A nova construção da imagem de Fábio Novo

O deputado estadual Fábio Novo (PT) mudou: deixou a barba crescer, não tira os óculos de grau nem a camisa social de botão branca de mangas curtas, um símbolo universal de "arregaçar as mangas”, trabalhar. Acima disso, é sempre visto ao lado setores históricos aliados ao PSDB, como os católicos da igreja do padre Tonny Batista, que comemorou décadas de sacerdócio na última semana. Sílvio Mendes, que é bem próximo há muitas décadas de Tonny, também foi homenageá-lo, mas não quis tirar nenhuma foto para as redes sociais. Fábio, por sua vez, postou várias com Tonny. Um aliado do QG (quartel-general) de Sílvio reclamou à colunista: “Rapaz, ele (FN) está se apropriando do PSDB! Temos que fazer algo!”. Mas... fazer o quê?

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Branco, óculos e barba

Todos notaram que Fábio Novo agora só usa branco. Vermelho é a cor do domínio, poder, força e ameaça. Terminantemente proibido. Há uma associação emocional entre imagens e ideias. Símbolos são metáforas visuais, atalhos para dizer coisas sem precisar vocalizar em palavras. Óculos são símbolos instantâneos de competência, barba, de experiência. Sem parecer artificial, os sinais visuais contribuem na percepção que os outros formam de cada um de nós. Ao político, é preciso ser competente e amável. Uma mistura complexa. 

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Os jovens estão com ele

Como numa consulta médica, o doutor passa exames para saber o que o paciente tem, na política se fazem pesquisas para melhor orientar o cliente (político). O que muitas pesquisas apontam – e que as campanhas não divulgam, por óbvio, é que Fábio está forte com os eleitores jovens, que desconhecem Sílvio Mendes ou não se identificam com ele. Se Novo já tem esse eleitor, agora busca mesmo o eleitor do PSDB. 

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Temos serviço prestado

A campanha de Sílvio parece saber disso e, ao mesmo tempo em que usa símbolos (tipografia e cores) mais modernos em alguns materiais, também considera que essa é uma batalha que não vale muito a pena travar. Estão optando por focar no que consideram o ponto forte do ex-prefeito: mostrar o que fez no passado. “Os resultados dele são incontestáveis”, aponta um interlocutor silvista.

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Algo mudou

Os adversários descrevem Fábio Novo como “um cara inteligente”. A coluna cita os adversários, porque os aliados elogiam, sempre querem algo em troca. Esses mesmos aliados sentem agora uma mudança de ares na campanha petista. Está “mais leve carregar” Novo: “Quando a gente chega nas lideranças, a turma tá mais aberta: ‘Rapaz, esse Fábio Novo é um cara estilo Rafael’, comentam assim”, revela um vereador que pede votos para Novo justamente na zona Leste de Teresina, área nobre, sempre firminista/silvista. 

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Um trunfo e um empecilho

Fábio tem um trunfo e um problema: sua imagem associada à do governador Rafael Fonteles. Rafael, por ser um governador bem avaliado, o puxa para cima, fato. Mas Fonteles, por ser um político maior que Fábio, termina eclipsando-o mesmo quando não estão juntos. 

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Ele está no comando

“Falam mais do Rafael do que do Fábio. Elogiando (FN), mas pode ser usado (pela campanha do Sílvio) como uma fraqueza”, acredita um observador da política. A campanha de Fábio sabe disso e tem mostrado o deputado à frente das conversas e articulações políticas, como na visita recente que fez à Câmara de Teresina. 

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Que vença o mais esperto

Acima de tudo, Novo tem se revelado esforçado e flexível em cumprir o que o script do seu núcleo duro pede. Era um jornalista que, quando estava no batente, demonstrava ser reflexivo e “furão”(jargão da profissão para sinalizar alguém que conseguia informações exclusivas). Para vencer a dura batalha interna do PT e galgar espaços numa Teresina ainda muito anacrônica, Fábio parece ter preservado os instintos jornalísticos na selva que é a política. Nessa floresta, não vence o mais forte e nem o melhor. Vence o mais esperto. 

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Dê adeus ao PL 

Um político poderoso em Brasília contou à colunista que o PL deve ficar com o pré-candidato a prefeito de Teresina do União Brasil, Sílvio Mendes. Mas a sigla não era o plano B do grupo político de Dr.Pessoa? “Isso era antes...”. Bom, o fato é que o partido tem um fundo eleitoral robusto e muito tempo de propaganda no rádio e na TV – dados que somarão ao grupo de Sílvio com o cenário de indefinição sobre o PSDB. Ao grupo do Palácio da Cidade, é preciso acionar o plano C....

