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Coluna 01/06/23

A fórmula do voto

BO + BA + CO + CA = Bolso suprido enche a geladeira (BO) + satisfaz a barriga (BA), massageia o coração (CO) e induz a cabeça (CA) dos bem alimentados a recompensar os patrocinadores do pão sobre a mesa. A recompensa? O voto. A fórmula do professor  Gaudêncio Torquato resume bem o planejamento estratégico que se deve ter em mente para a viabilidade eleitoral. Ou, como já disse Carlus Matus, ex-ministro da Economia de Salvador Allende no Chile: “Um jogador, mesmo tendo boas cartas em um jogo de baralho, pode não saber jogar e perder o jogo para outro que recebeu cartas inferiores, mas tem a melhor estratégia de jogo”. As circunstâncias ditam o que pode ser feito e o que deve ser feito, sem contar com a sorte.


Novo em folha

Pelo menos 100 novos ônibus devem começar a rodar em Teresina em até cinco meses. Aviso de abertura da licitação foi publicado no Diário Oficial do Município, através da secretaria municipal de Administração. Serão ônibus com ar-condicionado, wi-fi e suspensão a ar. A revisão é de 60 dias para concluir a licitação e mais 90 dias para os ônibus chegarem. Há esforços para licitar a coleta do lixo até dezembro. O Palácio da Cidade aposta nessas licitações e melhorias dos serviços públicos para dar um gás na gestão de Teresina.


Já que ninguém falou...

Um ponto pouco comentado sobre a saída da deputada Bárbara do Firmino do Progressistas para o PSDB são aspectos da construção de imagem da pré-candidata à Prefeitura de Teresina. Disputar pelo Progressistas é, direta ou indiretamente, pegar para si a imagem de um padrinho eleitoral não desejável no Nordeste: o ex-presidente Jair Bolsonaro, já que o Piauí foi um dos estados que deu a maior votação ao presidente Lula em 2022.


Votos dos lulistas no PSDB

O alinhamento do ministro Ciro Nogueira com o bolsonarismo é inegável e Ciro é a maior força política da oposição no estado. Dessa forma, é natural que além de herdar não apenas o sobrenome, mas o número 45 do PSDB, Bárbara prefira não levar consigo outra bagagem: a ligação com Bolsonaro. No PSDB, a construção com o lulismo é mais leve e possível de ser concretizada, mesmo que o petismo chie. Para ser eleita, Bárbara precisa dos votos lulistas em Teresina. É questão de matemática elementar.


Você lá, eu cá

O vereador Joaquim Caldas respondeu ao vereador Zé Nito, que declarou ontem oposição ao prefeito Dr. Pessoa e apoio ao deputado federal Marcos Aurélio Sampaio para a prefeitura de Teresina. Ambos são do MDB, com a diferença que Joaquim deve deixar a sigla e Zé Nito está mais alinhado do que nunca com a cúpula partidária: “Não é hora de abandonar a cidade e sim ajudar a tentar melhorar. Política, só em 24”, frisou Joaquim, que completou: “Estou e continuarei na base do Dr.Pessoa, procurando ajudar a cidade com projetos de pavimentação asfáltica, aparatos esportivos e abastecimento de água”.


No aperto

A bancada do Piauí votou 100% favorável na Câmara dos Deputados à Medida Provisória (MP) que estabelece a estrutura atual de 37 ministérios do governo Lula. Ao todo, foram 337 votos a favor e 125 votos contra. Agora a MP precisa ser votada até hoje meia-noite no Senado Federal. O Governo Lula viveu fortes emoções na noite de quarta-feira e uma conclusão pode ser tirada disso tudo: o presidencialismo de coalizão não existe mais como foi descrito inicialmente pelo cientista político Sérgio Abranches em 1988. 


