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Coluna 13/07/23

O cerco do Karnak a Franzé

O apoio do grupo do deputado federal Merlong Solano a Fábio Novo no diretório do PT em Teresina, a ser oficializado nesta quinta-feira, 13,  é mais um avanço do Palácio de Karnak nas bases de Franzé Silva. Merlong é ligado, nacionalmente, à corrente CNB e no Piauí é neutro. No início da disputa interna, esteve bem próximo de anunciar apoio ao presidente da Assembleia. Não o fez na ocasião e agora o clima mudou. Ou, nas palavras de um petista de alto escalão e que costuma saber das coisas: “Fábio continua avançando. Se prevalecesse a candidatura de Franzé, o governador teria sido derrotado. Ou será Fábio Novo ou um terceiro”.


A insistência 

A coluna não se fez de rogada e perguntou ao cardeal petista: “Franzé desiste? O que poderá contemplá-lo?”. A fonte: “Aí está o quebra-cabeças do Governo...”. A coluna insistiu, claro. “Poderia ser uma boa secretaria após a presidência da Assembleia. Uma das três maiores. Ou uma das cinco maiores: Segurança, Saúde, Educação, Fazenda ou Administração”. Com relação a quem deixaria que pasta, e se Franzé aceitaria (ele já disse mil vezes que não desiste), e se a questão realmente é uma opção na mesa, a coluna já não pode ajudar, leitor.


Isso é impossível

Presidente do Patriota no Piauí, Gustavo Henrique disse o seguinte (em áudio de 5 minutos que a coluna vai resumir por prezar a concisão) sobre nota de ontem da coluna destacando que o comando da sigla poderia ser passado para os vereadores Bruno Vilarinho e Thanandra Sarapatinhas: “Não há a menor possibilidade da vereadora (Thanandra) ficar no comando e nem no partido. Isso porque não queremos. É uma decisão da nacional, ela criou problemas para o partido”. 


Nada contra, mas...

Já sobre Bruno Vilarinho, Gustavo Henrique afirmou: “Nada contra a pessoa dele (Bruno), nos damos bem, mas o vereador não contribuiu em nada ao partido dele, não votou nos candidatos a federal e estadual, isso é de pleno conhecimento da nossa nacional. O comando ficará conosco. Recebi o partido em cima da hora, fomos à luta para dar visibilidade à legenda em 2022. Ter mandato é um dos itens, mas nesse caso não é o preponderante”.


Mais sincero, impossível

Aquela máxima de "comprometa-se ou não se comprometa, mas nunca fique em cima do muro" ainda vale? Que nada. Neste mundo que William Butler Yeats chamou de "pragmático, absurdo e imundo", há outras formas de pensar. De um candidato a vereador, sempre sincerão, ao ser questionado pela coluna sobre qual lado ele pretendia efetivamente marchar em 2024, já que aparecia conversando (e empenhando apoio) nos bastidores a nomes tanto da base como da oposição (sério!): “Candidato proporcional não tem lado, tem boleto!”. Gente...


Terceira via: mito ou verdade?

Há espaço para uma terceira via em Teresina? Política é um jogo de grandes apostas, então a resposta é “depende”. A empresária Gessy Lima conseguiu substanciais 50.221 votos, ou seja, 12,14% dos votos válidos em 2020, ficando em 3° lugar no primeiro turno em Teresina. Saiu maior do que entrou? Certamente, pois ingressou como um nome completamente desconhecido do eleitorado e saiu ultrapassando figuras consolidadas, como Fábio Novo e Fábio Abreu. O que ocorreu com ela em 2022 é capítulo para outra história. Outro exemplo: Simone Tebet, candidata pelo MDB, criou um diferencial na campanha de 2022 e foi decisiva no segundo turno – segundo o próprio Lula – para ajudar na decisão de eleitores em um pleito mais do que concorrido contra Jair Bolsonaro.


Só ganha quem ousa tentar 

Uma eleição tem o postulante principal (líder), o desafiante e uma terceira via que é, portanto, uma candidatura em busca de desbancar a líder ou a desafiante. Bem colocada, pode projetar nomes à concorridíssima nata da política piauiense. Mal colocada, pode afundar de vez alguns postulantes e servir apenas de substrato para memes. Quem não arrisca, não perde, mas certamente não tem nenhuma chance de ganhar. 


Uma palavra e basta

Cada político significa uma palavra na mente do eleitor. Essa palavra está sempre em construção e disputa pela oposição. O governador Rafael Fonteles, por exemplo, escolheu uma palavra e tudo indica que seja “inovação”. Tudo que ele faz tem esse pilar sustentando. A deputada Bárbara do Firmino deve ter escolhido a palavra “nostalgia”. Pelo menos é isso que demonstra o slogan que ela deve usar – adesivos já foram impressos – e que a coluna obteve: “Teresina tá chamando”, com o desenho de uma pipa, símbolo bem visto das gestões tucanas. Esperança?


Foto do dia

Dr.Pessoa tem feito duas apostas: estar mais próximo das comunidades, como mostra o registro abaixo com representantes do bairro Mafrense, em Teresina, no Palácio da Cidade; e dobrar a aposta contra o Palácio de Karnak, como confirma a fala do prefeito à TV Cidade Verde: “Da vez passada ajudamos quase 100% um partido aí e, agora, está excluindo a gente. Mas, dessa vez, não vamos estar fora não. Não vamos ficar excluídos em 2026”. O “partido aí”, tudo indica, é o PT mesmo. No PT, por sua vez, silêncio absoluto. Fonte do Karnak afirmou à coluna que a questão está fora do rol de preocupações pelas bandas do governo. "Zero", disse a sucinta fonte. Pelo menos por ora.


Frase para pensar

“Aquele que não quer pensar é um fanático; aquele que não pode pensar, é um idiota; aquele que não se atreve a pensar é um covarde”, Francis Bacon (1561-1626), filósofo britânico.

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