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Ricardo Teixeira seguirá a frente da CBF

Após uma semana de rumores, o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, divulgou uma nota nesta sexta-feira (17) informando que “retomará as atividades que constam da sua agenda de trabalho na CBF após o carnaval”. Nesta sexta-feira, o cartola viajou para Miami.



“O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, bem como todos os membros de sua família, tem sua situação tributário-fiscal devidamente regularizada, nada devendo ao fisco federal, estadual e municipal, sendo certo que todos os seus bens e propriedades estão devidamente declarados perante as repartições competentes”, diz a nota divulgada no site da entidade.

Teixeira anunciou também que irá processar o jornalista Juca Kfouri, que divulgou uma foto da filha do dirigente. A imagem foi publicada junto com a informação de que Sandro Rosell, presidente do Barcelona, depositou R$ 3,8 milhões na conta da herdeira do cartola, que tem 11 anos.

Rosell é sócio da Alianto, empresa que recebeu R$ 9 milhões do governo do Distrito Federal pelo amistoso da Seleção Brasileira contra Portugal, em 2008. O evento está sendo investigado pelo Ministério Público por superfaturamento.

Futuro incerto

Antes de divulgar o comunicado, Ricardo Teixeira viajou para Miami, onde passará o feriado de carnaval. O cartola viajou em um avião particular, acompanhado de Wagner Abrãao, dono da agência de turismo Pallas, do grupo Águia. A empresa é parceira da CBF e foi escolhida para comercializar os pacotes VIP’s da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

Segundo pessoas próximas ao cartola, Teixeira já cogita deixar a CBF desde o final de 2011. Sem apoio da Fifa, que já trata da Copa do Mundo de 2014 diretamente com o Governo Federal, e sem diálogo com a presidenta Dilma Rousseff, o cartola sofreu com novas denúncias de corrupção.

Envolvido, segundo a BBC, em um caso de corrupção dentro da Fifa, que está sendo investigado na Suíça, o brasileiro tem seu nome ligado agora a um escândalo no Brasil. Documentos revelados pela Folha de S. Paulo apontaram que o cartola tem ligações com a empresa que superfaturou o amistoso da seleção brasileira contra Portugal, em 2008, no Distrito Federal. O caso foi investigado pela Polícia Civil de Brasília e está na Justiça Federal.

Em dezembro, Ricardo Teixeira chegou a pedir uma licença do cargo de presidente da CBF e do COL (Comitê Organizador Local da Copa do Mundo). Durante o período deixou de comparecer ao Mundial Interclubes e ao prêmio de melhor jogador do mundo, importantes eventos da Fifa, onde o dirigente já não goza de prestígio. Nas duas ocasiões, foi representado por José Maria Marin, seu vice-presidente mais velho.


Fifa foi um sonho

Todo poderoso após a confirmação do Brasil como sede da Copa de 2014, em 2007, Teixeira chegou a articular uma provável candidatura a presidência da Fifa para 2015. O plano, entretanto, perdeu força nos últimos meses, quando caiu em desgraça com o atual número 1 da entidade máxima do futebol, Joseph Blatter, ao apoiar Mohamed Bin Hammam nas eleições do ano passado. O ex-presidente da Confederação Asiática de Futebol desistiu da candidatura após revelações de que comprou votos para o pleito.

Durante o período eleitoral na Fifa, Teixeira voltou atrás e passou a apoiar Blatter. O movimento não foi suficiente para melhorar a relação com o presidente da entidade, que, com a desistência de Bin Hammam, venceu a eleição sem nenhum adversário.


Isolado no Planalto

À frente da CBF desde 1989, Ricardo Teixeira já viveu períodos de isolamento e de aproximação com o Governo Federal. Durante o governo Lula foi aliado do ex-presidente e era recebido pelo alto escalão do Planalto. Com Dilma Rousseff, entretanto, não tem o mesmo trânsito. Desde o ano passado não consegue uma audiência com a presidenta, que já se reporta diretamente à Fifa para tratar dos assuntos referentes a Copa do Mundo de 2014.

A última aparição pública de Ricardo Teixeira foi no anúncio de Ronaldo como membro do conselho do COL em novembro de 2011. Desde então, o ex-jogador virou a imagem do comitê. A imagem do ex-jogador, ídolo mundial ligada ao Mundial agrada o Planalto. Nos bastidores, entretanto, Teixeira ainda tem voz e define o que deve ser feito pelo “Fenômeno”.


Fonte: IG
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