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Coluna 28/03/23

A candidatura de Jeová Alencar

A coluna foi questionada pelos dois ou três leitores atentos das análises feitas por conta da inclusão do nome do deputado Jeová Alencar, atual superintendente da Saad Sul, na lista de possíveis candidatos ao Palácio da Cidade. “Jeová está no grupo político de Dr.Pessoa, como seria candidato?”, perguntaram. E, como o trabalho é o de buscar respostas, seguem:


Eu ganho, ele perde

Segundo fonte com trânsito em várias esferas do poder, a situação de Jeová é a seguinte: se o grupo de Rafael Fonteles vencer a PMT, ele fica em uma posição que ninguém deseja na política, que é a de ser oposição ao Governo e ao Palácio da Cidade ao mesmo tempo. Ou seja, a sobrevivência política de Jeová em 2026 depende de quem ganhará a Prefeitura de Teresina em 2024. E que não seja o Karnak.


Leia o que eu faço

O fato é que os políticos devem ser lidos pelo que eles fazem e não pelo que dizem. Jeová tem dado sinais a alguns interlocutores políticos ouvidos pela coluna de ele que mesmo pode ser candidato a prefeito no grupo de Dr.Pessoa, ou que pode ser candidato com Sílvio Mendes de vice. Separando o fato da espuma: o prefeito está do lado de Jeová, que atrai aliados para o grupo da PMT, mas não nomeia o deputado do Republicanos para o cargo mais óbvio, que seria o de secretário de Governo. Há uma resistência clara aí.


Como eleger três

Já Jeová, anda com o filho, Samuel Alencar, em muitas agendas políticas. Samuel, acreditam vereadores, deve ser o candidato a vereador dele, assim como a vereadora Thanandra Sarapatinhas. Não se pode esquecer do ex-superintendente da Saad Sul, Juca Alves, a quem Jeová deve indicar lideranças também para uma candidatura de vereador - talvez com menos afinco do que nos dois primeiros nomes. Para eleger três vereadores (ou quatro, porque tem o apoio esperado a Antônio José Lira) é necessário ter chapas fortes e estrutura, idem.


Ele perde, eu ganho

Todo político tenta fazer seu candidato. Isso é natural da política e não é nenhuma novidade que Rafael Fonteles tente eleger um nome do seu círculo mais próximo de confiança para prefeito da capital, o maior colégio eleitoral do estado, vitrine de poder. Mas, o governador é conhecido pelo pragmatismo. O que ele não deseja, realmente e acima de tudo, é fortalecer o grupo de Ciro Nogueira, Sílvio Mendes, Jeová e companhia. Se esse grupo ganhar a PMT, Rafael terá um adversário forte para 2026. Os interesses de Rafael e de Jeová são diametralmente opostos.


Plano B de Rafael

Portanto, fontes bem informadas acreditam que Fonteles vai escolher apoiar na base o nome que tem mais chances contra o grupo de Ciro e Sílvio, seja quem for. Poder atrai poder, dinheiro atrai dinheiro, é assim na vida e na política. Mesmo que se fale que o nome preferido do Karnak é o deputado petista Dr. Vinícius, e mesmo com Franzé Silva articulando forte estrutura na Assembleia Legislativa, não se pode ignorar que o plano B da base é o presidente da Câmara, Enzo Samuel.


Fator E

É Enzo quem tem os vereadores ao seu lado. Numa eleição municipal, isso se traduz em mapas de lideranças e acesso às comunidades. Se não for o escolhido da base, Enzo Samuel deve ser compensado e ter o compromisso de ser reeleito presidente da Câmara de Teresina, no mínimo.


Anote

Lei básica do marketing e da política: lei da dualidade. O consagrado, e o iniciante. A luta titânica é entre dois participantes principais. Em geral, e com o tempo, o líder perde e o segundo ganha participação (aconteceu com Rafael Fonteles x Sílvio Mendes em 2022 e com Fábio Abreu em 2020). O terceiro lugar é uma posição ingrata. Exceto se você vem de um lugar fora do radar (como Gessy Fonseca, também em 2020).


Café super forte

Quem segue fazendo política e abriu o gabinete para prefeitos e parlamentares piauienses que estão em Brasília para participar da Marcha dos Prefeitos é o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate a Fome, Wellington Dias. No encontro, Wellington vai apresentar todas as ações e possibilidades de parcerias e convênios que são possíveis entre sua pasta e os entes públicos. O encontro será, as 19h, na sede do MDS.


Primeira CPI do ano

O plenário da Assembleia Legislativa analisa – e deve aprovar – hoje o pedido do deputado estadual Evaldo Gomes, do Solidariedade, de uma CPI da Equatorial. Será a primeira CPI na Alepi sob o governo Rafael. Evaldo alega constante falta de energia em toda a região da Grande Teresina e nos demais municípios do Piauí, especialmente no período de chuva.  "Diante dessa inércia, buscamos criar essa CPI, para ouvir não só a direção do órgão, o sindicato, mas também os moradores que têm sofrido na pele”, afirmou Evaldo Gomes.


Foto do dia 

O presidente da Comissão de Legislação da Câmara de Teresina, Venâncio Cardoso e seu colega de partido (por enquanto), Edson Melo. A boa relação dos tucanos prediz o que hoje é realidade em Teresina: o PSDB cada vez mais próximo do PT. Aliás, falando em Venâncio, a Comissão de Legislação tem feito jogo duro a respeito dos pedidos de empréstimos de Dr. Pessoa. Alegam que faltam documentos. Recado sobre a força do Legislativo no jogo de poder com o Executivo? Também.


A frase para pensar

“Na força, há fraqueza. Onde quer que o líder seja forte, alguém com pretensões a número 2 tem oportunidade de virar a mesa”, Al Ries e Jack Trout, publicitários norte-americanos.

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