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Coluna 13/02/23

A fórmula do futuro prefeito de Teresina 

A coluna conversou com interlocutores políticos privilegiados que traçam o seguinte cenário sobre os maiores problemas que o eleitor de Teresina enfrenta e que serão balizadores da campanha eleitoral de 2024: saúde, violência e transporte público, com ênfase nesse último. “Ninguém fica doente todos os dias, nem é assaltado diariamente. São problemas duros, mas pontuais. Já o transporte, não. A pessoa que pega ônibus, precisa fazer isso todos os dias e a falta ou demora dele impacta diretamente no sentimento de humilhação e impotência do morador, que culpa o ente público”, analisa experiente político afeito a pesquisas.

Foto: Arquivo Cidadeverde.com 


Resolvedor

Dessa forma, aquele político que for percebido pela população como o “revolvedor” de um ou mais dos problemas citados - saúde, segurança, transporte - terá a seu passe valorizado e transformado como capital eleitoral na corrida pelo comando do Palácio da Cidade.


Três problemas 

Há duas formas de medir o pulso dos problemas da população: instintivamente ou através de pesquisas. O político que tem boas pesquisas e não sabe ler e contextualizar os dados brutos, corre o risco de ser perder. E quem tem instinto, mas não sabe para onde ir, tende a naufragar. E o que não falta em Teresina são pesquisas internas, não registradas, para contribuir no diagnóstico dos problemas da capital e no perfil do candidato a prefeito que pode resolve-los. 


Água vira vinho

A competição hoje no mundo político segue em duas frentes concomitantes: a primeira é a de buscar ser não apenas conhecido, mas também lembrando pelo eleitorado como o nome capaz de solucionar um importante problema do morador de Teresina. A segunda frente é formar potenciais alianças com grupos políticos que forneçam alguma estrutura numa campanha (leia-se, recursos e lideranças). São cinco grupos hoje em disputa na capital (podendo marchar juntos, ou não):

- Palácio de Karnak

- Prefeitura de Teresina

-Grupo de Ciro Nogueira e oposição/PSDB

-Grupo do vice-governador Themístocles Sampaio

-Grupo de vereadores da capital 


Ele escolhe 

Aliás, essa é uma prerrogativa dos governantes e detentores de mandatos eletivos: o poder de ter maiores ferramentas para pautar o debate público e, assim, acuar o adversário a falar uma língua que nem sempre o outro lado domina. Nem todos claro, usam bem as armas que têm. Alguns políticos, atacam tudo e todos, sem foco. Outros, esperam tanto a hora de agir que a hora simplesmente passa.


Flagra 

Registro obtido pela coluna da mesa do secretário estadual de Governo, Marcelo Nolleto, mostra o documento com o plano de Governo de Rafael Fonteles, apresentado pelo governador durante a eleição. Fonteles não apenas diz seguir as diretrizes do plano, mas pede que os secretários se guiem por ele. Na dúvida, consulte e faça. 


Melhor ir junto 

Na mesma semana em que os colegas de Parlamento e de partido, deputados Henrique Pires e Ana Paula, colocaram os nomes à disposição para uma disputa à Prefeitura de Teresina, o deputado estadual João Madison vai em outra linha. Ele disse à coluna que é importante que o MDB discuta a estratégia eleitoral com o PT na capital. O comando do processo eleitoral é de Rafael Fonteles, na visão de Madison. 


Dois em um 

“Tudo pode acontecer, inclusive nada. Mas é importante buscarmos esse entendimento (com o PT) para que na eleição de 2026, de Rafael Fonteles, possamos estar juntos”, disse João Madison. 


Te aceito e te perdoo 

Fora a questão de Teresina, o MDB tem buscado filiar prefeitos que estiveram na oposição, competindo assim diretamente com o PSD, que faz o mesmo. Os prefeitos que apoiaram Sílvio Mendes não desejam ficar dois anos na oposição e pretendem disputar suas reeleições ou fazer seus sucessores com o guarda-chuva do Karnak. 


Quanto mais, melhor

A cúpula do MDB, por sua vez, sabe que a força municipal é um dos pilares que segura a relevância de uma sigla a nível estadual. A outra é o tamanho da bancada parlamentar, que também tem relação com o número de prefeitos. Ou seja, o processo se retroalimenta. 


Sem dividir 

A visão de João Mádison é a mesma do deputado Ziza Carvalho (MDB), que enxerga a necessidade de uma estratégia municipal com foco em uma candidatura única da base aliada em Teresina, ou seja, MDB e PT juntos numa chapa. “Eu acredito que é melhor termos uma candidatura forte, única, de um grupo que representa uma nova visão de gestão do Piauí. E eu acredito que as eleições de Teresina passarão muito pela cabeça do governador do Piauí”.


Ponto com nó 

O presidente Lula escolheu seu adversário público número 1 nesse início de gestão: Roberto Campos Neto, o nome que simboliza metaforicamente num pacote só o mercado e a herança do bolsonarismo. Os outros dois graves problemas enfrentados por Lula no início de mandato - atos antidemocráticos de 8 de janeiro e crise dos yanomamis - ocorreram à revelia dele, claro. A Lula só coube reagir. Com Campos Neto, não. O presidente o chamou para o campo de luta da arena pública. 


Porque sim 

A escolha de Campos Neto como antagonista resolve alguns problemas políticos: critica a “herança maldita” do governo antecessor, mas não coloca Bolsonaro direto sob os holofotes; assim como antecipa a justificativa para um problema futuro e provável, a perspectiva de baixo crescimento econômico. Os juros altos do Banco Central são os vilões. Essa semana, a costura em Brasília será para saber não se Campos Neto vai cair – não vai – mas se o recado de Lula reverberará de forma a atingir o objetivo do presidente: fazer um governo com menos arrocho fiscal e mais gastos públicos na área social.


Que vença o melhor  

A coluna obteve registro de encontro do deputado estadual Rubens Vieira (PT) e do vereador Ricardo Veras (PT), ambos pré-candidatos a prefeito de Parnaíba. Há um grupo de cinco vereadores que estão conversando com Rubens Vieira sobre um possível apoio para 2024. O PT tem ainda Flaviana Veras e Dr.Hélio como pré-candidatos da base no litoral. O Karnak não bateu o martelo sobre qual será o candidato escolhido para apoiar, por isso, as movimentações de interessados são acompanhadas com atenção. 


Nomeação 

A ex-secretária estadual de Administração, Ariane Benigno, foi nomeada como Subsecretária de Assuntos Administrativos do Ministério do Desenvolvimento Social. A publicação saiu na última sexta-feira no Diário Oficial da União. Ariane, que deixou marca positiva no Governo e é ligada ao deputado federal Merlong Solano, trabalhará agora direto com o ministro Wellington Dias.


A foto do dia

A interlocução com Brasília não fica restrita ao Governo do Estado. Prova disso é o registro do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Iran Felinto, com a ministra do Turismo Daniela Carneiro, durante agenda na capital federal. “A ministra deixou claro que pretende abrir diálogo com os municípios, para aproximar o ministério das grandes ações de desenvolvimento”, disse Iran Felinto. “Nossa gestão ficará atenta a essa aproximação, para reforçar projetos de captação de fluxo, como são os eventos nacionais, e projetos urbanos”, pontua o secretário.


A frase para pensar 

Sem mercado não é possível, só com o mercado não é suficiente”, Jorge Fernadéz Días (1960-), jornalista argentino.