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Coluna 24/05/23

Marcos Aurélio reage a negociação entre PSD e Palácio da Cidade  
 
A possibilidade de adesão do vereador Vinício Ferreira à gestão de Dr. Pessoa desceu quadrado no PSD. A cúpula da sigla deve se reunir com o governador Rafael Fonteles na próxima semana e o assunto estará na pauta. O Palácio de Karnak e o Palácio da Cidade falam cada vez mais línguas diferentes e se torna cada vez mais inconciliável ser amigo dos dois. 

Segundo fonte ligada ao PSD, Vinicio Ferreira e o suplente Júnior Macedo querem estrutura para a campanha de vereador. Nada de novo sob o sol. Mas, conforme apurado pela coluna com fontes do PSD, a deliberação pela candidatura própria em Teresina – e hoje o nome colocado de modo irredutível é o do deputado federal Marcos Aurélio - atende não apenas ao interesse da cúpula local (leia-se os deputados Júlio César e Georgiano Neto) mas, principalmente, à cúpula nacional, com o ex-ministro e presidente nacional, Gilberto Kassab.


 


Indireta direta
 
Questionado pela coluna sobre a situação, Marcos Aurélio não citou Vinício Ferreira, mas foi enfático: “O projeto de candidatura própria do PSD em Teresina está mantido e fortalecido com nossas ações nas comunidades, junto ao povo. O que temos visto é um abandono total da cidade enquanto o prefeito faz uma festa, para ser recebido na Prefeitura. As prioridades estão trocadas”, criticou Marcos, que segue em agendas por Teresina. Na semana passada, ele participou de café da manhã com mães do bairro Dirceu Arcoverde, onde cestas básicas também foram doadas em homenagem ao Dia das Mães.


Ou lança, ou libera
 
Marcos Aurélio já estaria sendo procurado por pré-candidatos a prefeito que buscam composições, apoios e parcerias futuras pensando em um eventual segundo turno. Os 18 mil votos que teve em Teresina em 2022 contam bastante. Há quem acredite que, se encampar a indicação da Semest, o PSD terá que fazer uma escolha: liberar Marcos Aurélio para que o deputado mantenha o projeto majoritário, agora no MDB. Vale a pena perder um federal? 


O que tem um político de boa reputação?
 
Qual a reputação ideal de um político bem-sucedido nas urnas? Há muitas pesquisas sobre isso, mas podemos chegar num ponto em comum: o eleitor quer o político que seja próximo (“quem é próximo de mim, sabe o que eu preciso”), tenha conhecimento (“preparo para resolver os problemas”), articulação (“política não se faz sozinho”), e vontade (“não adianta saber, ter ligações e não ter força para tirar do papel”). Parece simples, mas não é.


Em busca da batida perfeita
 
Como já disse o músico Marcelo D2, está todo mundo em busca da batida perfeita. Encontrar o tom certo no período pré-eleitoral. Muitos desejam um modelo, uma fórmula que lhes dê vantagem competitiva. Não há. 


Gregos e troianos
 
Mas, se pudermos resgatar um princípio que funciona desde Aristóteles, é esse, um candidato competitivo precisa se comunicar mesclando os três ingredientes:
 
Phatos: Emoção, sensibilizar e atrair uma reação da audiência.
Logos: raciocínio, a natureza lógica de um bom argumento aplicado.
Credibilidade: reputação, reconhecimento.


Matrix
 
Tudo está no campo da percepção. E a percepção é formada, por sua vez, na interação entre os sujeitos e a realidade que os cercam. A reputação de um político não é uma posse: é sobre ele e não dele. Dito de outro modo: acontece na cabeça das pessoas, somando o mundo real, objetivo (desemprego, buraco na rua, etc), o mundo percebido (e por isso os governos fazem comunicação, para aproximar o mundo objetivo do mundo percebido) e, por fim, o mundo prometido, aquele que é desejado (quando o político diz que vai inaugurar uma obra daqui um ano, é disso que estamos falando).


Eu vejo cores em você
 
Historicamente, o PT sempre foi associado à cor vermelha. Nos estudos sociológicos e psicológicos, a cor vermelha traz sentimentos e sensações que remetem a calor, energia, força, coragem e rebeldia. Como lado negativo, pode remeter a raiva e irritação. Por óbvio, sempre foi a cor de uma parte da esquerda mundial. Um ano antes de se lançar candidato ao Governo do Estado, o governador Rafael Fonteles aposentou os ternos cinza escuro, o vermelho do PT (que ele nem usava, de fato) e adotou o branco.


Rafael de branco até hoje
 
Hoje, passada a campanha, ele segue com o branco nas vestimentas, prioritariamente, e nas redes sociais, adotou azul e verde de complemento aqui e ali. Vermelho? Raríssimo. Aula básica de psicologia: o branco é a perfeição, o imaculado, o puro, simplicidade, clareza e precisão. Precisa dizer mais?


Coincidência? 
 
Agora, a coluna acredita mesmo em símbolos e seus significados aplicados à comunicação política e acha que é interessante o leitor também saber que nada, nada mesmo, é por acaso. O deputado estadual Dr. Vinícius (PT), pré-candidato à prefeitura de Teresina é médico, por associação natural da profissão, já usava branco. Mas não é coincidência que ele seja próximo de Rafael e visto nos círculos do Governo como a aposta do governador para a disputa municipal. Ele é um petista raiz, mas de branco.


Voo Solo
 
Em Parnaíba, o PSD estuda candidatura própria com o vereador Ricardo Veras, que deve retornar à legenda e já antecipou à coluna que trabalhará para se viabilizar: “Temos conosco um grupo de pré-candiatos a vereador liderados pelo Magno Brandão, que presidirá o PSD em Parnaíba. Certamente iremos aparecer nas próximas pesquisas”, afirmou Veras.


O novo PAC
 
À Folha, o governador Rafael Fonteles (PT) adiantou que tem conversado com o ministro Rui Costa (Casa Civil) para listar as prioridades do Piauí para o novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que ainda será lançado pelo governo Lula, provavelmente com outro nome por conta da carga simbólica do governo Dilma. Rafael defende que os investimentos em infraestrutura por parte do Estado sejam significativos para impulsionar os investimentos privados.


Multiplica
 
"Sou da tese de que o investimento público tem que ser alto para que o privado seja ainda maior", disse Fonteles. O Piauí quer os investimentos no novo PAC em rodovias, obras hídricas (adutoras e barragens) e um projeto multimodal (rodovias, ferrovia e hidrovia) de ligação da região sul do estado com o porto de Luís Correia.


Foto do dia 

A coluna não é de colocar papinha na boca dos leitores e acredita na capacidade de inferências e análises de quem acompanha esses escritos. Falamos aqui que o deputado federal Merlong Solano poderia apoiar Franzé Silva à PMT, unindo as duas maiores correntes do diretório municipal de Teresina no PT. Pois bem. Franzé tem agenda intensa em Brasília na sexta-feira e começa o dia conversando com Merlong. A aguardar o que virá do encontro. 


Frase para pensar

“Alguém pode enganar uma pessoa o tempo todo ou pode enganar a todos durante algum tempo, mas ninguém pode enganar a todos o tempo todo”, Abraham Lincoln (1809-1865), ex-presidente dos Estados Unidos.
 
“Ao contrário do que se diz, pode-se enganar a muitos durante muito tempo”, James Thurber (1894-1961), cartunista americano.

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