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Cadeira abria na descida, diz delegado

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O Ministério Público (MP) e a Polícia Civil informaram que a perícia feita na tarde de quarta-feira (29) no brinquedo La Tour Eiffel, no parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo, no interior de São Paulo, apontou que a cadeira onde Gabriela Nichimura estava se abre no momento da descida.  "A perícia de hoje (quarta-feira) atestou que a cadeira onde ela estava faz movimentos de chicote na descida quando o brinquedo é operado", disse o promotor Rogério Sanches.


A adolescente de 14 anos morreu após cair do brinquedo na manhã de sexta-feira (24). A nova perícia no parque foi realizada depois que a família de Gabriela apresentou uma foto que mostra que a garota estava sentada em um assento diferente do apontado por testemunhas e investigado anteriormente pelos peritos.

Em nota divulgada na noite de quarta-feira (29), o Hopi Hari reitera "veementemente a cooperação absoluta com todos os órgãos responsáveis na apuração definitiva do caso".

O delegado que investiga o caso, Álvaro Santucci Noventa Júnior, também confirmou que a cadeira estava com defeito. Ele falou com o perito do Instituto de Criminalística (IC), Nelson Patrocínio da Silva, que esteve no local na quarta-feira. "Quando a atração é colocada em atividade, a trava se levanta e depois dá uma 'chicotada' e abaixa fortemente", explica o delegado. A falha não foi apontada nas perícias feitas na sexta-feira (24), dia do acidente, e na segunda-feira (27).

Uma foto apresentada pela tia de Gabriela mostra que a garota estava sentada em uma cadeira diferente da apontada por testemunhas. 

"A investigação estava sendo induzida ao erro. Antes trabalhávamos com a hipótese de que ela teria caído no momento da frenagem. Agora acreditamos que ela se agarrou no colete de proteção. A prima dela disse que ela ficou no nível dos olhos dela, como se ela tivesse 'flutuado' e tentado se segurar no dispostivo de segurança. No momento da frenagem ou até um pouco antes, já sem força para se segurar, ela efetivamente caiu. Ela entrou em uma verdadeira arma. Entrou em um brinquedo fatal", completa o promotor Rogério Sanches.

A Promotoria trabalha com duas frentes de investigações, uma criminal e outra do direito do consumidor, e afirma que houve grau máximo de negligência.

Tanto o MP quanto a polícia atestam que o parque sempre afirmou que a cadeira estava inoperante há anos.

O laudo oficial da perícia será apresentado ao Ministério Público até sexta-feira, de acordo com promotora Ana Beatriz Sampaio Silva Vieira. "Depois disso, se for constatado que o problema se repete em outros brinquedos, podemos pedir a interdição do parque. Nós precisamos ainda de mais testemunhos e o laudo pericial para decidir se vamos tomar essa decisão", explica a promotora.

"Há uma falha gravísima do parque na medida que ele faltou com o dever da informação. Era dever do parque indicar aos operadores e usuários que aquela cadeira nunca poderia ser utilizada", completa Ana Beatriz. "A constatação muda totalmente o rumo da investigação. Fomos induzidos ao erro", afirmou o delegado Álvaro Santucci Noventa Júnior. A informação incorreta sobre o assento em que a garota estava no momento do acidente foi passada por testemunhas, de acordo com ele.


Fonte: G1
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