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Por um fio

O Republicanos, por sua vez, depende de um único fator para abrigar – ou não - a candidatura própria do deputado Jeová Alencar. “Se o (deputado federal) Jadyel Alencar conseguir se filiar, não tem o que fazer, ele leva o partido pro Rafael (Fonteles)”, relatou um bem informado político da capital federal. Se Jadyel não se filiar a tempo, quem tem mesmo influência na legenda em Brasília é o grupo do senador Ciro Nogueira - que deixará o partido com Jeová. Simples assim. 

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Vou te dar uma dica

Falando nele, Jeová Alencar (Republicanos), tem sido aconselhado a não tomar nenhuma decisão agora. Leia-se: ser o pré-candidato a vice-prefeito de Sílvio Mendes (União Brasil). “Tem muita gente querendo levar ele (Jeová) prá lá (lado de Fábio Novo). Se ele aceitar ser vice do Sílvio e o Sílvio perder, tá morto. Melhor disputar, fazendo uma campanha sem bater em ninguém, e no segundo turno decidir com peso, pra que lado vai”, afirmou um político que deu o conselho para o próprio Jeová, que ouviu atento...

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Engraçadinho

Um político que está em vias de pular do barco do prefeito Dr.Pessoa (Republicanos) para o barco de Fábio Novo, fez o seguinte comentário ao encontrar-se com Fábio: “Quero que meu tratamento seja novo também”, brincou, comparando com os parcos espaços que alega ter onde está hoje. Ah, o bom-humor dos novos ventos!

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Senta que lá vem história

Quando esteve em Versalhes atuando como embaixador americano na França, Benjamin Franklin (um dos Pais Fundadores dos Estados Unidos) tinha uma ideia em mente: se destacar na corte do rei Luís XVI. A moda era peruca, casacos de veludo e calça de seda. “Quero parecer um pioneiro e não um príncipe!”, disse Franklin à filha, enquanto se preparava para viajar. 

Usou algodão americano comum e dispensou as perucas. Foi um sucesso! Demonstrou ser uma representação dos valores do Novo Mundo e do seu espírito inovador. Franklin sabia que a única forma de se posicionar autenticamente era estabelecer uma distinção marcante.

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Se conselho fosse bom

“Por que eles têm mais sucesso que você se estão errados?”. Essa é uma boa pergunta a se fazer. Uma resposta possível: eles sabem que todas as regras são negociáveis. Exceto no Direito e na Ciência (estamos tratando aqui da realidade objetiva), é possível distorcer ou quebrar qualquer barreira que exista entre você e o que você deseja obter. Ser e enxergar o mundo como adaptável – sem abrir mão da ética – é o que fará você se sobressair. Sua mente deve funcionar assim: “Eu posso conseguir tudo o que eu quero e se eu não consegui, é porque eu realmente queria”.

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Cifrada da Revanche

Um político conhecido por certa oscilação nas decisões, está no olho do furacão de novo. Mas, se parte do público se questiona: “O que ele quer com isso?”, o mundo político, que o conhece faz tempo, sabe a resposta. “Ele quer estar no meio do fuá”, revela um colega. Menos mal, porque o homem não gasta o dinheiro alheio e pode fazer o que quer. Claro que o pano de fundo de tudo é o rancor – pode-se dizer que é até justificável – de um grupo político que ele considera o ter prejudicado no passado. Resumindo: “Tudo que ele puder fazer para atrapalhar, vai fazer”. Revanche!

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Foto do dia

Teriam, Floro Mauel, gerente de Inserção Produtiva da secretaria estadual de Segurança Pública do Piauí, e John Wallace, que trabalha no Palácio de Karnak, dois padrinhos fortíssimos para disputarem a cadeira de vereador em Teresina? Floro é visto como homem de confiança do secretário Chico Lucas e John Wallace tem bons diálogos com o velho PT. Floro está no Solidariedade, do deputado Evaldo Gomes, John ainda tem destino incerto, mas nas chapinhas formadas os nomes dos dois são avaliados assim, com um asterisco*...

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A frase para pensar

“O fato é que o público tem uma curiosidade insaciável por saber tudo, menos o que vale a pena saber”, Oscar Wilde (1854-1900), escritor e dramaturgo irlandês.