A procuradora geral de Justiça, Zélia Saraiva, determinou que a coordenadora da Promotoria das Execuções Penais, Clotildes Carvalho, acompanhe a investigação dos casos de depredação de patrimônio nos protestos ocorridos em Teresina desde a semana passada. A promotora já se reuniu com o secretário estadual de Segurança Pública para pedir a prisão dos manifestantes identificados em ações criminosas.  

"Já está demais. Estão inviabilizando o trânsito, a circulação de veículos", declarou Clotildes Carvalho. Ela explica que quem danificou estruturas públicas ou das empresas de ônibus, que prestam serviço público, podem ser enquadrados em crime de dano qualificado, que pode implicar em prisão de 6 meses a 3 anos, além de multa. "Todo mundo fala: 'Ah, são vândalos'. Mas, ninguém faz nada", acrescentou. 

No caso de ônibus incendiados, o tempo de prisão pode ser maior por conta do perigo à vida e integridade física das pessoas.

Na secretaria de Segurança, Clotildes Carvalho foi informada que um delegado já foi designado para acompanhar o caso. A polícia também dispõe de vídeos para identificar os acusados. 

Do outro lado, Zélia Saraiva também nomeou o promotor Fernando Santos para acompanhar as negociações para o fim do movimento. Ele já solicitou que Prefeitura, Superintendência de Transportes e Trânsito - Strans - e Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina - Setut - prestem esclarecimentos sobre as mudanças ocorridas na capital no prazo de cinco dias. 

Os manifestantes reclamam do reajuste da tarifa para R$ 2,10 e a integração das linhas sem o segundo trecho gratuito e tempo considerado curso para se pegar o outro ônibus. 

Nesta segunda-feira, após reunião com manifestantes e vereadores, ficou definido que o presidente da Câmara, Edvaldo Marques, tentará uma audiência com o prefeito Elmano Férrer até a próxima quarta-feira para discutir as reivindicações. 

Manifestantes voltaram a fechar na tarde desta segunda-feira (9) a avenida Frei Serafim, principal via do tráfego no Centro de Teresina. Agentes de trânsito orientaram rotas alternativas, mas não impediram o congestionamento nas pontes estaiada e Wall Ferraz, alternativas mais utilizadas para se chegar até a zona Leste.

Sete jovens, entre eles dois adolescentes, foram detidos e levados para a Central de Flagrantes. 

A avenida foi liberada por volta de 20h30, mas deve ser bloqueada novamente na terça-feira. A concentração do protesto começa 9h na praça do Fripisa.