Coluna 01/04/23

A gramática de sucesso de um político

A coluna pede licença para elencar alguns pontos da gramática do sucesso de um político:

1-A percepção de caráter (quem o eleitor considera que tem o melhor caráter, geralmente ganha a eleição);

2- O currículo e as realizações;

3-O grande tema, que é a mensagem central de cada campanha.

No resumo, cada ator político busca desqualificar o outro para diminuir a percepção de caráter e, ao mesmo tempo, levar a disputa para o terreno onde é possível impor o tema em que se sai melhor (e o concorrente se sai pior, evidentemente).

Pane no sistema

Ah, nem sempre se consegue criar o tema, mesmo que muitos tentem. Muitas vezes, é preciso reconhecer qual é o tema e surfar nele. Exemplo prático: em 2020, a gestão tucana acreditou e apostou que o tema era saúde pública por conta da pandemia de Covid-19 e fez uma campanha de comparação da gestão estadual com a municipal. Não funcionou. O tema era transporte público e o eleitor separou o que era estadual do que era municipal. Outro exemplo, para reforçar o argumento: em 2022, Rafael Fonteles impôs a Sílvio Mendes o tema "Lula x Bolsonaro". Deu no que deu.

Franzé traz Thiago

O presidente da Assembleia Legislativa do Piauí, Franzé Silva, não está para brincadeira. Tanto é que tem acumulado adesões, mirando em tirar aliados dos times adversários. O nome da vez é Thiago Duarte, empresário e ex-candidato a deputado federal pelo Republicanos. A coluna apurou que Thiago – que é genro do vereador Dudu, do PT - fechou apoio a Franzé. O detalhe é que Thiago ainda está no partido de Dr.Pessoa, portanto, o próximo passo do empresário deve ser desfiliar-se e migrar para o PSB ou Podemos, siglas que estão no rol de influências de Franzé.

A estratégia

Talvez Franzé tenha lido algum bom livro de estratégias de guerra. Disse o general Nathan Bedford Forrest, da Guerra Civil nos Estados Unidos: “Chegue lá primeiro, com o maior número”.

Tecla SAP

No mundo político, repercutiu a frase do líder do Governo na Assembleia, deputado Fábio Novo, que atribuiu a disputa interna no PT como “não honesta”, ou seja, desonesta, para simplificar. O recado não deu nome, mas entendedores entenderam. O presidente da Assembleia Legislativa pode levar a indicação como candidato do PT a prefeito de Teresina, mas talvez não leve todo o PT consigo. Hoje, certamente, o grupo político e os votos de Fábio Novo, não vão junto.

Mais ou menos isso

Tem os votos da esquerda, da direita e do centro político, certo? Na esquerda, os votos estão fragmentados entre os diversos candidatos do PT e o vereador Enzo Samuel. Na direita, Bárbara do Firmino e Sílvio Mendes figuram no espectro (Bárbara, mais pelo partido e grupo político, aparentemente menos pela ideologia). No centro, até agora, caminha Marcos Aurélio.

Alguém sabe?

A pergunta é sobre como estará o antipetismo no eleitor de Teresina - mais escolarizado e mais crítico do que a média do eleitorado piauiense – em meados de 2024. A coluna, mais uma vez, só está repassando a pergunta a quem souber a resposta.

Foto do dia

Alguns fatos precisam ser reconhecidos. E um deles é que o presidente da Câmara de Teresina, Enzo Samuel, trouxe uma pegada mais social à CMT. Prova disso foi a realização da primeira edição do projeto Câmara em Ação, realizado nesta sexta-feira (31) no bairro Santa Maria da Codipi. O projeto somou ofertas de serviços na zona norte de Teresina. “A ideia é aproximar cada vez mais a Câmara Municipal da população de Teresina, demonstrando que nós estamos em sintonia, principalmente, para identificar os problemas e buscar soluções para aqueles problemas afligem a nossa gente” explicou Enzo, que mobilizou, junto com outros vereadores, um conjunto expressivo de populares: 2 mil pessoas marcaram presença no local.

Para ler

O tipo de livro que pessoas que acumulam poder leem, mas não falam sobre. Por isso mesmo, a coluna indica. Clássica obra sobre liderança, com fartos exemplos históricos, traz mecanismos para usar e para se defender das manipulações. “Quanto melhor você lidar com o poder, melhor você será como pessoa. (…) Se o jogo do poder é inevitável, vale mais ser um artista do que negar ou agir desastradamente”, aponta Robert Greene. Ele está certo.