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Coluna 14/02/24

Adesão de Luciano a Fábio Novo esquenta disputa pelo comando do PSDB em Teresina

O PSDB (tudo bem, uma parte dele, leitor...) deve decidir agora, pós-Carnaval, se a adesão do ex-deputado Luciano Nunes ao PT será antes ou depois da reunião do diretório municipal da capital, marcada para o dia 20. A festa será grande, disso não há dúvidas. A data é um mero detalhe. “O Carnaval atrapalhou tudo, ficamos com pouco tempo. Mas decidimos até quinta”, revelou uma fonte tucana de alta, altíssima plumagem. Tudo categoricamente costurado, a coluna já pode antecipar a análise (pergunta retórica)? Como de costume, a colunista passou o feriado colhendo esses detalhes que soam triviais para os incautos, mas úteis aos previdentes!

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Resistência versus Império Galáctico

Motivos para Luciano Nunes optar pelo petista Fábio Novo e não pelo então aliado histórico, Sílvio Mendes na eleição de 2024 pelo comando do Palácio da Cidade? Alguns... Dá para resumir? Em suma: “Estávamos entre um grupo que nos quer com ele, e outro que acha que tínhamos a obrigação de estar com eles. O primeiro brigou por nós, e o segundo quis nos desconstruir”, elencou a fonte próxima a Luciano. Quem é o primeiro e quem é o segundo grupo, o leitor arrisca um palpite?

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Dobrou

Um petista, por sua vez, confirmou à coluna a adesão, sem entrar nos termos sobre os espaços que Luciano e seu grupo ocuparão numa eventual gestão do PT em Teresina (ou ainda no Governo do Estado, mas nada previsto para esse ano, rejeitando a pecha de toma lá, dá cá). “Fábio (Novo), como ex-tucano, conseguiu invadir o território do PSDB. Luciano irá mesmo... acompanhado de Washington Bonfim, Bárbara, Marden Menezes. Ficou lá o Edson Melo, pois Sílvio não é mais tucano”. Sim, já é Ano Novo no outro lado do hemisfério!

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A briga agora que começou

Se somos todos um pouco cientistas políticos – e essa é a soberba do momento – vamos a mais algumas reflexões. Com a adesão resolvida, outra novela se desenha: quem levará o comando (e os simbolismo) do PSDB em Teresina? Os tucanos ligados a Sílvio elencam que as chances de os petistas contarem com o 45 na coligação são mais do que remotas, para não dizer improváveis. Eles apostam que uma aliança do PSDB com o PT é fato a ser evitado pelo comando nacional da sigla, especialmente em capitais.

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Duvido que façam intervenção

“Como o Luciano Nunes teria essa autorização para passar por cima de decisão do diretório municipal, que é a instância do partido que define sobre as eleições municipais? Será que o diretório nacional faria uma intervenção em Teresina e justo para forçar uma simples aliança com o PT, eis a questão?”, questionou um tucano do lado de Sílvio Mendes, em reserva. Por hoje, só perguntas. Respostas? Lamentavelmente, não! O caminho à Meca é difícil e cheio de pedras. Tente ler a coluna de amanhã, quem sabe...

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PSB, receba

A coluna desconsidera tudo aquilo que não é o cerne da questão. Portanto, sem levar o PSDB, o destino mais provável de Luciano, Francisco Canindé, Fernando Said e outros tucanos estrelados das gestões de Firmino Filho, é mesmo o PSB, que pode também vir a ser o destino futuro de Bárbara do Firmino, conforme antecipado pela coluna há alguns meses, o leitor há de lembrar. Embarque em massa!

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Tem dindim

Atenção aos navegantes! O partido Novo, vai sim usar o Fundo Eleitoral no pleito desse ano em Teresina. Dirigentes já haviam se negado a usar recursos públicos no passado, mas a sigla caminha para buscar capilaridade e competitividade. E nesse país chamado Brasil, nada disso é possível sem dinheiro. Chamam isso de realidade objetiva. Nas movimentações em Teresina, quem está costurando tudo é o empresário e professor Tonny Kerley, o pré-candidato a prefeito na capital. Muitas conversas em off e apostas em nomes que já venceram eleições no passado. Quem, quem, quem?

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Enzo fora do PDT?

Parece que a demora em montar a chapa de vereadores do PDT em Teresina não é um mero acaso do destino. Considerando que o atual presidente da Câmara, Enzo Samuel, declinou de sua pré-candidatura para apoiar Fábio Novo (PT), espera-se que uma vitória de Novo coloque Enzo como candidato natural à reeleição na presidência do Legislativo da capital. Mas, paralelo a isso, há também forte movimento para que o presidente da CMT de uma gestão petista seja... do PT! Há, portanto, uma impossibilidade lógica.

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E agora, Evandro?

