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Coluna 02/06/23

Impaciência do PT com o Karnak

“Nem Fábio Novo, nem Dr. Vinícius nem Franzé estão mais suportando o silêncio do governador. O homem é o líder. Todos querem agradar ao Rafael, mas ele ‘nem tchum’. Na Seduc toda semana tem anúncio de programa e projeto e a Secretaria de Segurança está bombando em ações. A corda vai estourar para um lado... de quem?”, desabafou um petista em reserva sobre a tensionada espera na base aliada por sinal de fogo do Palácio de Karnak a respeito de quem será o escolhido na disputa pela PMT.


Roendo as unhas

Petistas temem secretamente (e alguns, abertamente) que a demora na escolha ajude o lado adversário, que já tem os nomes postos: Bárbara Soares e Sílvio Mendes. Já outros, argumentam que é preciso esperar mesmo que os nomes busquem se tornar mais conhecidos do eleitorado da capital: "Tem que confiar no homem (Rafael)", minimizou um petista.


Novo Dia D

Uma fonte em Brasília revela que o PT trabalha com o mês de agosto para saber, pelo menos internamente, quem é o nome mais viável dentre os que já estão postos. A coluna não acredita em coincidências, já que agosto é o mês que a oposição cravou que vai escolher seu candidato para disputar a sucessão de Dr.Pessoa no Palácio da Cidade.


Missão espinhosa

Depois disso, a ideia é conversar com os aliados, que não abrem nem para um trem: Marcos Aurélio Sampaio (PSD), Enzo Samuel (PDT) e Teresa Britto (PV). Quem acha que será fácil fazer com que os aliados declinem de lançar nomes a favor do PT, está achando errado. As queixas sobre o espaço do PT (muitos) e dos aliados (poucos) são um osso encravado no pescoço. Há de se ter muita conversa e argumentos convincentes.


A questão da Funasa

A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) voltou e já há controvérsias para saber quem indicará no órgão no Piauí. No parecer sobre a Medida Provisória que reorganiza os ministérios de Lula, foi aprovada na Câmara dos Deputados sugestão para retirar o artigo que autorizava a extinção da fundação. A bancada do PT foi liberada na votação. A Funasa atua com saneamento básico, tem bastante capilaridade no interior, ou seja, faz obra – o que todo político (e o eleitor) valoriza.


Flávio Nogueira indica...

Pois bem. Um dos maiores defensores da volta do órgão é o deputado federal Florentino Neto que, inclusive, é servidor do órgão. Questionado pela coluna, Florentino nega que fará a indicação e diz que, justamente por conhecer tão bem a Funasa, fez a defesa da pasta independente de cargo. Florentino Neto ressalta que o acordo de divisão dos cargos federais aponta que a Funasa deve ficar com o deputado federal Flávio Nogueira (PT).


Ou fica com Florentino?

Na época de divisão dos cargos federais da bancada piauiense, Flávio Nogueira terminou ficando com algumas indicações “difíceis”, isso é, de órgãos que obrigavam a posse de servidores de carreira, com pouca margem política na ocupação dos espaços. Mas, outra fonte ouvida pela coluna, alega que Florentino Neto poderia sim fazer a indicação da Funasa desde que ocorresse um acordo para que ele abdicasse de um dos cargos federais que indica atualmente. Esse cargo poderia ir para o rodízio dos deputados federais que não fizeram a terceira indicação: Francisco Costa (PT) e Júlio César (PSD). Será?


Libera 

Como se observa até mesmo na relação entre Lula e o Congresso, a liberação (ou não) de emendas parlamentares é moeda de troca e pressão entre o Executivo e o Legislativo desde que o mundo é mundo. Não seria diferente na Câmara de Teresina, como atesta a vereadora Fernanda Gomes (SDD): “As emendas são um direito do vereador(a) para levar benefícios às comunidades que tanto carecem de atenção por parte do Poder Público. Seja na saúde, educação, cultura, cursos profissionalizantes e obras. Mas pelo visto, fazer ‘politicagem’ antecipada está sendo a grande preocupação da atual gestão”, criticou Fernanda, que engrossa a fileira de nomes declaradamente oposicionistas, como Ismael Silva (PSD) e agora Zé Nito (MDB) no Legislativo municipal.


