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Coluna 25/01/23

Flávio Jr ou Fábio Novo: biênio de Severo é questionado no PT

Conforme antecipado na edição de terça-feira, 24, do Jornal do Piauí, na TV Cidade Verde, o acordo PT e MDB para a presidência da Assembleia Legislativa do Piauí, navega com destino a naufragar. O Governo atua como bombeiro para tentar salvar o acordo que coloca Franzé Silva (PT) presidente no primeiro biênio com Severo Eulálio (MDB) no segundo biênio. A coluna conversou com deputados da base e oposição e apurou alguns dos motivos apontados para Flávio Jr e Fábio Novo sejam citados como opções de continuidade à presidência de Franzé Silva ao invés da rotatividade com um emedebista na presidência da Casa.


Ouvidos

Um deputado da base revelou que sim, Flávio Jr. já teria pedido a ele votos para suceder Franzé na votação do dia 01 de fevereiro, quando a nova legislatura toma posse. Outro deputado, dessa vez de oposição, ouvido pela coluna, disse não ter sido procurado por Flávio Jr até o momento: “Estamos aguardando entendimento das duas maiores bancadas”, afirmou. Questionado, um emedebista foi sucinto e premonitório: “Se mudar... será um desgaste para um início de Governo”, alertou.


Me dê motivos

O motivo que justificaria publicamente o rompimento do acordo, segundo apurou a coluna, é que o MDB não abre mão de ter o oposicionista Wilson Brandão no cargo de primeiro-secretário da Mesa Diretora. O problema é que o PT bateu o martelo de que tem a prerrogativa de indicar as vagas de vice-presidente e de primeiro secretário no biênio de Severo Eulálio. Em política, qualquer transformação que dê mais espaço aos opositores traz conflitos. Max Weber preferia usar o termo dominação a poder. Para o sociólogo alemão, dominar era ser obedecido. 


Injusto

No caso do biênio do PT com Franzé no comando, o MDB teve que abrir mão de Georgiano Neto como vice-presidente, para dar lugar a Evaldo Gomes (SDD) e Marden Menezes (Progressistas) na primeira-secretaria. Os líderes do MDB consideram as situações injustas. 


(Não) me liga

O telefone do presidente da Alepi, Franzé Silva, não para de tocar. Para um deputado que questionou a Franzé o que fazer, o petista respondeu: “Hora de serenidade. Nosso acordo é com o MDB”. Por sua vez, o percurso da sede da Assembleia Legislativa para o Palácio de Karnak, promete ser movimentado. O deputado federal Flávio Nogueira, pai de Flávio Jr, cancelou agenda em Brasília e focará esta quarta na reunião com o governador Rafael Fonteles que acontece em Teresina. 


Combustível

Outra fonte da base coloca mais combustível na fogueira e relata a coluna acreditar que se o PT decidir de fato ter candidato a presidente e romper o acordo com o MDB  - tudo isso está em suspenso no momento e a possibilidade de rompimento, em si, traz tensão na relação das duas siglas aliadas - o candidato seria Fábio Novo e não Flávio Júnior. Novo é nome histórico no PT e líder do Governo na Alepi, ou seja, fala pelo Executivo. Já Flávio ingressou recentemente no partido, mas ainda assim é querido pelos pares e visto como um nome de diálogo.


Cangote

Tudo é sobre decisão. E o Parlamento decide o que decidir. Não é pouca coisa. Ser o presidente de um Poder como a Assembleia Legislativa é poder também ter mais cacife para eleger-se futuramente deputado federal, prefeito de uma grande cidade ou senador. O empoderamento do PT a plano nacional e local fez o partido enxergar que não precisa mais do MDB. O jogo mudou. “O MDB causou muito problema. Esse grupo conseguiu um time para ter de 16 a 17 votos, e agora estão engrossando o cangote”, avalia um nome da base sobre os eventuais motivos que levaram à situação. Por fim, Rafael Fonteles pode intervir novamente e colocar um ponto final na rebelião petista: “O Governo não aceita, o acordo é com o MDB”, disse um experiente petista, com trânsito no Karnak, à coluna.


Correndo por fora

A imprensa nacional destaca nomes para sucessão de Lula em 2026: Flávio Dino, Marina Silva, Fernando Haddad, Geraldo Alckmin, Camilo Santana e Simone Tebet são alguns deles. O senador e ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, também é citado como “correndo por fora”. Bem quisto no PT, com pasta de grande visibilidade, o desafio de Wellington, na visão dos analistas políticos, é ganhar maior projeção no contexto nacional. Ele terá as ferramentas para tal intuito.


Novo tom

Já percebe-se uma mudança no tom de Wellington Dias nas falas públicas, agora como ministro. Se no papel de governador do Piauí, o “Índio” – como é chamado pelos colegas políticos – evitava polemizar e era conhecido pelo comedimento, agora na nova função, o ministro Dias já antagoniza com duras falas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Com a crise de saúde e sanitária entre os povos yanomamis, Wellington tem tido espaço para exercer a nova postura.


Estou on e roteando

Questionado pela coluna sobre os recentes encontros políticos que teve com lideranças como o vice-governador Themístocles Sampaio, o senador Elmano Férrer, que despede-se do mandato com espírito bem-humorado, afirma que tem “muita energia para gastar”. Elmano tem capital eleitoral em Teresina e foi convidado para se filiar ao MDB. Pode compor numa chapa majoritária e seria um puxador de votos dos sonhos em uma chapa proporcional se assim desejar.


Aroma

Busca-se um “candidato com cheiro de povo” em Teresina. A coluna explica o motivo: candidatos com características sociais mais próximas do eleitor tem o voto mais facilmente. Essa correlação nunca é uma amostra representativa, mas dá pistas sobre por quê tantos políticos criam espécies de personagens no período eleitoral visando projetar uma imagem teoricamente mais palatável e popular. O mais difícil é sustenta-las depois.


A foto do dia

O registro dos ex, e quem sabe futuros, aliados Jeová Alencar e Themístocles Sampaio merece análise. O deputado eleito pelo Republicanos e o vice-governador sinalizam para duas figuras políticas: Rafael Fonteles e Dr.Pessoa. No caso de Jeová, o recado velado para Dr.Pessoa é o de que ele tem caminhos e portas abertas para construir novas alianças em 2024. Pessoa deu entrevista à TV Cidade Verde dizendo que Jeová pode ficar à vontade para se desfiliar do Republicanos. E para Themístocles, não restam dúvidas que sua força política passará pela eleição do prefeito da capital. O vice-governador se movimenta.


A frase para pensar:

"Nenhuma batalha se desenrola como previram aqueles que armam os planos", Leon Tosltói (1828-1910), escritor russo.

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