A solução seria então transferir Enzo Samuel para a federação do PT, honrando assim o suposto acordo. Claro, tem que combinar antes com Enzo, que não deu mostras de querer deixar o lago do PDT, onde é peixe grande. De todo modo, não montar a chapa de vereadores do PDT termina enfraquecendo outros fortes peixes, ops, aliados, como o deputado federal Flávio Nogueira e o filho, deputado estadual Flávio Jr. Mesmo filiados ao PT, ambos têm força com a direção nacional do PDT e montam palanques da legenda no interior do estado. E agora, (vereador) Evandro Hidd?

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Baixar a poeira

A saída de Admilson Lustosa da secretaria municipal de Governo da gestão de Dr.Pessoa foi rápida, mas não repentina. A decisão, ocorrida no Carnaval, já vinha sendo maturada desde que o então secretário deixou a pasta das Finanças. Tudo para realizar uma transição sem traumas, dentro do possível. 

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Prós e contras

Agora, isso não significa que Michel Saldanha, ex e agora secretário de Governo, ficará permanentemente. O cotado da vez para a Semgov é Ronney Lustosa, hoje na pasta de Administração. Predicados a favor de Ronney: ter sido vice-prefeito de Teresina na gestão de Firmino Filho, ex-vereador e entendido da política. Contras: todos os mesmos motivos elencados acima. É o que relatam os frequentadores dos corredores do Palácio da Cidade, a coluna não passa de uma simples mensageira.

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Senta que lá vem história

Alguns políticos confundem um certo bom humor necessário para cativar plateias, com forçar a barra e passar do ponto. Tornam-se desagradáveis. Quem sabia o que fazer nessa seara, e que deve servir de exemplo para qualquer um que almeje a vida pública, é Winston Churchill, ex-primeiro ministro britânico durante a II Guerra Mundial. Com humor requintado, ele ridicularizava adversários, persuadia, inspirava ouvintes e acalmava situações tensas. 

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O rei da oratória 

Churchill não lia, mas sim memorizava os discursos, até os mais longos, de uma hora e 5 mil palavras. Quem o atacasse podia se preparar para uma réplica implacável, como conta seu principal biógrafo Andrew Roberts. Os aplausos aos seus discursos era o ar que ele respirava. Quando se levantava para falar, todos na Câmara aguardavam com expectativa. 

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Quanto menor, melhor

Aos ministros e subordinados, orientou como deveriam ser os relatórios em meio a guerra: “A maioria dessas frases vagas são mero enchimento que pode ser deixado de lado ou substituído por uma única palavra. Não nos abstenhamos de usar frase expressiva curta, ainda que informal”. Seria bom se nos dias de hoje, políticos e não políticos, seguissem a recomendação de Churchill. O mundo certamente seria um lugar melhor.

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Se conselho fosse bom

A verdadeira confiança deve ser baseada na competência. Pouco importa se você se acha genial. Se isso não estiver fincado em dados da realidade, você não passará de uma pessoa presunçosa que os outros evitam. Eventualmente, mesmo o mais confiante dos humanos, estará sujeito a se envolver em algum plano que dará errado, ou terá suas intenções frustradas pelo livre-arbítrio alheio. Nesse caso, sua única reação possível deve ser agradecer de modo educado e sair o mais rápido possível. Sem reações emocionais. Considere as portas trancadas como um tempo a mais para que você se prepare melhor. 

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Cifrada do Prato Frio

Em política, o sucesso é a véspera da queda. Que o diga um ex-fortíssimo ocupante de cargo de relevo, que após uma subida meteórica, foi alvo de uma vertiginosa queda. O maior arquiteto da revanche é um jogador discreto, mas com muita força nos bastidores, que prometeu e cumpriu a vingança. Outro político que recentemente deu um duro recado, por sua vez, pode não completar o intuito inicial de dar a volta por cima. “Ele é odiado por dez entre onze do nosso grupo. Desgaste maior que a torcida do Flamengo”, relatou um ouvinte das conversas de sala gelada. Apesar disso, o homem é apadrinhado por quem manda. Em outras palavras, tem vela para queimar.

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Foto do dia 

Registro do Carnaval de boa parte dos políticos, especialmente dos que disputarão a eleição este ano ou são fortes padrinhos dos que irão às urnas. Se uma parcela dos eleitos preferiu ficar off-line, em viagens pessoais ao exterior, outra porcentagem teve que enfrentar maratonas que nem a cantora Ivete Sangalo, na Bahia, aguentaria sem um arrebatamento do apocalipse (para entender a referência, procure no Youtube “Baby do Brasil e Ivete Sangalo”. Divirta-se). Nos registros – diversificando as cores partidárias - o prefeito Dr.Pessoa (Republicanos), o prefeito de Parnaíba, Mão Santa (União Brasil), o vereador Venâncio Cardoso (quase no PT), o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), e o deputado federal Júlio Arcoverde (Progressistas).

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A frase para pensar

“Se a linguagem não estiver correta, o que é dito não é o que se queria dizer; Se o que é dito não é o que se queria dizer; Então o que deveria ser feito continua sem ser feito’, Confúcio