Múltipla escolha

São três os estilos de fazer política segundo o chileno Carlos Matus:

  • Estilo Chipanzé: o político que acha que a manada tem que seguir o chefe, por capricho ou instinto e ponto final.
  • Estilo Maquiavel: aquele que acha que “os fins justificam os meios”, para quem a vitória tem que prevalecer doa a quem doer.
  • Estilo Gandhi: inspira diálogo, compromisso com a palavra dada e pensamento pautado na ética e moralidade.

A coluna poderia indicar perfeitamente políticos no Piauí que se enquadram em cada uma dessas categorias, mas prefere deixar para o leitor completar mentalmente. Vale lembrar o conselho de Maquiavel, de que na política não é preciso ter todas as qualidades, basta parecer que tem.


Tudo em todo lugar o tempo todo

A onipresença é um valor imponderável na política. Quanto mais agendas, em mais lugares diferentes, melhor. Por isso, para ser candidato a qualquer coisa, tem que suar e fazer sua identidade (o que fala e como fala) chegar às massas. A identidade é quem a pessoa é. A imagem é quem ela projeta ser. Favor não confundir.


Foto do dia

A Superintendência das Ações Administrativas Descentralizadas Centro (SAAD Centro) segue como o vetor das principais obras da PMT. Agora, a pasta fará a reformar as estações de ônibus da capital. Roncalli Filho conta que na primeira etapa serão reformadas as 17 estações da Avenida Miguel Rosa e da Barão de Gurguéia, já na segunda etapa as estações contempladas serão as 17 da Avenida Henry Wall de Carvalho e Wall Ferraz. “A intenção é reformar pra deixar usuais, acessíveis e dar mais comodidade aos transeuntes. Esse foi um pedido do prefeito do Dr. Pessoa", explicou. As obras devem ter início na próxima semana. A Saad Centro, dividida da Saad Norte, ganhou fôlego, obras e recursos, além da confiança do prefeito, para tocar as obras não só do centro, mas de outras regiões da cidade, o que gera uma certa ciumeira entre os secretários. Roncallinho, por sua vez, evita polêmicas e deixa claro: atende ao prefeito.


Para ler, ver e ouvir

O livro “Operação Impeachment” (editora Todavia) do professor e cientista político da USP, Fernando Limongi, é essencial para entender o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e, acima de tudo, para compreender como se desenha a nova relação entre Congresso Nacional e a Presidência da República. O que faz um presidente cair? Com um aprofundamento em reportagens publicadas no período, Limongi vai contra a percepção pública de que Dilma foi inábil politicamente e reconstitui os passos da presidente para se salvar da destituição no cargo. Ela quase chegou lá. Mas, com o avanço da Operação Lava Jato, com muitos políticos e partidos tradicionais sendo capturados pela República de Curitiba, o mundo político entendeu que para se salvar, precisava sacrificar Dilma. E assim o fez. Leia e tire suas próprias conclusões.


A frase para pensar

“Age com os teus amigos como se devessem tornar inimigos; o centro vale mais do que os extremos; mantém sempre alguma desconfiança em relação a cada pessoa; a opinião que fazem de ti não é melhor do que a opinião que fazem dos outros; simula, dissimula, não confies em ninguém e fala bem de todo mundo. E cuidado. Pode ser que nesse exato momento haja alguém por perto te observando ou te escutando, alguém que não podes ver.”, cardeal Mazaino, sucessor de Richelieu e preceptor de Luís XIV, o Rei Sol, em “Breviário dos Políticos”,  sobre a arte de operar a política.

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