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Manifestantes são libertados depois de pagarem fiança de R$ 12 mil

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Atualizada às 16h39

A Justiça concedeu alvará de soltura para os oito manifestantes presos durante protestos na última terça-feira (10) em Teresina. Eles se envolveram em confronto com policiais militares na avenida Frei Serafim, Centro, durante ato contra o reajuste da tarifa de ônibus na capital do Piauí. Todos já foram libertados dos presídios. Alguns devem conceder entrevista coletiva por volta das 17h.

Evelin Santos/Cidadeverde.com

O oficial de Justiça Maércio da Silva Maia chegou até a Casa de Custódia por volta de 15h15 com os oito alvarás. Dois são habeas corpus concedidos pelo juiz Almir Tajra, da 7ª Vara Criminal. Os outros seis foram assinados pela juíza Valdência Marques de Sá, da 9ª Vara, e correspondem ao pagamento de fiança de R$ 2.073 pela liberdade de cada um, R$ 12.438 no total. 

Homens libertados
Francisco de Sá Batista - professor
Igor de Castro Machado Galvão
Álamo Ricarti
Kevin Hilder Nogueira Pontes
Indiele de Sousa Pires 
Antônio Wilson Freire Júnior - estudante de inglês UESPI

Mulheres libertadas
Helena Beatriz Soares de Sá - estudante
Maria do Socorro Santana de Sousa

De acordo com Daniel Solon, um dos membros do Fórum em Defesa do Transporte Público, a entrevista coletiva será dada após conversa com os pais dos estudantes e em local ainda a ser definido. Sobre a fiança, ele explicou que haverá uma campanha durante a manifestação desta quinta-feira (12) com o objetivo de arrecadar fundos para bancar o pagamento da libertação dos estudantes.


As duas mulheres do grupo foram libertadas por volta de 15h35. Ao saírem da ala feminina, foram recebidas por um grupo de aproximadamente 30 pessoas, entre manifestantes, amigos e parentes, com cartazes que diziam "Liberdade para os presos políticos" e gritos de protesto. Elas estavam abaladas e demonstrando indignação. 

"Apanhei, fui arrastada no meio da rua. Isso não se faz. Quem deveria estar aqui era o prefeito" , disse a estudante Helena Beatriz Batista de Sá. "Dormi no chão. As outras presas (foi que) me arrumaram onde dormir", acrescentou. Ela confirma que, a condição de sua soltura foi não voltar aos protestos. "Estou proibida, de acordo com o alvará, de participar de qualquer manifestação".


Por volta de 16h15, foram libertados os seis homens. Entre eles, o professor Sá Batista era o mais exaltado, demonstrando revolta com gritos de protesto. 

Antonio Wilson Vieira Júnior, estudante do curso de Inglês da Uespi, reclamou da prisão. "Fomos acorrentados como animais. Nos trataram da pior maneira possível", declarou. Ele nega ter motivos para ser preso. "Fui ajudar um rapaz que estava com o olho sangrando. Fui filmar o manifesto e um policial me levou para a Central de Flagrantes. Fui preso apenas porque estava passando por lá".

A advogada Adonyara Azevedo, da assessoria jurídica do Fórum, falou sobre a condição de soltura dos manifestantes em não retornarem aos protestos. "A intenção inicial era tirar as pessoas da Casa de Custódia. Nós iremos analisar e avaliar a possibilidade de entrar com uma medida em relação a esse dispositivo", declarou. 

Oficial de Justiça entrega alvarás de soltura

9º dia de protestos
Os manifestantes deixaram a praça do Fripisa e percorreram as ruas do Centro, passando pelo Shopping da Cidade e Clube dos Diários, até chegar ao Palácio de Karnak. Alguns estavam com nariz de palhaço. Cerca de 100 pessoas foram acompanhadas por quatro viaturas da Polícia Militar até a avenida Frei Serafim, que deve ser fechada novamente. Lideranças em um carro de som incentivam todos a se manterem firmes na passeata. 

Debora Cavalcante, estudante de Direito da UFPI, comentou que o ato desta quinta-feira é de apoio aos oito presos e contra a criminalização do movimento. Ao final do dia, haverá um ato cultural na Praça da Liberdade, com artistas locais. 

Fotos: Yala Sena/Cidadeverde.com


Daniel Cunha (especial para o Cidadeverde.com)
Fábio Lima (da Redação)
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