imagine a motanha de dinheiro necessário para criar a estrutura necessária para o funcionamento da máquina nesses estados?”.

O deputado Cícero Magalhães (PT) observou que o Crédito Fundiário tem sido alvo de reclamações das famílias atendidas pelo programa. “Com relação ao povo do Pará decidir pela manutenção do território do Estado, a decisão serve como balizador para mostrar que quem decide é a população. O próprio Congresso vai ter um pouco mais de paciências antes de aprovar a criação de novos estados”, acredita.

Margarete Coelho (PP) foi a última a apartear o discurso do deputado João de Deus para afirmar que uma caracteristica que diferencia os movimentos no Pará e no Piauí é a abordagem política. No Pará, dois grupos antagônicos politicamente encararam o plebiscito como uma disputa política. “Aqui, a discussão precisa ser técnica”, propôs.

Da Redação
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