A Marinha faz nesta terça-feira (28), no Rio, uma cerimônia de homenagens póstumas aos dois militares que morreram na tentativa de controlar as chamas na Estação Comandante Ferraz, na Antártica.
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Os corpos do suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e do primeiro-sargento Roberto Lopes dos Santos chegam à Base Aérea do Galeão esta manhã, vindos do Chile. Na homenagem post-mortem, os dois serão promovidos ao posto de segundo-tenente; admitidos na Ordem do Mérito da Defesa, na grau cavaleiro, pela presidente Dilma Rousseff; e receberão a Medalha Naval de Serviços Distintos, pelo comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Júlio Soares de Moura Neto.
A cerimônia deve começar às 9h, com a presença do vice-presidente Michel Temer.
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A segunda vítima do incêndio, Roberto Lopes dos Santos, 45 anos, entraria para a reforma militar quando retornasse da Antártida
Os peritos que vão investigar as causas do incêndio que destruiu a base de pesquisas científicas da Marinha brasileira já estão na Antártica.
O avião da FAB (Força Aérea Brasileira) que foi para a base chilena Eduardo Frei resgatar o corpos dos dois militares que morreram na estação brasileira na Antártica levou o embaixador brasileiro no Chilex, integrantes da diplomacia e militares. Todo mundo divide espaço com suprimentos, caixas, roupas, equipamentos de comunicação e comida para os 12 militares que estavam na estação na hora do incêndio e que foram levados para a base chilena.
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Carlos Alberto Vieira Figueiredo, 47 anos, já tinha data para pedir a aposentadoria
O capitão Fernando Coimbra, chefe da estação brasileira na Antártica, diz que não houve explosão antes do incêndio. Ele contou que o suboficial Carlos Figueiredo e o primeiro sargento Roberto dos Santos, que morreram no incêndio, tentavam fechar a válvula do reservatório de etanol para evitar que o fogo se espalhasse pela mangueira e chegasse ao tanque, que ficava atrás do gerador.
Segundo o capitão, a equipe tentou usar água do mar para controlar o incêndio, mas a água congelou na mangueira.
Os corpos dos dois foram encontrados a dez metros do compartimento dos geradores a óleo, onde o fogo teria começado. “Mais do que perda material, mais do que da nossa casa durante um ano é a perda dos nossos amigos”, afirmou o chefe da estação antártica brasileira, Fernando Coimbra.
Quarenta e cinco militares e pesquisadores, que estavam na base brasileira na Antártica, chegaram ao Brasil na madrugada de segunda-feira (27). A maior parte do grupo desembarcou na Base Aérea do Galeão. Cansados e abalados com o acidente, traziam apenas as roupas do corpo. Contaram que o fogo se espalhou rapidamente e não puderam salvar objetos pessoais.
Entre os que chegaram estava o primeiro sargento Luciano Gomes Medeiros, que sofreu queimaduras nas mãos. Ao sair do avião, ele foi colocado numa cadeira de rodas e levado para o hospital da Marinha, onde permanece em observação.
Fonte: G1