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Coluna 06/02/23

Balde de água fria
 
Cresce no Palácio da Cidade a percepção de que o prefeito Dr.Pessoa pode – frise-se o verbo “pode” - não disputar a reeleição. A temperatura hoje no entorno do gestor é de frustração com a não concretização da aliança com o PT de Teresina, que fez exigências demais e entregou de menos, segundo esses interlocutores. Apesar disso, obras e projetos seguem a pleno vapor, paralelo às costuras políticas, com o intuito de deixar uma marca positiva de trabalho.
 
Quem diria
 
Há também a impressão no mundo político de que o deputado estadual Jeová Alencar permanecerá aliado de Dr.Pessoa até o final. Ele segue na forte Saad Sul, com o indicado, Juca Alves, e mesmo com todas as indas e vindas públicas na relação política com o prefeito, interlocutores de Jeová na Câmara de Teresina relatam à coluna captarem que o deputado não demonstra a intenção efetiva de romper com o prefeito – rompimento esse que seria passo indispensável na construção de uma candidatura própria à PMT. Na oposição, naturalmente.
 
Cabo de guerra 
 
De quase aliados a quase adversários, com muitas críticas como recheio do bolo. Esse foi o salto da relação entre o PT e o Palácio da Cidade. A coluna ouviu petistas e interlocutores da Prefeitura de Teresina no final de semana. Cada lado, acredita que o outro foi o responsável pela não concretrização da aliança para a ocupação da Saad Sul, secretaria da Agropecuária e parte da Semcaspi na PMT.
 
Teoria 
 
Os apoios administrativos, como se sabe, são uma extensão de alianças pretéritas ou futuras entre grupos políticos distintos que ocupam a máquina pública para fazer valer suas visões de políticas públicas. Unem-se numa gestão porque compartilham do mesmo projeto eleitoral. Isso é a teoria.
 
Prática
 
Para aliados de Dr.Pessoa no Palácio, o prefeito não tinha por que aceitar as condições do PT que foram expressas nos seguintes termos: “Só apoio administrativo, sem apoiar a eleição de 2024”. Interlocutor da gestão refutou: “Por que dar ‘uma banda’ pra eles?”, questionou. “O PT municipal não teve moral de tomar uma decisão e ser respeitado”, completou a fonte, em reserva.
 
Me poupe
 
Um atento político resumiu da seguinte forma: “Agora a Prefeitura caçou um adversário desnecessário, logo o PT”.
 
O (futuro) presidente
 
Atenta-se também para a formação, na terça-feira, das comissões na Câmara de Teresina, em especial da de Constituição e Justiça, que tem o poder de aceitar ou rejeitar as matérias que chegam à Casa. A coluna apurou que a composição deve ser a seguinte: Venâncio Cardoso, que é advogado, preside. Essa é uma comissão sempre bastante disputada, mas há consenso sobre Venâncio. Uma vaga do PT – deve ficar com Dudu; uma do PDT (Alan Brandão), outra do PSD e Progressistas (Aluísio Sampaio) e a quinta vaga com Bruno Vilarinho.


 
Comissão da Confusão
 
Outra comissão bem mais disputada e polêmica, que deve ser composta também essa semana na CMT, é a que terá a responsabilidade de verificar as denúncias do vice-prefeito contra a gestão de Pessoa. A coluna apurou os nomes: Deolindo Moura, Ismael Silva, Leonardo Eulálio, Luís Lobão, Roberval Queiroz. “Composição criada para gerar o conflito”, concluiu um vereador, em reserva, à coluna.
 
Mira 
 
Mirando no Governo Lula, mas acertando na apresentadora Xuxa Meneguel (?), a crítica do senador Ciro Nogueira à gestão petista, feita em post no Twitter, repercutiu entre a classe artística. Ciro compartilhou uma imagem de Xuxa com o Zé Gotinha e escreveu: "Um governo voltado para o passado chama ídolos do passado. Coerente". O jornalista Chico Pinheiro, respondeu assim: "Você queria que o ídolo fosse quem? Brilhante Ustra?", perguntou ele, referindo-se ao ex-coronel do Exército.


 
Mais ou menos Estado
 
A discussão sobre autonomia do Banco Central, insuflada pelas críticas do presidente Lula a Roberto Campos Neto, não deve prosperar a ponto de ser revista pelo Congresso, mas também não deixa se servir para retomar a mais velha discussão da política: os detentores do poder coercitivo (Estado) devem só criar condições para que os indivíduos possam se planejar ou é preciso uma organização mais centralizada de todas as atividades? A linha (não tão) tênue entre dirigismo econômico eficaz, risco de suspensão da liberdade e excesso de confiança no acaso segue em discussão.
 
A foto do dia

 
Registro da reunião de sábado do governador Rafael Fonteles, dessa vez com o deputado estadual e vice-presidente da Alepi, Evaldo Gomes, que tem trabalhado para fortalecer e elevar com mais recursos o status da secretaria de Esporte e Lazer do Estado, ocupada por Josiene Campelo. Evaldo participa ainda de discussões na base sobre composições para 2024 em Teresina. O SDD tenta manter a discrição, mas trabalha para indicar um candidato a vice-prefeito do candidato de Rafael à PMT.


 
A frase para pensar
 
“O orçamento é uma conta que se faz para saber como aplicar o dinheiro que já se gastou”, Barão de Itararé, pseudônimo de Apparício Torelly (1895-1971), humorista.

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