Presidencialismo ou parlamentarismo

No Brasil, mesmo eleito diretamente, o presidente da República precisa de uma coalizão (apoio de partidos além do seu) para governar. E mesmo com o sistema presidencialista, o Parlamento tem grande força de impor (ou barrar) agendas. A alta taxa de aprovação de medidas do interesse do Executivo, característica típica do presidencialismo de coalizão, não é algo que Lula pode contar. Ao invés de costurar no atacado, precisa alinhar apoio no varejo – o que sempre encarece tudo. 


Não largo o osso

Há uma questão ideológica posta: o Congresso é mais conservador enquanto o presidente é de centro-esquerda. E há uma questão pragmática colocada: os deputados e senadores ganharam força com as inabilidades dos governos Dilma, Temer e Bolsonaro. Agora, não estão dispostos a abrirem mão do poder anteriormente obtido para dar sustentação ao governo apenas por simpatia. Novas regras terão que ser desenhadas, mas isso é tema para a próxima coluna.


Again!

A recriação da Funasa, bandeira da bancada do Nordeste, foi concretizada, com os deputados aproveitando a confusão e a pressa para a MP não caducar, e aprovando a volta do órgão. Dúvida agora é sobre quem indica a direção da Funasa no Piauí. O deputado federal Florentino Neto é o primeiro da fila, diga-se de passagem.


Pelos lotéricos

Falando em Congresso, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal aprovou o relatório favorável do senador Ciro Nogueira à PEC 43/2022, que trata de segurança jurídica às autorizações e credenciamentos dos serviços prestados pelos lotéricos no Brasil. Segundo Ciro, a iniciativa vai "beneficiar 75 mil lotéricos e seus funcionários em todo o país". A matéria deve tramitar em Regime de Urgência, com análise direto em Plenário. Se aprovada, a PEC 43/2022 segue para promulgação.


Mantem o combinado

Ainda sobre a eleição para a Mesa Diretoria da Assembleia Legislativa do Piauí no segundo biênio, fonte bem relacionada no Palácio de Karnak disse o seguinte à coluna: “Rafael nem considera mudança de rota (não eleger Severo Eulálio presidente da Alepi). Desafio para os deputados Dr.Vinicius, Rubens e Gil Carlos de tentar manter esse acordo, Eles foram os principais articuladores do Rafael junto ao Severo”.


Tradição ou inovação

Em muitas regiões do país, a inovação política tem ganhado da tradição. Isso sem nenhum juízo de valor. Nem sempre o novo é bom. Mas, é fato também que o medo do novo pode fazer com o que o eleitor associe a novidade ao incerto e prefira nomes já conhecidos, pessoas do passado e que já tenham histórico em administração pública para evitar surpresas desagradáveis. A fórmula mágica, na base ou na oposição, é ter uma chapa majoritária que uma o novo e o velho. Não há regra fixa, mas por via das dúvidas, é essa a fórmula.


Foto do dia 

Que o teresinense tem apontado a Saúde como uma das suas principais queixas, qualquer um que viva em Teresina, sabe. A questão é como os pré-candidatos a prefeito têm abordado esse tema. Como médico, o deputado Dr. Vinícius (PT) tem encapado uma agenda mais intensa na área. Prova disso é o projeto Viver. Nas agendas, Vinícius está reforçado com a presença da primeira-dama, Isabel Fonteles. “Tivemos a entrega de 234 óculos para as crianças que foram atendidas semana passada no CEFTI Pequena Rubim, no Mocambinho. Também tivemos a primeira ação voltada para crianças com deficiência no Cies Ilhotas. E domingo foi dia do Parque Alvorada, região Norte, receber o Viver no Colégio Alsiste. Uma honra ver esse projeto crescer com a excelente execução da Seid”, frisou Vinícius.


A frase para pensar 

“O senhor tem inimigos?”, perguntaria um dia o biógrafo Emil Ludwig a Getúlio. “Devo ter, mas não tão fortes que não possa torná-los amigos”, responderia. “E amigos?”, insistiria Ludwig. “Claro que os tenho, mas não tão firmes que não venham a se tornar inimigos”, replica Getúlio. Getúlio Vargas (1882-1954), ex-presidente da República, citado por Lira Neto em “Getúlio”.

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