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Famosos comentam a morte de Millôr

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Os cartunistas Laerte, Paulo Caruso e Arnaldo Branco, entre outros, lamentaram a morte do escritor Millôr Fernandes. Ele morreu às 21h de terça-feira (27), em casa, no bairro de Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro.


Laerte - cartunista: "Minha vida cresceu na luz do Millor. Fui apresentado a ele, fiquei emocionado. É uma das marcas mais importantes da cultura brasileira na questão do humor. Ele era uma entidade, já tem uma posição muito sólida e estável. Não existe uma área da cultura que ele não tenha visitado: teatro, literatura, música, artes plásticas. O cara era uma figura que se expandiu sobre todas as possibilidades da cultura. Politicamente, ele era uma pessoa conservadora. É meio 'abalante' você assistir a morte de dois grandes nomes do humor e da cultura, Chico e Millôr".

Sérgio Augusto, escritor e jornalista (em depoimento à Globo News): "Eu o achava a inteligência mais fulgurante do Brasil. Nosso maior frasista, e de frases realmente lapidares. Ele tinha um domínio da língua portuguesa e ele buscava a perfeição. O humor escrito precisa de um tempo. Ele dizia que jamais gastava onze palavras onde cabiam dez. Ele era um grande tradutor também. Ele ia se chamar Milton Fernandes. O juiz esqueceu-se de passar um risco no te virou Millôr Fernandes."


Arnaldo Jabor (em depoimento à Globo News): "Fico espantado que em poucos dias morreram dois dos maiores humoristas do Brasil, num país em que o humor não está com o mesmo vigor que tinha. O bom humorismo é o que eles faziam, que virava pelo avesso o comportamento brasileiro. E, pelo avesso do espelho, a gente via o país de uma maneira muito mais clara. Os dois têm o mérito de ter mostrado durante todos esse anos o lado risível da nossa vida."

Paulo Caruso, cartunista (em depoimento à Globo News) - "Foi o mestre mais importante da minha geração, o cara mais influente. Começou também garoto, trabalhando em redação. Teve que se virar sozinho muito cedo, ficou órfão de pai e mãe muito jovem. Desenvolveu uma agiliadde mental muito rapidamente. Sempre teve um trabalho que se aproximava do plástico, uma coisa sofisticadíssima. Podemos dizer que era um deus pra gente. Sabia muito bem como ir pulando de uma coisa para outra. Queria deixar todo mundo corformado. Foi um mestre mais importante da minha geração, o cara mais influente. Foi lá assistir o Chico Anysio diretamente."


Sergio Sant’anna, escritor (em depoimento à Globo News) - "O maior gênio brasileiro. Era um filósofo. Como de uma mente humana podia sair coisas tão inteligentes, tão engraçadas e tão comprometidas fcom a liberdade. Era um artista político. As pessoas como o Millôr Fernandes deveriam durar pelo menos uns 200 anos".

Arnaldo Branco, cartunista - "Ele é o maior nome do humor no Brasil. Começou com 13 anos no 'Cruzeiro'. Não é só a maior carreira, mas também o maior tempo publicando coisas de qualidade. Para a minha geração, foi até mais impactante do que o Chico Anysio. É o Pelé do humor. Tinha muitos recursos, poderia trabalhar com trocadilho, fazer um humor mais sutil, algo de mais conteúdo... Fora o fato que traduzia Shakespeare. É realmente o maior. Uma grande perda para o humor e para as letras do Brasil. Basicamente, era o nosso maior satirista."


Zuenir Ventura, jornalista e escritor (em depoimento à Globo News) - "O Millôr conseguia esse milagre de misturar o traço e a palavra e introduzir a dimensão filosófica, não só fazia rir como fazia pensar. Perdemos o Chico Anysio e agora o Millor. O Brasil perdeu a graça. Ele era absolutamente genial. É realmente muita perda. Ele era acessível, não era um hermético. Usava o humor para pensar. Uma perda terrível. Para o jornalismo, literatura, tradução, teatro, tudo. É sempre um choque e uma sensação de injustiça."

Marcelo Madureira (em depoimento à Globo News): "Sempre foi um cara muito cioso da profissão de humorista. Mostrou que humorista é um intelectual, na verdade, e com muita coragem. Deu a sua contribuição. Poderia ter ficado mais entre nós, mas viveu. Estou realmente muito emocionado."

Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo (nota à imprensa) - "Com a morte de Millôr Fernandes, o Brasil perde uma referência de humor refinado, criatividade e bagagem cultural. Sua vida foi um exemplo de retidão e princípios que ajudou muito na formação do pensamento democrático brasileiro".


Dilma Roussef, presidente (nota à imprensa): "Millôr Fernandes foi um gênio brasileiro, um ícone do humorismo. Brilhante jornalista, com a mesma maestria tornou-se escritor, cartunista e dramaturgo. Autodidata, traduziu para o português dezenas de obras teatrais clássicas. Atuou em diversos veículos de comunicação, além de ter sido fundador de publicações alternativas. Com sua morte, o Brasil e toda a nossa geração perdem uma referência intelectual."

Mauricio de Sousa, quadrinista (nota à imprensa): "Conheci o Millôr antes de ele ser Millôr Fernandes. Assinava Van Gogo, na revista O Cruzeiro. Eu me alimentava com as tiradas geniais, algumas que, por ser muito jovem, nem entendia. Era um humor atilado, sofisticado. Com o tempo, fui perdendo o Van Gogo e conhecendo a majestade do humor de Millôr. Nos últimos anos, acompanhei como e quando pude, aquela visão de mundo que ele nos passava. E aqui e ali, com críticas super-inteligentes, deixa um legado para a eternidade."

No Twitter, famosos lamentaram a morte de Millôr Fernandes:

Evandro Mesquita, músico e ator - "Morre Millor, melhor do humor. A Terra tem ficado mais triste. E tem uns maus políticos que não pegam nem resfriado..."

Ricardo Amorim, do "Manhattan connection" - "Para levar o Chico Anysio e o Millôr Fernandes em menos de uma semana, desconfio que Deus estava precisando rir."

Datena, apresentador - "Em menos de uma semana mestre Chico Anysio e, agora, Millôr nos deixaram. Só podemos lamentar e reconhecer que foram verdadeiros gênios!"

Cristiana Oliveira, atriz - "Vai com Deus mestre,filosofo,transgressor,polemico,genio,homem de luz!"

Ritchie, músico - "Perder o Chico e o Millôr numa semana só é uma baita falta de humor."

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Fonte: G1
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