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PM prende 59 policiais grevistas no Rio

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A Polícia Militar do Rio de Janeiro decretou nesta sexta-feira (10) a prisão administrativa de mais de 50 policiais militares que se negaram a deixar os quartéis em função da greve da categoria, segundo o chefe do Estado Maior Administrativo da PM, coronel Robson Rodrigues da Silva. Com autorização da Justiça, a Corregedoria Interna da PM também deteve nesta manhã nove líderes do movimento.

"Dos 11 mandados de prisão expedidos pela Justiça, nove foram cumpridos. Esses respondem a ações penais. Já na área administrativa da Polícia Militar, foram 50 policiais presos por insubordinação", afirmou ao UOL o chefe do Estado Maior Administrativo.


O coronel também confirmou que mais de cem policiais militares por crime militar ou transgressão disciplinar de natureza grave, entre os quais os homens apontados como líderes da greve. "Esses policiais não cometeram delitos tão graves e responderão apenas administrativamente", explicou Rodrigues.

Os grevistas já esperavam a prisão dos militares que se recusassem a deixar seus respectivos quartéis e batalhões. "O pessoal já está levando roupa, tênis e mantimentos para o batalhão, já que as prisões não inevitáveis. Aos poucos, eles vão ter que prender todo o batalhão e não vai existir mais polícia na rua. Eles vão ceder, é só esperar", disse um cabo do 5º BPM (Praça Tiradentes), identificado apenas como Reis.

No entanto, o policial afirma que as ameaças de expulsão sumária feitas pelo alto escalão da PM podem esvaziar o movimento em outros batalhões. "Aqui, continuamos mobilizados. Mas já sabemos que existe uma galera que não quer arriscar a cabeça. São poucos, temos que respeitar a opinião dos colegas", disse.

A estratégia dos militares que participam da greve -- PMs e bombeiros -- é a do aquartelamento. Todos os que atuam no policiamento ostensivo, além de inativos e aposentados, foram orientados a iniciar um período de reclusão em seus respectivos batalhões (se possível, na companhia de familiares).

"Estamos organizando um movimento pacífico, no qual os responsáveis pelo policiamento ostensivo, isto é, 70% da corporação, ficarão aquartelados", afirmou o soldado do 28º BPM (Barra Mansa) Thiago Rodrigues.

Já o cabo do CBMERJ (Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro) Laerte Soares, lotado no 2º Gmar (Grupamento Marítimo da Barra da Tijuca), garantiu que 30% da corporação estarão a postos para qualquer tipo de ocorrência "essencial" ou "perigo eminente da vida" -- tais como "desmoronamento, casos de incêndio ou afogamento, recolhimento de cadáveres, entre outros", explicou.

Além disso, os guarda-vidas atuarão descaracterizados em homenagem à prisão do cabo Benevenuto Daciolo, líder do movimento S.O.S Bombeiros, preso na noite de quarta-feira (8). "Não vamos usar a farda do Estado para lembrar o absurdo que ocorreu com a prisão ilegal do Daciolo", disse.

A greve foi iniciada na noite de ontem após uma grande assembleia conjunta com policiais civis, bombeiros e agentes penitenciários na praça da Cinelândia, no centro da cidade.

Fonte: Uol
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