O clima azedou de vez no Vasco. Devendo o mês de dezembro além de direitos de imagem, a diretoria cruz-maltina presenciou a revolta do grupo após o vice de finanças, Nelson Rocha, ter declarado, nesta quarta-feira, ao LANCENET!, que, ao menos, o 13º havia sido pago, fato que não aconteceu, segundo os próprios. Contrariados, eles exigiram, através do porta-voz Felipe, uma maior transparência no diálogo.

- Ficamos um pouco chateados porque, de repente, o vice financeiro se equivocou, falando que tinha pago o 13º e não pagou. Falta o 13º, dezembro e alguns meses de diretos de imagem. Chegar numa situação dessa é muito ruim, mas o que mais nos deixa chateados é o vice financeiro dizer que foi pago o 13º e não foi. Então, vamos ser transparentes com todos, tanto para vocês da imprensa como para nós, jogadores - ressaltou o meia, um dos líderes do grupo.

Daniel Freitas, novo diretor executivo, admitiu que houve um equívoco por parte do vice de finanças, mas deu a entender que possíveis problemas judiciais, herdados da antiga diretoria, impediram a liberação da verba.

- Na situação financeira do clube, em alguns momentos, aparecem obstáculos inesperados, de última hora. São questões judiciais, de gestões anteriores, que em alguns momentos causa uma dificuldade na liberação de algumas verbas. Às vezes, somos surpreendidos e, na verdade, foi isso que aconteceu. Por isso houve esse equívoco na informação - explicou.

O dirigente, no entanto, salientou que existe a possibilidade da situação ser parcialmente contornada nesta sexta-feira:

- A diretoria continua tentando viabilizar e acreditamos que até amanha (sexta) isto esteja equacionado, para que possamos ter, se não todas as pendências resolvidas, pelo menos parte delas cumpridas até amanhã. Esta é a expectativa por parte da diretoria.

A situação chegou a tal ponto que nem mesmo uma greve dos jogadores está descartada. Caso isto aconteça, eles não concentrarão neste sábado, véspera da partida contra o Duque de Caxias, pela Taça Guanabara, em Macaé (RJ).

Uma reunião com os representantes do elenco (Felipe, Juninho, Fernando Prass, Diego Souza e Alecsandro) está para ser agendada com a diretoria. Nela, ficará definida a postura do grupo. O Maestro, por enquanto, prefere aguardar, mas lembra que está situação já é uma rotina desde a Copa do Brasil, quando ficaram com dois meses de salários atrasados:

- Se vamos concentrar ou não, isso não vai interfirir. Senão não iríamos concentrar desde o ano passado. Desde que voltei, o Vasco está nesta situação. Não queremos brigar com ninguém. A diretoria também nos entende, mas é preciso ter um diálogo melhor - ressaltou.

Daniel Freitas não acredita que o problema chegará a tal ponto que, de fato, os jogadores só rumem para Macaé no dia da partida.

- É uma questão que estamos tratando internamente. Acreditamos que vamos equacionar isso, mas vamos resolver internamente, como temos feito nos últimos anos. Acreditamos que nossa programação será mantida.

O Vasco deve, além do 13º, o mês de dezembro e, para a maioria dos jogadores, de três a quatro meses de direitos de imagem.

Fonte: Lancenet