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Coluna 06/04/23

A política piauiense dois anos após Firmino

Quando Firmino Filho faleceu, há dois anos, ele tinha perdido a eleição municipal quando seu candidato, Kléber Montezuma, foi derrotado pelo atual prefeito Dr.Pessoa. Naquele momento, em 2021, o novo prefeito e seu grupo político faziam duras críticas à gestão tucana. Auditor e professor da Universidade Federal do Piauí, Firmino Filho havia voltado à rotina comum, discreta, e ao trabalho no Tribunal de Contas da União. O mundo político aguardava os passos do ex-prefeito, até então o nome mais forte para disputar o Governo do Estado pelo grupo da oposição, com caminho certo para se filiar ao Progressistas.


O legado

A trágica morte de Firmino mudou tudo. A eleição de 2022, pode-se dizer, e a de 2024, são reflexos das consequências que a ausência de uma forte liderança faz na política. A filha de Firmino, Bárbara, se elegeu deputada estadual com o nome do pai como cartão de visitas e hoje é nome posto e competitivo para concorrer à Prefeitura de Teresina. Um ex-aliado, Sílvio Mendes, também. 


Todos querem ser

Todos os pretensos candidatos à PMT, até mesmo do PT (ex-ferrenho adversário dos tempos em que a polarização tinha o mote “Fora FHC”) fazem loas a Firmino Filho e remetem, direta ou indiretamente, a um modo que parece ser mais técnico de governar. Política é sempre uma questão de contraste. Às vezes é tempo de emoção, então vem os tempos de razão. Não há nada que se possa fazer contra o zeitgeist, o espírito do tempo. Firmino se tornou o ideal, como um mote em que os que desejam ocupar seu espaço, tentam se encaixar. 


O que ficou do PSDB

O PSDB se fragmentou. Tucanos estão espalhados: alguns, discretamente na gestão de Dr.Pessoa, outros no Palácio de Karnak, alguns tentando segurar o que restou do PSDB em Teresina para, quem sabe, conseguir o espaço de vice numa chapa competitiva à PMT ou, se os ventos forem a favor, a cabeça de chapa. Não há mais Firmino, há a memória, forte, de Firmino. Não há mais PSDB, há a memória do que significa o partido no imaginário do eleitor.


Vazio

Há também um vácuo na política piauiense e esse espaço é o de um líder, o que Firmino Filho efetivamente foi, com suas características únicas e peculiares. Efetivamente técnico, mas não “bonzinho”, sabia fazer movimentos ousados e duros com aliados. Ele tinha o comando do seu grupo político, manteve um estilo e criou o próprio. 


Quem sabe

Talvez seja isso que falte à política teresinense. A ousadia de bancar uma personalidade política própria, autêntica, que respeite o passado, e saiba construir o futuro dentro daquilo que há de novo para olhar e construir.


Retaliação

Caso não surja nenhum fato novo – sempre surge - ficou para terça-feira, 11, a votação do pedido de empréstimo da Prefeitura de Teresina, segundo a coluna apurou com fontes da Câmara de Teresina. O motivo para o imbróglio, relatou um vereador em reserva, é que a PMT teria ficado de liberar 400 mil reais de emendas para cada um dos vereadores, da base e da oposição. O recurso empenhado não saiu a tempo, a votação do empréstimo também não.


Duas versões

Interlocutores da Prefeitura argumentam que os vereadores estão indo contra os recursos para obras que vão ajudar a cidade. Pega mal. Já os vereadores alegam que as obras das emendas também são a favor de Teresina, igual ao empréstimo. Outro lado.


Choro

Já o choro do líder Antônio José Lira foi visto por alguns vereadores como até natural pela posição em que ocupa. “É a pressão do cargo de liderança e não ter nada na mão para oferecer aos vereadores. Também tem esse medo da Graça Amorim assumir como líder. De fato, estava mesmo tudo acordado com ele”, disse um parlamentar, em reserva. Segundo esse vereador, Graça Amorim, ex-líder de Firmino e Elmano Férrer, já está agindo como líder da PMT, cobrando os vereadores a postura acordada com a PMT. “Ela foi pra cima”, resumiu.


Agir com Franzé 

Dirigentes do partido Agir declararam apoio ao presidente da Assembleia Legislativa, Franzé Silva, para prefeito de Teresina. Na foto, Franzé com os dirigentes partidários Nilson Santos e Miguel. O Agir é o antigo PTC, que mudou de nome em 2022. Franzé segue em intensa movimentação política para se viabilizar candidato.


Foto do dia

O registro é do último dia de compromissos na Estônia, onde o governador Rafael Fonteles e o secretário de Estado da Educação, Washington Bandeira, conheceram as estratégias que tornaram a educação pública do país a melhor do Ocidente. Na última edição do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), a Estônia apareceu em terceiro lugar, atrás apenas de Cingapura e Japão. O objetivo da visita ao Ministério da Educação foi conhecer os pilares que embasam o sucesso da educação na Estônia. Após a visita ao Ministério da Educação Estoniano, a comitiva conheceu de perto a Kindluse Kool, considerada a melhor escola pública do ocidente. Na escola, os alunos são estimulados desde cedo a desenvolverem a criatividade e recebem lições de empreendedorismo.


A frase para pensar

“Ao bater no líder, humilham-se as legiões que pensam como ele”,  Andrea Rizzi (1955-), jornalista italiano, sobre o desafio que é criticar líderes populistas.

 

*A coluna entra em recesso durante a Semana Santa e retoma as postagens na segunda-feira, 10/04.

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