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Coluna 01/05/23

Vejo flores em você

Todos sabem que campanhas eleitorais não são feitas com rosas. Mas essa de 2024, particularmente em Teresina, tem tido aspectos peculiares, baseados na arte da guerra levada ao campo da política. Para quem não leu e nem quer perguntar ao ChatGPT sobre “Arte da Guerra” (antigo tratado militar chinês do estrategista militar Sun Tzu), a coluna faz o favor de resumir.
 


Nivelados

“Não se bate diretamente em um adversário mais forte que você”. Para isso, é preciso flanquear (atacar pelas laterais). Mas, quem é o adversário mais forte mesmo? Há algum franco favorito? Resposta: não, necessariamente. Quem está no alto não desce para enfrentar quem está embaixo, tudo bem. Exceto por Sílvio Mendes e seu forte recall, o processo parece mais nivelado para todos os demais nomes da base de Rafael Fonteles, que buscam maneiras de se provarem e diferenciarem-se dentro do mesmo grupo.


Alguém ousa?

O cenário é difuso e, talvez, a imagem idealizada de uma “gestão tucana” seja esse fantasma no pedestal a ser atacado. A questão é que ninguém vai fazer isso já que atacar o PSDB é correr o risco de respingar na imagem do ex-prefeito Firmino Filho, ainda reconhecido como grande líder político da capital. Beco sem saída.


Objetos quânticos

Ainda fazendo as analogias de guerra e campanha, é preciso ocupar espaços via artilharia (rádio, TV, redes sociais e etc) e infantaria (reuniões, corpo a corpo, materiais impressos). Ainda não inventaram uma maneira de estar em vários lugares ao mesmo tempo, dessa forma, as lideranças são importantes para fazer isso pelo candidato. 


Inflação de liderança

A disputa por lideranças comunitárias começou – e cedo demais na visão de alguns. Dessa forma, inflaciona o processo e não é garantia de nada, já que o acordo de hoje pode deixar perfeitamente de ser válido amanhã, em outro contexto. 


 Isabel no governo Rafael

Coincidência ou não, após os 100 primeiros dias de Governo Rafael Fonteles (aqueles três meses que dão o tom da gestão para a população), começa-se a trabalhar a imagem da primeira-dama, Isabel Fonteles, como figura feminina política que soma como um rosto mais acessível e suave da administração petista. Vale lembrar que o eleitorado feminino é maioria e as mães, chefes de família, são figuras de influência nas decisões de foto dos seus entornos e círculos de influência. 


Quem sabe

Médica, jovem, mãe e discreta, Isabel entra na segunda fase do Governo encabeçando projetos sociais relevantes, de impacto, com protagonismo suficiente para que petistas vejam nela potencial para disputar no futuro uma cadeira de deputada federal. Se ela assim desejar, há tempo para se construir um caminho político, tal qual a ex-deputada Rejane Dias, que galgou espaços administrativos e teve êxitos indiscutíveis nas urnas, falando com a bandeira da inclusão e do segmento evangélico.


Eles não param

As agendas de alguns dos pré-candidatos a prefeito de Teresina seguem mais intensas do que nunca no pré-feriado de 01 de maio. Vamos a elas

Franzé

O presidente da Assembleia Legislativa, Franzé Silva, com o ex-secretário de Esportes de Firmino Filho, Galba Coelho. Franzé tenta atrair o máximo de “firministas” para seu campo político. Os adversários, também. Cabo de guerra.

Enzo Samuel 

O presidente da Câmara de Teresina, Enzo Samuel, foi de futebol no bairro Água Mineiral, onde começou sua carreira política, e apoia os times locais (inclusive arriscando uma tentativa de gol que os jogadores deixaram, amistosamente, passar). Enzo também marcou presença no almoço de domingo dos trabalhadores dos Correios, estreitando laços com a categoria.

Marcos Aurélio 

O deputado federal Marcos Aurélio Sampaio postou “um dia na sexta-feira de um deputado federal”, com viagem de bate e volta no interior (e o flagra de um cochilo no carro na volta no dia seguinte), incluindo as cidades de São José do Divino, Santana do Piauí, Picos e Brasileira. Com os prefeitos Assis Carvalho em São José do Divino, Carmem Gean em Brasileira e o ex-prefeito Padre Walmir em Picos, Marcos Aurélio tem se dividido na agenda de atendimento aos municípios onde foi bem votado, além da capital, onde teve a expressiva votação de 18 mil votos.


No meio do bolo

Os senadores Marcelo Castro (MDB) e Wellington Dias (PT, também ministro do Desenvolvimento Econômico) estão involuntariamente envolvidos no imbróglio entre os presidentes do Senado, Rodrigo Pachêco e da Câmara, Arthur Lira e, agora, foram educadamente “convidados a sair” dos apartamentos funcionais que ocupam em Brasília.


Dos tempos

Há um mês, 11 senadores – incluindo Marcelo e Wellington Dias - foram avisados através da Quarta Secretaria da Câmara, que enviou um ofício à presidência do Senado, de que deveriam desocupar os apartamentos funcionais para que os imóveis fossem repassados aos deputados federais. Marcelo está num apartamento funcional da Câmara porque foi deputado federal entre 2002, 2006, 2010 e 2014. Já Wellington, ficou com o apartamento da esposa, a conselheira do TCE-PI e ex-deputada federal Rejane Dias.


Puxado

A Quarta Secretaria da Câmara alega que a medida foi adotada "em razão do déficit de imóveis para atender à crescente demanda dos deputados por unidades residenciais", tendo mais de 60 deputados federais na fila de espera. Saindo dos apartamentos, eles podem ganhar auxílio-moradia de R$ 4.253. Para se ter ideia, em Brasília, o valor aluga um apartamento de classe média, de dois a três quartos, média de 60m, sem elevador nem garagem, em bairros bem localizados do plano piloto. 


Foto do dia

Registro do deputado estadual Evaldo Gomes (SDD), da secretária de Esportes, Josiene Campelo, do ex-senador João Vicente Claudino e do ex-vereador Paulo Roberto da Iluminação. JVC é presidente do Fluminense Esporte Clube local. “Tivemos uma conversa amistosa e proveitosa sobre ideias e sugestões para beneficiar o futuro do futebol piauiense”, disse Evaldo Gomes. A coluna apurou que vai além da conversa futebolística. Gomes tem mantido diálogos com Paulo Roberto para filiar o ex-vereador ao Solidariedade. Como JVC deve se filiar agora em maio ao PSDB, presume-se que não levar seu principal aliado político ao partido é um sinal de que a sigla não deve montar chapa proporcional. A conferir.


A frase para pensar

Nem todo problema que se tem com a namorada se deve necessariamente ao modo capitalista de produção”, Herbert Marcuse (1898-1979) filósofo alemão, advertindo jovens mais afoitos em 1968