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Coluna 25/07/24

Os secretários de Rafael que surpreenderam no primeiro semestre

Política é sobre reputação moral e gerenciamento das impressões. Nesse caso, o Governo tem suas próprias pesquisas de avaliação de desempenho dos secretários estaduais e, além delas, tem o termômetro interno, de quem está entregando mais do que o prometido e quem nem começou. A coluna não tem nem as pesquisas nem o termômetro, mas ouve muita gente que sabe das coisas e analisa o desempenho dos secretários de Rafael Fonteles no primeiro semestre. Vamos a eles.


Viés de alta

Um passarinho disse à coluna que estão em bons lençóis nesse primeiro semestre, cinco secretários estaduais: Chico Lucas (Segurança Pública), Victor Hugo (Agência de Atração de Investimentos do Estado do Piauí, Investe Piauí), Tiago Vasconcelos (Coordenadoria de Enfrentamento às Drogas), Josiene Campelo (Esporte) e Marcelo Nolleto (Governo). Vamos aos predicados:

Chico Lucas- a coluna tentou fazer uma lista com nomes menos óbvios, mas seria uma marmelada não colocar o secretário de Segurança, que é citado por 10 entre 10 políticos como nome de destaque indiscutível na gestão. Chico deu nova cara à secretaria que cuida de um tema tão difícil (equivalente a enxugar gelo), circundado por técnicos de perfil arrojado.
Victor Hugo – Perfil técnico e bem discreto, numa pasta diametralmente oposta a de Chico Lucas, Victor Hugo tem tido os projetos mais inovadores tocados na gestão Fonteles, segundo interlocutores do próprio Governo. Economista e Mestre em Desenvolvimento Econômico, é ex-bolsista de Harvard e Nanyang T. University. Trabalhou na Prefeitura de Timon, chegou a dialogar com Firmino Filho e começou a trabalhar em empreendimentos privados de Rafael Fonteles antes das eleições. Chamou a atenção e se cacifou.
Tiago Vasconcelos – Ex-superintendente do Incra, Tiago assumiu uma pasta até então tímida e de poucos recursos, a de combate às drogas e incentivo ao lazer. Fez do limão, uma limonada. Andando em projetos conjuntos e de expressividade com secretarias como a de Segurança e a de Educação, conseguiu dar relevo à Cendfol, o que pode até mesmo alçá-lo a outros postos, acreditam observadores políticos mais atentos. Quais? A coluna não sabe, mas agradece se alguém souber e informar à colunista.
Josiene Campelo – A antiga Fundespi virou secretaria de Esportes e uma mulher, Josiene, chefiando uma área até então vista como exclusividade masculina. Com o perfil de gestora e cumpridora de prazos, Josiene teria recebido feedbacks positivos e incentivadores do próprio governador. Com o deputado Evaldo Gomes, esposo da secretária, nas articulações, a pasta indiscutivelmente ganhou novo perfil na gestão Fonteles.
Marcelo Nolleto – a parte política é a espinha dorsal de qualquer governo e é definida, claro, pelo governante eleito. No poder, as demandas são infinitas e o tempo, pelo contrário, é finito. Entre a cadeira do governador e a multidão de políticos famintos por uma conversa, há certamente um guardião. Nesse caso, é Marcelo Nolleto. A lição subjacente é a de que não se pode, jamais, menosprezar a política e os políticos. E Marcelo é o homem de confiança do governador nesse trato tão delicado.

Saads em combate!

Se você, leitor, quer paz, sugiro que passe bem longe da Saad Sudeste. Agora, se você não se importa em ouvir uns gritos e tapas na mesa, o endereço é certo. O motivo, você conhecerá em um minuto. É que a divisão de espaços entre os secretários das Saads 1 e 2 – como já antecipado na coluna de Elivalo Barbosa - tem gerado um escalonamento de tensões. 


Quem fica com o poder de fogo

Na divisão dos espaços, ambas as Saads ficaram com os mesmos valores de obras, cada. Tudo tranquilo, não é mesmo? Qual problema poderia surgir de um fato tão corriqueiro como... quem faz que obras? Calhou de uma das Saads ter atualmente obras importantes rodando nos bairros Renascença e Dirceu, sendo a principal delas a da avenida Noé Mendes pegando com Tancredo Neves. Parte já foi concluída, parte está por fazer. Aí é que mora o problema.


Detecção de problemas

Na semana passada, houve uma reunião duríssima em que até o experiente e diplomático secretário de Planejamento, João Henrique, foi convidado a tentar dissuadir os embates entre o lado que quer a obra do outro lado. Um dos secretários decidiu não assinar a liberação das obras, o outro disse que ia documentar tudo e enviar ao prefeito. De um lado, Markim Costa e Alan Brandão, do outro Roberval Queiroz e no meio, Vani Queiroz e Andrei Costa (a coluna é 100% da paz e não revelará qual lado cada um está pois é o nome que faz o fuxico).


Sinais fortes desbancam os fracos

“Análise das últimas pesquisas é que Luciano Nunes e Bárbara do Firmino como vice de Sílvio Mendes, acrescentam muito pouco. Já o contrário, acrescenta muito”, analisou um discreto tucano de alta plumagem à coluna, sobre as movimentações na oposição. 


Um bom guarda-chuva

De um apoiador do deputado estadual Fábio Novo, sobre perspectivas de um placar pró-Franzé Silva no diretório do PT de Teresina, comentado na coluna de ontem: “O povo do diretório do PT precisa do guarda-chuva do Governo... Quem vai querer brigar com um governo que se inicia?”, questionou o petista de carteirinha (carteira que votará em Fabio Novo, claro).


Foto do dia 

Falando em obras e em Saad Centro, o superintendente, Roncalli Filho, anunciou que as obras da Casa da Mulher Brasileira serão concluídas em agosto. A máxima é para que o trabalho siga em ritmo acelerado e capacidade máxima. Segundo o gestor, a construção possui efetivo com mais de 45 pessoas trabalhando. Em um período de dois meses, já foram instaladas cerâmicas, esquadrias, bem como a pintura de parte da estrutura. Roncallinho relata que vai ao local diariamente. "A finalização da construção está prevista para o final de agosto, mês do aniversário de Teresina", disse.


A frase para pensar

“Já ouviu falar de um general muito hábil que pretende surpreender uma cidadela anunciando seus planos ao inimigo? Oculte seus propósitos e esconda o seu progresso; não revele a extensão dos seus objetivos até ser impossível se opor a eles, até terminar o combate. Conquiste a vitória antes de declarar a guerra. Em resumo, imite aqueles guerreiros cujas intenções ninguém sabe, exceto o país destruído por onde eles passaram”, Ninon de Lenclos (1623-1706)